A atualização semestral da "lista suja" do trabalho escravo deste final de ano incluiu 88 novos empregadores e soma agora 220 infratores. Antes da alteração, o cadastro oficial mantido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) tinha 147 nomes. Com a mudança promovida nesta sexta (31), juntamente com as significativas inserções, foram excluídos 16 pessoas físicas e jurídicas que cumpriram os dois anos na relação e mais uma única empresa (Energética do Cerrado Açúcar e Álcool Ltda.) foi adicionada por conta de queda de liminar judicial que a mantinha fora da lista.
Além da quantidade de novos empregadores incluídos (88), chama a atenção a variada gama dos mesmos – tanto em termos dos variados estados e da totalidade dos regiões do país em que estão espalhados como no que diz respeito aos mais diversos setores econömicos em que atuam.
Entraram para a "lista suja" desde tradicionais pecuaristas, carvoeiros, canavieiros e sojicultores até produtores de milho, cebola, tomate, café, erva-mate, algodão e pinhão-manso. Empresas de extrativismo vegetal (corte de eucalipto e pinus, bem como coletores de látex) e mineral. Também estão presentes agentes da área da construção civil e da siderurgia.
Divisão por UF dos 88 infratores incluídos na "lista suja" |
1. Pará (PA)……………………..24 2. Mato Grosso (MT)……………10 3. Mato Grosso do Sul (MS)……9 4. Santa Catarina (SC)…………7 5. Piauí (PI)………………………6 6. Goiás (GO)…………………….5 Maranhão (MA)……………….5 8. Rio Grande do Sul……………4 Paraná (PR)…………………..4 9. Tocantins (TO)………………..3 Ceará (CE)…………………….3 Espírito Santo (ES)…………..3 12.Bahia (BA)…………………….2 Minas Gerais (MG)……………2 14.Rondônia (RO)……………….1
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O Pará aparece em destaque, com 24 inclusões. O segundo lugar é do Mato Grosso, com 10; seguido pelo Mato Grosso do Sul, com 9. Na sequência, aparece Santa Catarina (com 7 casos), Piauí (6), e Goiás com Maranhão (ambos com 5). Rio Grande do Sul e Paraná apresentam 4 registros cada. Tocantins, Ceará e Espírito Santo (todos os três com 3 casos); Bahia e Minas Gerais (dois registros cada) e Rondônia (com um caso) completam a divisão dos novos nomes que constam da "lista suja" de acordo com a divisão pelos estados da nação.
Marcadas pela expansão da fronteira agropecuária, Norte e Centro-Oeste aparecem com destaque na comparação entre regiões. Do total, 28 dos novos integrantes da lista foram flagrados no Norte (Pará, Tocantins e Rondônia). Outros 24 mantinham trabalho escravo no Centro-Oeste (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás). O Nordeste somou 16 nomes (em decorrência de ocorrências na Bahia, no Ceará, no Maranhão e no Piauí), acompanhado pelo Sul (15) e pelo Sudeste (5).
Inclusões e Exclusões da "Lista Suja" do Trabalho Escravo |
Entraram em 31/12/2010 |
Adão de Góes – 592.275.599-49 Ademar Teixeira de Barros – 193.494.086-00 AG Construtora Ltda. ME – 08.715.574/0001-58 Agostinho Zarpellon e Filhos S.A. Ind. E Comércio – 78.141.843/0001-03 Agroflorestal Tozzo S.A. – 02.298.006/0002-01 Agropecuária Corumbiara S/A (suspensa*) – 04.418.398/0001-31 Agropecuária São José Ltda. 03.141.488/0001-65 Agrovale Cia. Industrial Vale do Curu – 07.798.994/0001-82 Airton Fontenelle Rocha – 026.711.583-00 Airton Rost de Borba – 336.451.750-91 Aloísio Miranda Medeiros – 871.560.406-34 Antônio Assunção Tavares – 049.302.073-04 Antônio Carlos Martin – 339.534.147-04 Antônio Feitosa Trigueiro – 028.607.833-34 Ari Luiz Langer – 300.237.779-15 Bioauto MT Agroindustrial Ltda. – 08.645.222/0002-54 Brochmann Polis – Industrial e Florestal S.A. 83.750.604/0001-82 Carla Ezequiela Tiunilia Tavares Diniz Lemos Melo – 571.146.411-68 Carlos Fernando Moura & Cia. Ltda. – 00.110.581/0001-14 Carvoaria Santa Lúcia Ltda. ME – 09.606.470/0001-78 Cleber Vieira da Rosa & Cia. Ltda. – 09.025.835/0001-70 Construtora Lima e Cerávolo Ltda. – 02.683.698/0001-12 Darci Antônio Marques – 542.626.408-25 Dario Sczimanski – 026.596.899-20 De Bona e Marghetti