Lula aponta ´obstáculos´ que países ricos colocam a produtos brasileiros

 23/11/2010

Presidente citou como exemplos mercados do etanol e da carne.
Ele diz que países financiam ongs que apontam trabalho escravo no etanol.

Ardilhes Moreira e Maria Angélica Oliveira Do G1, em São Paulo
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Num evento de balanço das ações do setor de sucroenergético em seus dois mandatos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou a atenção para "obstáculos" que os países desenvolvidos colocam aos produtos brasileiros em mercados em que o país tem se tornado mais competitivo, como o etanol e a carne.

Lula disse que o "chamado mundo desenvolvido não fala com a mesma coerência de livre comércio" que o Brasil. O evento foi realizado em Ribeirão Preto nesta terça-feira (23). Antes da cerimônia, o presidente participou do início das obras de um alcoolduto.

"Não é possível falar em livre comércio e criar sobretaxa pra o etanol brasileiro quando não se cria sobretaxa para outros produtos e outras fontes energéticas. Significa que há uma disputa concreta, e o Brasil precisa perceber que, na medida em que já não somos pequenos, em não somos apenas promessa, começamos a competir em igualdade de condições, e eles começam a colocar obstáculos no nosso produto", disse.
Começamos a competir em igualdade de condições, e eles começam a colocar obstáculos no nosso produto"
Presidente Lula

Em seguida, o presidente citou como exemplos as críticas no mercado internacional sobre a qualidade da carne brasileira e disse que elas partem de países "que têm a doença da vaca louca". Também disse que esse tipo de campanha ocorre no caso do etanol.

"Muitas vezes o países ricos mantinham ONGs para dizer que na cana de açúcar tem trabalho escravo, que o álcool é produzido com trabalho escravo, com trabalho infantil. E tudo isso é vantagem em disputas comerciais que temos que fazer no mundo. Isso vai valer para outros produtos brasileiros na medida em que o Brasil começa a ganhar importância, na medida em que começa a disputar mercado pra valer", afirmou.

´Palanque´
No final do discurso, o presidente relembrou a campanha eleitoral. Disse que foi criticado por "gente que pensa que entende de política" quando indicou a presidente eleita Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil, para ser candidata ao Palácio do Planalto.

Lula criticou os adversários da petista na disputa, afirmando que eles "ficaram discutindo a vida pessoal dela" e afirmou que o povo teve "sabedoria" para vencer "o ódio, o preconceito e o baixo nível da campanha". Ao fim, desejou sorte à presidente eleita.

 

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