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Presidente da Câmara promete votar PEC do Trabalho Escravo na semana da Abolição

Em encontro com Comissão Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo, Marco Maia diz que emenda será colocada em votação antes de 13 de maio

Brasília – O deputado federal Marco Maia (PT), presidente da Câmara dos Deputados, comprometeu-se na manhã desta quarta-feira, 14 de março, a colocar em votação a Proposta de Emenda Constitucional 438, mais conhecida como PEC do Trabalho Escravo, na semana antes de 13 de maio, data em que se comemora a Abolição da Escravidão no Brasil. A promessa foi feita em encontro com a Comissão Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae), frente que reúne representantes da sociedade civil e de diversos órgãos do governo, e da qual a Repórter Brasil faz parte. Maia deve escolher o dia 8 de maio para a votação.

Marco Maia recebe representantes da Conatrae em Brasília. Foto: Daniel Santini

"Para ser aprovada, a proposta precisa de 308 votos. No PT, não vejo dificuldades para isso. É preciso conversar com os líderes dos outros partidos. A pressão é dos setores mais conservadores", afirmou Maia. A PEC 438 prevê a expropriação de terras em que for constatada a exploração de trabalhadores em condições análogas às de escravos. Sujeitar pessoas à escravidão contemporânea é crime previsto na legislação brasileira, no artigo 149 do Código Penal.

A PEC 438 já passou pelo Senado e foi aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados em agosto de 2004. Desde então, está parada. O texto sofreu modificações para incluir propriedades urbanas entre as que podem ficar sujeitas à expropriação, mas, segundo, os parlamentares, é possível submeter apenas esta mudança à nova votação no Senado. A sugestão de que a votação fosse realizada na semana da Abolição foi feita pelo senador Cristovão Buarque (PDT-DF), que participou do encontro. Também esteve presente o deputado Domingos Dutra (PT-MA), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, e Alesandro Molon (PT-RJ).

"A aprovação da PEC pode representar uma segunda abolição para o Brasil", afirmou a ministra dos Direitos Humanos Maria do Rosário, que ressaltou durante o encontro o apoio do Governo Federal à aprovação.

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4 Comentários

  1. Edivelton Tadeu Mendes

    Será que os políticos que fazem uso crime – TRABALHO ESCRAVO, serão punidos na forma da Lei?Tenho dúvidas!

  2. Roque Salinas

    Acho dificil, punir-se alguém pelo trabalho escravo. O Ministério do Trabalho, que tem a incumbência constitucional de fiscalizar as condições de trabalho, no campo ou na cidade, teve várias de suas agências fechadas em todo o Brasil, é um ministério sem força política, com o menor salário do funcionalismo, utilizado por politicos corruptos e sindicalistas inescrupulosos,que foi descontruidos pelos dois ultimos governos. A secretaria de Segurança do Trabalhador -SST – foi desativada na época do FHC, a mais de 13 anos. Somos um dos campões mundiais em acidentes do trabalho, que inclue o trabalho escravo e gastamos mais de 30 bilhões por ano com eles.O Brasil dá com uma mão e tira com a outra

  3. Antonio Donizete da Silva

    É difícil imaginar que ainda nos dias de hoje,haja quem resista a aprovação de uma lei como esta.Quero dizer a esses senhores,ou melhor,lembrá-los que nos encontramos em pleno século XXI,retroceder jamais,isso é sinal de atraso.Todos nós sabemos que a abolição não aconteceu por respeito aos direitos humanos,mas,por questões econômicas por isso quero sugerir;façam as contas e verão que ficará muito mais barato legalizar a situação desses trabalhadores,do que mantê-los sob regime de escravidão.Se não tens respeito pelos direitos humanos,respeite pelo menos o seu dinheiro.

  4. Ricklay Moraes

    Concordo plenamente com o comentário do Sr. Roque Salinas (17/03/2012 – 00h30). Nossa estrutura de fiscalização é deprimente.