A polícia chinesa está investigando denúncias de que pessoas com problemas mentais teriam sido forçadas a trabalhar em regime de escravidão.
Os 11 trabalhadores teriam sido vendidos por uma entidade beneficente para uma fábrica no noroeste do país.
Segundo relatos, os trabalhadores não recebiam salários e viviam em condições subhumanas.
Não é a primeira vez que um caso como esse é revelado na China, país onde não existem sindicatos independentes.
Segundo reportagens publicadas pela mídia chinesa, os trabalhadores viviam como escravos.
O jornal Global Times disse que além de não receber qualquer pagamento, eles não usavam roupas protetoras e há anos não tomavam banho.
Segundo o jornal, eles eram obrigados a comer a mesma comida que era oferecida aos cachorros do dono da fábrica.
Um homem disse que havia tentado fugir duas vezes, mas tinha sido pego e espancado violentamente.
´Extremamente preocupados´
Os trabalhadores teriam sido agrupados no condado de Qu, na província Sichuan, por um homem que se dizia diretor de uma suposta organização beneficente.
A organização, conhecida como Agência de Adoção dos Pedintes de Qu, teria então vendido os trabalhadores para uma fábrica de materiais de construção no condado de Toksun, em Xinjiang.
De acordo com o Global Times, a entidade recebeu o equivalente a US$ 1.350 por cada empregado. E recebia ainda cerca de US$ 45 por mês por cada trabalhador.
O diretor da organização, Zeng Lingquan, foi preso.
"O comitê do partido do condado de Qu e o governo local estão extremamente preocupados com este caso", disseram as autoridades da região, por meio de um comunicado.
Segundo a nota, o governo organizou um grupo para investigar as denúncias e resgatar os homens.
A polícia está à procura do chefe da fábrica, Li Xinglin, que está foragido.
Esta não é a primeira vez que um caso como esse é descoberto na China. Há três anos, centenas de pessoas foram encontradas trabalhando em condições de escravidão em fábricas de tijolos na província Shanxi.
Ná época, a polícia chinesa prometeu acabar com a prática no país.
Michael Bristow
Da BBC News em Pequim