A pecuária, a produção de carvão vegetal para o beneficiamento de minério de ferro e a construção civil são os setores da economia dos quais o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) mais resgatou trabalhadores em condições análogas às de escravo durante o ano de 2012. Tais segmentos estão entre os que apresentam o melhor desempenho econômico no Brasil atualmente.

O carvão vegetal é usado geralmente no beneficiamento de minério de ferro (Foto: SRTE/GO / Divulgação)
As informações são da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae), órgão ligado ao MTE, que também anunciou há alguns dias o contingente de quase 3 mil pessoas encontradas submetidas à escravidão contemporânea no ano passado. Os números indicam ainda que o Pará, seguido pelo Tocantins e o Paraná, foram os estados brasileiros em que mais houve a incidência de vítimas da prática. Os dados estão disponíveis para download aqui.
Com um montante de US$ 15,62 bilhões exportados em carne no ano passado, de acordo com dados do Ministério da Agricultura, a pecuária apresenta casos de trabalho escravo normalmente associados ao desmatamento ilícito na região da Amazônia legal. Normalmente, as vítimas resgatadas são empregadas na abertura de pastos para a criação de gado, na aplicação de agrotóxicos para o terreno ou então na construção de cercas.
A madeira recolhida a partir da derrubada das matas para abrir pastagem aos animais, por sua vez, serve como base para a produção de carvão vegetal que, com frequência, é usado na cadeia produtiva do beneficiamento de minério de ferro. Em fiscalização ocorrida no fim de 2012, um grupo de 150 trabalhadores foi resgatado de duas carvoarias que estariam fornecendo para indústrias siderúrgicas no polo de Marabá, no Pará.
Abaixo, o infográfico apresenta a compilação das informações sobre o contingente de resgatados por atividade econômica e a divisão regional do trabalho escravo no Brasil.
Estados e construção civil
Com um boom causado pela especulação sobre a valorização de terrenos e empreendimentos imobiliários e pelo incentivo através de programas federais, a construção civil foi a terceira atividade econômica com mais libertações de trabalho escravo pelo MTE em 2012. Em casos marcantes, vítimas foram resgatadas em obras do projeto “Minha Casa, Minha Vida”, do governo federal, sob responsabilidade da MRV Engenharia, e também a partir da fiscalização dos serviços de ampliação do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, na região da avenida Paulista, em São Paulo (SP).
No setor, as formas de escravidão contemporânea aparecem junto a casos de trabalho terceirizado. Somadas aos casos na área têxtil e certa incidência no meio rural, as ocorrências na construção civil colocam a região Sudeste como a segunda em que mais há incidência da prática no Brasil.
A partir dos resultados das fiscalizações no ano passado, a Repórter Brasil disponibiliza em mapa, na sequência, a quantidade de trabalhadores resgatados e o número de ações fiscais do MTE por estado do país. Clique para navegar e visualizar os dados.
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Gostaria de saber do Sr.Ministro da Justiça – Dr.José Eduardo Martins Cardoso, o que foi feito com os que escravizaram ou escravagistas?E ai, Ministro, estes verdadeiros criminosos, irão continuar L-leve, L-livre e S – soltos?
Também gostaria muito de saber o que foi feito com esses empresários e suas respectivas empresas que escravizaram todas essas pessoas.
A falta de fiscalização e o primordial para o trabalho escravo.Existem muitas empresas que submetem seus colaboradores a 14 a 20 horas de trabalho e colocam como bonificação para simplesmente burlar as leis,quando o mesmo consta que so trabalhou as 08:00 diárias no seu contra cheque. Dao ao trabalhador uma péssima alimentação e pior joga no meio do sol como se fosse porco,alojamentos abarrotados,transporta em ônibus que cabe 35 pessoas em PE levam 60 a 70 que alem de trabalhar em pe o dia inteiro e transportado em um ônibus imundo.Mais eu pergunto cada o Ministério do Trabalho?Nao sei.A fiscalização e muito fraca.Mais isso e Brasil,em pleno seculo 21 nessa situação constrangedora para os nossos trabalhadores.
O que precisa existir é uma fiscalização de qualidade e uma consequente punição aos empresários que ainda usam dessa prática absurda nas suas empresas. Cabe agora ao pais desenvolver medidas mais eficazes que realmente venha coibir esse absurdo em pleno século 21.