Em ação contra o tráfico de pessoas, organizações oferecem ‘presentes’ a transeuntes

 16/07/2013

“Veja o mundo e ganhe um bom dinheiro”. Assim começa a promessa de gordas recompensas, enquanto se assume o risco de embarcar sozinho ao exterior e aceitar duvidáveis propostas de trabalho feitas por estranhos, e que é também um dos principais artifícios para o aliciamento de vítimas ao tráfico internacional de pessoas e à escravidão contemporânea. Da mesma forma que a oportunidade parece cair no colo, em um lance de aparente boa sorte, grandes instalações em forma de caixa de presente simulam o processo de aliciamento de seres humanos em mais de cinco localidades ao longo do Rio de Janeiro (RJ) e do município de Duque de Caxias (RJ) desde a última segunda-feira (dia 15).

São instalações que, a princípio, podem destoar da imagem comum de quem circula pelos locais onde estão as caixas de presentes, mas na verdade fazem parte de uma campanha de conscientização sobre o tráfico internacional de pessoas, prática que afeta milhões de homens e mulheres no mundo inteiro — pelo menos 20,9 milhões de vítimas, segundo os dados mais recentes da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

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Localização de onde estão as instalações do Gift Box no Rio de Janeiro. Clique na imagem para ampliar o mapa. (Foto: reprodução)

Trata-se de uma iniciativa do Movimento GIFT box, criado originalmente no Reino Unido pela ONG Stop The Traffik, durante as Olimpíadas de Londres em 2012. O objetivo é fortalecer o enfrentamento ao tráfico de pessoas e a erradicação do trabalho escravo contemporâneo, enquanto a campanha ocorre concomitante à realização de grandes eventos. No Rio de Janeiro, a primeira edição do projeto aconteceu no período da Copa das Confederações; agora a capital fluminense recebe uma nova edição devido à Jornada Mundial da Juventude.

No Brasil, o projeto GIFT box é coordenado pela Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro (SEASDH) em conjunto com a representação da OIT no país. Conta ainda com o apoio das organizações da Jornada Mundial da Juventude, Exército da Salvação, projeto Kickoff Brasil, ONG Stop The Traffik, United Nations Global Iniciative to Fight Trafficking e Junta de Missões Nacionais de Convenção Batista Brasileira.

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