O Grupo Móvel de Fiscalização do Trabalho realizou operação em 32 olarias no município de Gouvelândia, em Goiás, e resgatou 64 trabalhadores em condições degradantes. A denúncia, que partiu do Ministério Público do Trabalho e de sindicatos locais, seria sobre a ocorrência de trabalho infanto-juvenil nas olarias, mas outras situações foram encontradas pelos Auditores Fiscais do Trabalho – AFTs.
De acordo com o AFT Roberto Mendes, da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE-GO), os trabalhadores foram encontrados em alojamentos sem estrutura, cobertos por lona. Não havia instalações sanitárias, locais para banho e água potável para consumo. "A ausência de condições mínimas de higiene e conforto formavam o panorama geral da situação encontrada em todas as olarias inspecionadas", completou Roberto. Também foi constatado o endividamento dos trabalhadores durante o período das chuvas, quando não há produção.
Já os adolescentes, segundo as denúncias, eram obrigados a acordar de madrugada e trabalhar nas olarias cortando tijolos entre 4 e 10 horas da manhã e, como iam cansadas para a escola, tinham um rendimento ruim em sala de aula. O Grupo Móvel encontrou oito adolescentes nas olarias, entre 15 e 17 anos, nessas condições e foram retiradas.
Segurança – Por determinação da fiscalização, os empregadores terão que cumprir uma série de exigências como fornecimento de equipamentos de proteção aos trabalhadores e construção de novas moradias e pagaram, no ato da ação fiscal, R$ 223.593,00 em multas rescisórias.
O AFT Roberto Mendes destaca que, além das condições subumanas no local onde estavam, não havia equipamentos de proteção individual para os trabalhadores e alguns deles apresentaram doenças laborais. "Principalmente dores na coluna, decorrentes de posturas incorretas durante o trabalho e dos inúmeros movimentos de abaixa-levanta realizados diariamente", acrescenta o AFT.