Íntegra da resposta da Suzano
As alegações apresentadas na matéria são inverídicas. A atuação da Suzano é pautada pelos mais altos valores éticos, preocupações que se estendem também às questões fundiárias. No processo de expansão de sua base florestal, seja pela aquisição de novos imóveis rurais, seja por arrendamento rural, além de outros aspectos, tais como as questões sociais e ambientais, a companhia realiza estudos minuciosos sobre a origem documental dos imóveis, abrangendo desde a transferência do patrimônio público (títulos de propriedade) para o particular, até a data de sua aquisição ou uso temporário. Nesse estudo, verifica-se, dentre outros aspetos, a forma com que se deu a referida titulação face a legislação vigente à sua época. Inclusive, a Suzano procura se certificar da veracidade de tais documentos por meio de consulta aos órgãos competentes.
Quanto à afirmação da matéria sobre a existência de processos judiciais em que se discute a propriedade ou que tenham cunho possessório, a Suzano, de fato, figura no polo passivo ou ativo de algumas demandas. Essas demandas, contudo, estão pautadas nos mais firmes princípios de direito e primam pela publicidade dos atos judiciais, que são conduzidos com a maior clareza possível e acesso de todos.
A Suzano reitera que a regularidade fundiária dos imóveis rurais que compõem sua base florestal tem importância ímpar, uma vez que a exploração do eucalipto, por ser tratar de cultura de longo prazo, não admite riscos – nesse caso, a própria perda da propriedade.
A Suzano desconhece a existência de qualquer comunidade identificada como Forquilha em sua área de influência. Após uma busca realizada internamente para o reconhecimento dessa comunidade, identificamos que há uma comunidade Forquilha localizada a 135 km de uma de nossas fazendas. A Suzano, portanto, não possui operações nessa região e, de igual maneira, não tem qualquer conhecimento sobre práticas adotadas por terceiros na região mencionada.
Em relação ao nome de Renato Miranda, mencionado na reportagem, a Suzano esclarece que nunca teve nenhum relacionamento comercial com o Sr. Miranda.
As alegações mencionadas na matéria não procedem. Anteriormente à compra de qualquer área, a Suzano realiza avaliações que levam em consideração, dentre outros fatores, as questões sociais da região de interesse. Os resultados de tais avaliações de impacto social são incorporados no planejamento e na implantação de atividades de manejo florestal, de forma a atender os interesses da empresa e as necessidades das comunidades locais. Além disso, dentre as práticas realizadas pela Suzano, são mantidos processos de consulta e relacionamento com as pessoas e grupos diretamente impactados pelas áreas de manejo.
Em relação a temas relacionados ao direito à terra, cabe ressaltar, ainda, que os direitos de posse e uso e os direitos costumários são avaliados, e quando (e se) identificados, são respeitados. Em casos de queixas, a empresa possui mecanismos para resolução do impasse, sempre buscando, primeiramente, o diálogo aberto com as partes interessadas. Entre os compromissos sustentados por nossas premissas de atuação está a não promoção de qualquer conversão de áreas de vegetação natural em plantio de eucalipto. Todos os nossos plantios são realizados, portanto, em áreas antropizadas, ou seja, anteriormente utilizadas pelo homem para outras finalidades. A consulta de nossas políticas pode ser feita no endereço http://www.suzano.com.br/sustentabilidade/estrategia/.
Ressaltamos, ainda, que a Suzano possui suas áreas florestais operacionais certificadas desde 2013 e tais certificações proíbem a conversão de florestas naturais em plantações, assim como exige a adoção de práticas para estabelecer e conduzir relacionamentos com as comunidades.
A Suzano, incluindo profissionais da empresa que residem na região, desconhece a existência da comunidade de Cabeceiro do Rio.
O BNDES historicamente investiu no setor de celulose, e não apenas na Suzano e Fibria, uma prática recorrente do banco de fomento brasileiro em empresas de setores que exigem capital intensivo.
No momento do anúncio da operação entre Suzano e Fibria, o BNDES, por intermédio da BNDESPar, detinha 29,1% do controle da Fibria e 6,9% do controle da Suzano. Após o acordo, o BNDES passará a deter aproximadamente 11% das ações da empresa combinada, ou seja, uma parcela inferior àquela detida quando analisadas as duas companhias de forma independente. Isso acontece porque o BNDES optou por vender, junto aos demais acionistas e nas mesmas condições do anúncio, parte de sua participação na Fibria. Com isso, o BNDES reduzirá sua exposição no setor monetizando aproximadamente R$ 8,7 bilhões, valor estimado após a atualização dos valores da transação pelo CDI).
