O conselho tutelar de Serra Branca denunciou há duas semanas aliciamento de adolescentes, pelo menos três, para trabalho forçado em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. Os adolescentes já foram devolvidos aos municípios de origem e, ontem, o procurador do Trabalho Eduardo Varandas ouviu, em Campina Grande, a conselheira tutelar Maria da Conceição Firmino da Silva. Ela afirmou que um dos adolescentes já era de maior quando foi levado a Passo Fundo, mas havia outro adolescente de 17 anos também aliciado para ser escravizado no Rio Grande do Sul. Foi relatado também um caso de agressão aos trabalhadores que não se submetiam às regras de vendas forçadas e produtividade.
O pastor que seria responsável pela ida dos adolescentes a Passo Fundo, intimado pelo MPT, também compareceu à audiência e negou os fatos. Há dúvidas de que todos os envolvidos sejam menores de idade. "Mesmo que todos tenham mais de dezoito anos, os fatos devem ser apurados com mais cuidado, pois a exploração do trabalho forçado, se comprovada, é também criminosa, ainda que envolva adultos", afirmou o procurador Eduardo Varandas, que trabalha no caso junto com a delegacia da Polícia Federal de Patos, a Promotoria de Serra Branca e a Procuradoria do Trabalho de Passo Fundo.