Operação do Grupo Móvel de Combate ao Trabalho Escravo flagra irregularidades no Oeste da Bahia

Uma fiscalização do Grupo Móvel de Combate ao Trabalho Escravo, realizada no período de 22 de março a 1º de abril, flagrou irregularidades trabalhistas em três fazendas e uma madeireira no Oeste da Bahia, localizadas nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e Formosa do Rio Preto. Pelo menos 138 trabalhadores ligados às atividades de carvoaria, serralheria e cultura do eucalipto foram encontrados em condições degradantes e jornada extenuante.

Na Fazenda São José, que fica na Rodovia de Barreiras-Formosa do Rio Preto, o grupo integrado por representantes do Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho e Emprego e Polícia Rodoviária Federal encontrou 14 empregados na produção de carvão destinado a siderúrgicas de Minas Gerais. Entre as irregularidades, jornada excessiva de trabalho, ausência de equipamentos de proteção individual (EPI) e primeiros socorros, ausência de registro em CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social), salários pagos após o quinto dia útil do mês subsequente ao trabalhado e condições inadequadas de instalações e higiene, além de falta de exames médicos legais.

Após a inspeção do grupo móvel, o representante da Fazenda São José iniciou a regularização de instalações e aspectos de higiene, e aceitou firmar um TAC (termo de ajustamento de conduta) com o MPT, comprometendo-se a corrigir as indicações.

Nas fazendas de eucalipto ligadas à empresa de produção florestal ESA Agrícola Ltda. – Golfinho, Buritizeiro e Terra Bahia -, nas duas primeiras o grupo detectou más condições de meio ambiente do trabalho, com alojamentos, instalações sanitárias e frente de trabalho irregulares. A empresa também assumiu compromisso com o MPT, de firmar um TAC corrigindo a conduta.

Na Rocha & Silva Madeireira e Construção Ltda., a equipe flagrou condições inadequadas de moradia dos trabalhadores, sem alimentação, água para beber, EPIs ou material de primeiros socorros. Trazidos do Pará com promessas de trabalho e vida melhor, os trabalhadores também não tinham registro em CTPS nem tinham feitos os exames médicos admissionais. O grupo móvel resgatou os quatro empregados mantidos na serralheria, e apresentou à empresa a planilha de cálculos das verbas rescisórias e demais parcelas devidas. O pagamento e a regularização de alimentação e acomodação foi assumido pelo empregador, assim como a solução das pendências trabalhistas.

A operação do Grupo Móvel de Combate ao Trabalho Escravo teve a participação do procurador do MPT Luís Antônio Barbosa da Silva, de cinco auditores fiscais do MTE, coordenados por Virna Soraya Damasceno, e cinco agentes da Polícia Rodoviária Federal.

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