A afirmação de que o governo brasileiro estimula a concentração de empresas no setor de celulose, em referência à operação entre Suzano e Fibria, também não condiz com a realidade. A combinação dos ativos e da base acionária entre as duas empresas foi consumada com base em condições privadas, ou seja, não houve qualquer influência governamental. As negociações para a fusão das duas empresas tiveram início com a Votorantim Participações, principal acionista da Fibria, e depois com o BNDES. Os acionistas controladores conduziram o processo de forma justa e equânime e sem que houvesse qualquer interferência externa de nenhuma natureza.
Cabe ressaltar também que o BNDES, representado pela sua controlada BNDESPar, possuía no momento da operação ações da Suzano e da Fibria, assim como de outras dezenas de empresas brasileiras, incluindo outras empresas do setor de celulose.
Por meio do processo de fotossíntese, as árvores absorvem CO2 da atmosfera para a formação de sua biomassa e a manutenção de seus sistemas, construindo e mantendo estoque de carbono. Esta remoção do carbono atmosférico para utilização no sistema vivo (manutenção do metabolismo e a formação da biomassa) é chamada de sequestro, enquanto que a biomassa constitui o chamado estoque de carbono.
Deste modo, florestas em crescimento (independente de sua espécie) sequestram uma quantidade maior de carbono, uma vez que ainda estão construindo sua biomassa – possuem um estoque menor, mas crescente. Florestas já estabelecidas, por sua vez, removem quantidades menores, quase estáveis ao longo do tempo, pois o carbono é utilizado apenas para a manutenção do metabolismo e da biomassa já existente.
Assim, a lógica de se contemplar florestas plantadas para fins comerciais dentro do escopo dos compromissos climáticos insere-se nesse contexto. A Suzano possui 1,2 milhão de hectares, dos quais 538 mil hectares destinados a preservação. Como é necessário manter o abastecimento para as fábricas, a partir do plantio de novas mudas, a empresa conta com mais de 1 milhão de hectares com biomassa sobre o solo, independentemente da colheita no final do ciclo de determinadas áreas.
Diante da especificidade das operações, a Suzano contabiliza anualmente os estoques, remoções e emissões de CO2 dos plantios em suas áreas. A quantidade de carbono estocada é obtida a partir do inventário florestal, que contabiliza a biomassa abaixo e acima do solo nas áreas de eucalipto. Já a remoção ou emissão líquida é obtida ao se comparar a biomassa inventariada no início e no final do ano. Assim, ao final de 2017, a Suzano contabilizou 57,9 milhões tCO2e estocados em suas plantações, acima do nível de 54,8 milhões tCO2e estocados ao final de 2016. Isso mostra que, mesmo com a colheita associada às nossas operações, houve um incremento da biomassa em nossas áreas e a consequente remoção de 3 milhões tCO2e no ano, resultado da expansão e crescimento dos eucaliptos. Além disso, as áreas que são destinadas à preservação seguem a dinâmica das áreas naturais mencionadas anteriormente e mantêm um estoque permanente de carbono. As remoções, por sua vez, são quase estáveis (nas áreas já estabelecidas) quando comparadas com as remoções dos plantios e das áreas em restauração, constituídos por vegetação em crescimento.
Nossos plantios são realizados apenas em áreas antes utilizadas pelo homem para outras finalidades. Portanto, não há nenhuma operação realizada pela Suzano que resulte na supressão de mata nativa. Além disso, estamos comprometidos com a integridade dos habitats dos animais e por isso adotamos uma série de ações em favor da preservação da biodiversidade e dos naturais. Nosso sistema de plantio, por exemplo, é realizado no sistema de mosaico, um modelo no qual as áreas naturais são intercaladas com plantios de eucalipto, viabilizando a manutenção e o desenvolvimento de espécies da fauna e da flora por meio de corredores ecológicos. Quando possível, procuramos ainda interligar, por meio de corredores ecológicos, os principais fragmentos de áreas naturais.
Como parte de nossa conduta socioambiental, investimos também na recuperação de áreas degradadas e na preservação e gestão de remanescentes da vegetação nativa, contribuindo diretamente para a proteção dos biomas da Amazônia, da Mata Atlântica e do Cerrado. Esse modelo contribui para a manutenção dos ecossistemas, mas também para a proteção do solo, recarga dos lençóis freáticos e captura e estocagem de carbono da atmosfera.
