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Ação flagra trabalho escravo em metalúrgica de Pernambuco

"Foi constatado o cerceamento de liberdade porque os [sete] empregados não tinham condições de ir embora da metalúrgica, uma vez que não recebiam nada há meses", explicou o procurador responsável pelo caso, Fábio Cordeiro

Inspeção do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e do Ministério Público do Trabalho (MPT) libertou sete pessoas de trabalho escravo na metalúrgica Tecalmon, em Cabo do Santo Agostinho (PE). A fiscalização, ocorrida em maio, foi motivada pela denúncia das próprias vítimas ao MPT.

Os trabalhadores foram contratados em São Paulo e Porto Alegre com promessas de bons salários, mas de acordo com o MPT, não receberam os pagamentos devidos desde janeiro deste ano.

"Foi constatado o cerceamento de liberdade porque os empregados não tinham condições de ir embora da metalúrgica, uma vez que não recebiam nada há meses", explica o procurador Fábio Romero Aragão Cordeiro.

Além de só receberem uma refeição por dia, os trabalhadores dormiam, inicialmente, em uma pousada. Contudo, a empresa não pagou as diárias e eles foram levados para um imóvel alugado, onde estavam próximos de serem despejados por falta de quitação do aluguel, que é responsabilidade da Tecalmon. "A energia elétrica está cortada desde março por falta de pagamento", acrescentou o procurador do trabalho.

Além da falta de pagamento, ocasionando a restrição de liberdade dos trabalhadores migrantes, as condições do meio ambiente de trabalho também estavam irregulares. "O chão da fábrica estava alagado e com fios elétricos soltos. O risco de choque era alto", explica Fábio, do MPT. Não havia técnicos de segurança na empresa.

A empresa foi interditada pelo MTE. Há 69 empregados na metalúrgica, que foram afastados do trabalho enquanto durar a interdição.

Tecalmon firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o MPT e pagou as verbas rescisórias aos resgatados e também bancou o retorno para as cidades de origem dos mesmos. O pagamento ocorreu no início de junho.

A Repórter Brasil tentou contactar a Tecalmon. Contudo, ninguém atendeu nos telefones divulgados no site da empresa.


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4 Comentários

  1. Jeanete Alvarenga

    Senhores, o trabalho escravo não é só pelos operários, foi também com um dos dos sócios, o qual trabalhou de sabado a sabado para conseguirem pagar a tal empresa.Quitado tal operação o Sr Administrativo/socio majoritario, começou junto aos seus familiares/socios não emitirem mais o pagamento para a NF emitidas em nome da C&J A Consultoria Ltda, fazendo- passar por humilhações, pagar um preço muito alto em danos morais: bloqueios de c/c, cartões, nome no Serasa, a ponto de pedir ajuda a amigos para pequenas dificuldades enfrentadas no dia a dia. Minha auto estima e dignidade que é para mim muito valiosa esta sendo afetada por pessoas de baixo nivel que não respeita lei alguma. Mais informa

  2. Jeanete Alvarenga

    Mais informações: se hoje não estamos em Recife é porque não tivemos condições de nos manter, sem pagar o aluguel e não temos mais como até nos alimentar e remédios nem pensar, pois é considerado superfulo, pois até mesmo o plano (Unimed)está sem pagamento e ficamos sabendo qdo dele precisei. Morando em Recife com acordo de tal firma pagar o aluguel, este foi suspenso sem aviso prévio, mantendo-nos até com favores de quem não tinha condições de nos ajudar. Hoje completando meses com os pagamentos em atraso os quais foi insinuado que a firma não tem condições de nos pagar, se não nos cabe receber pergunto eu para que autoridades competentes, as quais lá já estiveram: não nos pagam porque?

  3. sandro

    esta emprasa é uma vergonha ja era pra ser desativada;da cidade do cabo

  4. sandro

    como é que uma empresa continua funcionando se tem tanta ação na justiça do trabalho contra ela se não pagou ninguem ate agora?