Ltda. – 06.027.636/0001-03 Délio Fernandes Rodrigues – 288.135.531-53 Derimácio Maciel Soares – 385.433.971-20 Dissenha S/A Indústria e Comércio – 81.638.264/0007-62 Edésio Antônio dos Santos – 130.382.903-78 Edil Antônio de Souza – 368.373.851-00 Edson Gomes Pereira – 523.172.503-04 Edson Rosa de Oliveira – 158.863.938-03 Elcana Goiás Usina de Álcool e Açúcar Ltda. – 08.646.584/0001-89 Ervateira Regina Ltda – 84.585.470/0001-54 Espedito Bertoldo de Galiza – 066.925.083-04 Eujácio Ferreira de Almeida – 479.534.627-53 Fabiano Queiroz – 876.184.946-49 F. L. da Silva Carvoaria – 04.888.353/0001-20 Gilmar Gomes – 10.250.105/0001-52 Gilmar Toniolli – 475.888.700-44 Ind., Com. e Representações Família Betel Ltda. – 12.317.202/0001-40 Infisa – Infinity Itaúnas Agrícolas S/A. – 39.403.274/0001-67* Isaías Alves Araújo – 257.529.951-91 Jaime Argollo Ferrão – 139.730.618-15 João de Araújo Carneiro – 001.284.653-87 João Dilmar Meller Domenighi – 262.332.070-53 João Ribeiro Guimarães Neto – 127.367.591-68 Joel Pereira Corrêa – 022.756.941-53 José Carlos Castro dos Santos – 345.160.185-00 José Carlos Pereira da Silva – 858.232.449-91 José Celso do Nascimento Oliveira – 256.803.665-68 José de Oliveira Lima – 110.902.001-53 José Egídio Quintal – 011.739.109-30 José Silva – 008.067.734.-72 JR2 Construtora Ltda. – 04.247.681/0001-48 Landualdo Silva Santos – 375.838.832-53 Libra Ligas do Brasil S.A. – 10.500.221/0001-82 Madecal Agro Industrial Ltda. – 83.053.777/0002-22 Magno Rodrigues de Souza – 873.741.022-91 Manoel Luiz de Lima – 117.134.109-15 Nelcimar Borges do Prado – 039.738.081-04 Nelson Donadel* – 008.042.230-68 Nutrivale Madeiras e Erva-Mate Ltda. 75.144.139/0001-08 Onofre Marques de Melo – 050.043.141-87 Osmar Alves dos Santos – 031.447.631-87 Pedro Ilgenfritz 007.355.541-02 Peris Vieira de Gouvêa – 214.527.257-72 Ramilton Luis Duarte Costa 745.079.823-91 Realsul Reflorestamento Américas do Sul Ltda. – 77.585.701/0001-64 Repinho Reflorestadora Madeiras e Compensados Ltda. – 82.196.510/0001-40 Ricardo Peralta Pelegrine – 06.916.320/0001-72 Roberto Sebastião Pimenta 223.128.116-34 Ronaldo Garcia Pereira – 427.359.632-68 Rotavi Industrial Ltda. – 59.591.974/0014-54 Samarone de Freitas – 827.977.571-49 Sebastião Levi de Carvalho – 011.690.681-20 Sebastião Marques da Silva – 097.955.612-00 Sinomar Pereira de Freitas – 061.306.901-34 Transcarmo Transporte de Combustíveis Ltda. – 24.884.516/0001-80 Usina Fortaleza de Açúcar e Álcool – 05.935.048/0001-05* Valdemar Rodrigues do Vale – 092.315.011-00 Valdivino Barbosa da Silva – 268.106.702-20 Valnei José Queiroz – 664.920.410-20 Valtenir João Rigon – 680.445.349-20 Vanil Martins Sampaio – 068.305.606-91 Von Rommel Hofmann Peixoto – 001.693.997-29 Wanderley Rabelo de Andrade – 376.882.436-53 Welson Moreira da Luz – 680.881.082-68
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Saíram em 31/12/2010 |
013.202.708-91 – Adolfo Rodrigues Borges 035.406.423-15 – Antônio José Assis Braide 427.352.541-00 – Benedito Neto de Faria 452.361.006-15 – Daniel de Paiva Abreu 07.617.675/0002-04 – Ecofértil Agropecuária Ltda. 402.456.832-91 – Fábio Oliveira Ribeiro 26.830.240/0001-07 – Fatisul Indústria e Comércio de Óleos Vegetais Ltda. 061.664.905-34 – Flávio Orlando Carvalho Mattos 021.651.635-87 – José Rodrigues dos Santos 181.929.206-15 – Marco Antônio Andrade Barbosa 087.860.918-08 – Paulo Rogério Sumaia 131.447.406-59 – Raimundo Nonato de Pinho Filho 07.674.312/0001-20 – Reflorestar Com. Atacadista de Produtos Florestais Ltda. 215.712.607-49 – Romildo Contarini 072.967.381-20 – Sebastião Cabral Moreira Guimarães 000.285.769-34 – Valdir Bueno de Faria
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A atualização desta sexta (31) consiste na última realizada no governo Lula e a maior em número de entradas. Esse grande volume de inclusões está diretamente vinculado ao grande número de estabelecimentos inspecionados entre 2007 a 2009 (206, em 2007; 301, em 2008; e 350, em 2009).
