Presidente da Zara será ouvido na Alesp sobre escravidão na 4ª

 20/09/2011

O presidente da Zara no Brasil, Enrique Huertas Gonzales, será ouvido na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo às 13h de quarta-feira. Ele deve prestar explicações sobre as denúncias de trabalho escravo que envolvem a grife.

Novas imagens de oficinas de trabalho escravo serão disponibilizadas pelo representante da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) apresentará novos dados sobre exploração de trabalhadores no Brasil. Espera-se ainda o relato de um trabalhador que estaria em condições de escravidão.

Também participarão da reunião Luis Alexandre de Faria, auditor fiscal responsável pela diligência que apontou novas oficinas têxteis que exploravam trabalhadores no Bom Retiro, região central da capital; Luis Antonio Machado, da OIT; e o padre Mário Geremia, do Centro Pastoral do Migrante.

CPI
Está em condições de votação na pauta da Casa projeto de autoria do deputado Carlos Bezerra Jr. (PSDB) para mudar o Regimento Interno da Casa e permitir a instauração imediata de uma sexta CPI, nesse caso, para investigar trabalho escravo nas áreas urbana e rural de São Paulo. Atualmente, o parlamento estadual aceita o funcionamento de até cinco CPIs.

Pelas normas, à medida que são concluídas, outras podem ser abertas, respeitando a ordem cronológica de protocolo. A nova proposta foi assinada por 10 dos 15 líderes de bancada e só precisa de maioria simples para ser aprovada. O pedido de criação da CPI obteve 42 parlamentares signatários, superando o mínimo de 32 assinaturas.

Ações de fiscalização Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em oficinas na capital paulista e no interior encontraram dezenas de trabalhadores em condições análogas à escravidão ligados à Zara. A Zara recebeu 48 autos de infração, sendo que as multas chegam a R$ 1 milhão. A empresa também corre o risco de ser incluída na "lista suja" do Ministério do Trabalho. A Inditex, dona da Zara e de outras marcas de roupas, afirmou que o caso envolve "terceirização não autorizada" de oficinas de costura por parte de um fornecedor brasileiro da companhia. Além disso, há investigações contra outras 20 grifes de roupas nacionais e internacionais.

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