Os EUA investem por ano US$ 120 milhões (cerca de R$ 216 milhões) em ações para prevenir a exploração de seres humanos dentro e fora do país. a informação foi divulgada nesta terça-feira pelo embaixador norte-americano ligado ao tema, Luis deBaca, em reunião no Consulado de São Paulo. Segundo a Agência Senado, que cita a parlamentar Marinor Brito (PSOL-PA), o Brasil tem previsto apenas R$ 1 milhão do orçamento de 2012 para ações do tipo.
De acordo com ele, o governo norte-americano gostaria de investir mais pesado neste enfrentamento à escravidão e ao tráfico de pessoas – o mesmo crime, de acordo com ele – mas sua nação e outras encontram dificuldades na nova realidade econômica. "Num cenário de crise internacional, país nenhum consegue simplesmente despejar dinheiro em um problema, precisamos trabalhar em parcerias", disse.
Em sua passagem no Brasil, DeBaca esteve reunido com diversos órgãos brasileiros dedicados ao enfrentamento do trabalho análogo ao escravo e ao tráfico de pessoas. DeBaca criticou a ênfase que a maior parte das leis no mundo foque no "trânsito de pessoas", em vez de caracterizar mais claramente a forma da exploração sofrida.
"Sabemos que os brasileiros são vítimas de escravidão no Exterior. Mas sabemos também que muito mais brasileiros são vítimas de uma exploração deste tipo também em suas cidades de origem. Tráfico de seres humanos, portanto, não é uma questão do trânsito de pessoas, mas da supressão de seus direitos humanos", disse DeBaca.
O embaixador insistiu que este não é um crime novo, mas um "crime antigo no qual se está prestando mais atenção apenas agora". O diplomata afirmou que o maior desafio do Brasil no âmbito interno é combater a exploração da força de trabalho de imigrantes de países vizinhos, como o Paraguai e a Bolívia.