As autoridades brasileiras anunciaram a libertação de 150 indivíduos que estavam a ser mantidos como escravos em explorações agrícolas nos estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais.
Os trabalhadores não estavam registados, não tinham acesso a água potável ou instalações sanitárias e não dispunham de equipamento de segurança. Eram obrigados a cumprir longos horários sem direito a pausas e estavam expostos a níveis perigosos de pesticidas. Muitos eram menores de idade.
Segundo a informação divulgada pelo Ministério do Trabalho, 95 pessoas trabalhavam em condições consideradas de escravatura numa plantação de cana de açúcar do estado do Rio de Janeiro. Em Minas Gerais, 51 pessoas foram resgatadas de uma empresa de produção de morangos, incluindo adolescentes entre os 15 e os 17 anos.
As autoridades disseram que os indivíduos vão ser indenizados e que os seus empregadores estão sujeitos ao pagamento de multas, mas não era claro se seriam também objeto de uma acusação judicial.
O Governo brasileiro lançou um plano de erradicação do chamado trabalho escravo em 2002. De acordo com João Pedro Stedile, porta-voz do Movimento Sem Terra (MST), 5266 pessoas que trabalhavam em condições desumanas foram resgatadas em 2008. Mas nas suas estimativas, o número de trabalhadores escravizados poderá ser quatro ou cinco vezes superior.