O período existente entre as libertações e a entrada efetiva do empregador na "lista suja" é marcado pelo processo administrativo dentro do MTE, que inclui o direito de defesa por parte do fiscalizado. Nesse intervalo, o número de pessoas libertadas, de acordo com a pasta responsável dentro do governo federal, foi de 3.769 em 2009; 5.016 em 2008; e 5.999 em 2007.
A "lista suja" é reconhecida internacionalmente como um dos principais instrumentos no combate ao crime de trabalho escravo no Brasil. A pressão decorrente da inclusão no cadastro se dá por parte da opinião pública e da repressão econômica.
Após a inclusão do nome do infrator na "lista suja", instituições federais, como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o Banco da Amazônia (Basa), o Banco do Nordeste (BNB) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) suspendem a contratação de financiamentos e o acesso ao crédito. Bancos privados também estão proibidos de conceder crédito aos relacionados na lista. Quem é nela inserido também é submetido a restrições comerciais e outros tipo de bloqueio de negócios por parte das empresas signatárias do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo.
O nome da pessoa física ou jurídica incluída permanece na relação por pelo menos dois anos. Durante esse período, o empregador deve garantir que regularizou os problemas e quitou suas pendências com o governo e os trabalhadores. Caso contrário, permanece na lista.
*Retiradas da "lista suja" por força de liminares judiciais
Matéria atualizada em 4 de fevereiro de 2011
Prezados
Seria interessante que fossem publicados igualmente os nomes dos PROPRIETÁRIOS (pessoas FÍSICAS) das pessoas jurídicas (consta nas juntas comerciais)
Abração e parabéns pelo trabalho
CVastor Filho
Imaginem se o Brasil cumprisse a Convenção 81 da OIT e mantivesse um número de Auditores do Trabalho que fosse suficiente para fiscalizar de fato!
Agradeço as informações e penso que devemos multiplicar ao máximo esses dados e informações, pois é uma forma simples mas que está ao nosso alcance para punir esses maus empregadores e que fazem parte de maus brasileiros.
…ÓTIMO TRABALHO- REPÓRTER BRASIL –
É DE SUMA IMPORTÂNCIA PUBLICAR OS NOMES DAS PESSOAS FÍSICAS RESPONSÁVEIS PELAS EMPRESAS INCLUSAS NA LISTAGEM DA BANDIDAGEM. UMA PERGUNTA PERTINENTE… : QUANTOS ESTÃO PRESOS POR AFRONTAREM AS LEIS BRASILEIRAS…..??
Falta o nome da Construtora Teixeira Oliveira Ltda aqui em Fortaleza-Ceará,a rainha do assédio moral e escravidão de empregados.
Será que seria possível divulgar também quais marcas conhecidas usam as empresas listadas como fornecedores?
Parabéns pelo excelente e corajoso trabalho!!!
A lista por nome, estado, etc…confira. http://www.reporterbrasil.org.br/listasuja/resultado.php
O pior de tudo é que me disseram que expressivo número dos "federais" dessa legislatura são empresários e que outra parte por eles foram financiados. Daí, posso concluir que mais uma vez a PEC 431 não será votada. Uma vergonha para o Brasil!
Corrigindo…
PEC 438-2001.
A mídia televisa deveria publicar esta lista suja, seria um serviço de grande relevância para a sociedade.
Muito boas as notícias! Só tenho um pedido a fazer! O que vocês acham de uma parceria com outros sites como o Face book, Orkut, Twitter,etc. Assim poderia postar também lá e fazer uma divulgação mais ampla aos meus amigos. Um abraço e PAz e bem!
Não me surprendi com a lista, mas com os nomes citados, pois, três empresas dessas são da minha pequena cidade do Sul do Paraná: União da Vitória. E ainda há quem diga por aqui que não acredita que haja trabalho escravo no Brasil.É por isso que eles odeiam o PT por aqui e patrocinam os candidatos da Elite direitona. Parabéns por essa divulgação, Repórter Brasil.