A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) divulgou um extenso material sobre o tema. O acesso pode ser feito no site https://iba.org/datafiles/publicacoes/pdf/info-mudancas-climatica-2018.pdf
Pesquisas desenvolvidas por especialistas apontam que o consumo de água pelo cultivo de eucalipto não é diferente do de outras espécies plantadas. O efeito do plantio sobre o solo e sobre os recursos hídricos está associado, principalmente, às práticas de manejo e não às espécies cultivadas.
No caso do plantio de eucalipto no Brasil, praticado por empresas comprometidas com a sustentabilidade, como é o caso da Suzano, são utilizadas as técnicas mais avançadas em termos de manejo de solo e água. Esse modelo garante um ambiente adequado e propício à sustentabilidade das operações no longo prazo, conforme comprovam os consecutivos ganhos de produtividade registrados em áreas onde os plantios ocorrem há mais de 80 anos, sempre com foco na responsabilidade e no respeito socioambiental.
Conforme já mencionado anteriormente, praticamos um manejo florestal essencialmente sustentável, com práticas voltadas à preservação da biodiversidade e dos ciclos naturais, que contribuem diretamente para serviços ecossistêmicos de provisão e regulação.
Para saber sobre esse tema, sugerimos a leitura de outros canais de informação, tais como:
** http://dialogoflorestal.org.br/wp-content/uploads/2018/05/cadernos-do-dialogo1-agua-e-silvicultura.pdf
** https://www.iba.org/datafiles/publicacoes/pdf/pt-info-agua-2018.pdf
How much land does Suzano own in Brazil (total) and in the states of Espírito Santo, Bahia and Maranhão (individually)?
Suzano ended 2017 with approximately 1.2 million hectares, approximately 540,000 hectares of which were set aside for preservation. Considering only the states of Espírito Santo, Bahia and Maranhão, the total area was approximately 750,000 hectares, 330,000 hectares of which were set aside for preservation (Suzano does not disclose data broken down by state).
How much land does the company plan to acquire over the next ten years?
Due to strategic and compliance issues, the company does not disclose estimates for land acquisitions.
Does the company plan to build more pulp and paper mills in Maranhão or Piauí?
Due to strategic and compliance issues, the company does not disclose estimates for project expansions.
Eucalyptus monoculture
Research conducted by experts shows that water consumption by eucalyptus cultivation is no different from that of other crops. The effect of cultivation on soil and water resources therefore is associated with management strategies, and not with the species cultivated.
In the case of eucalyptus cultivation in Brazil, which is practiced by companies committed to sustainability, the most advanced techniques soil and water management techniques are used. This model ensures an adequate environment that supports the sustainability of the business in the long term, as demonstrated by the consecutive productivity gains registered in areas where plantations have been grown for over 80 years, always with a focus on responsibility and on social and environmental respect.
Land Titles
Suzano, like other Brazilian forestry companies, rigorously complies with all laws and regulations involving its business activities, including with regard to the purchase of land for planting new crops. This practice is verified by industry organizations, such as the Bahia State Association of Forestry Companies (ABAF) and the Brazilian Forestry Industry Association (Ibá), by Brazilian regulators and by international certification agencies.
Illegal deforestation of riparian forests
Suzano, like other companies in the industry, operates in accordance with the the law and with the environmental regulations established by the applicable authorities. Industry companies do not adopt or condone illegal practices in their operations, which is a concern that extends to their sponsored companies, third parties, partners, etc.
According to the ABAF, today the industry preserves 0.7 hectare of native forests for each hectare of productive land, which is well above local and international requirements. This figure confirms that caring for the environment is equally important for preserving the resources that these companies need and use sustainably.
Water withdrawal from streams
Brazilian companies withdraw water in accordance with the law and with the environmental regulations established by the applicable authorities. As such, all and any water withdrawals comply with the established limits based on the flow of each waterway.
Use of pesticides
Industry companies adopt responsible practices for forest management, environmental preservation and respect for local communities. The initiatives are aligned with the international regulatory standards governing the rational and previously authorized use of certain chemicals.
It also is important to note that, according to the ABAF, data from the National Plant Protection Products Industry Trade Union (Sindiveg) show that the amount of active ingredients applied in Brazil is 5 kg/hectare (ha), which is much lower than the amount used in developed countries, such as the Netherlands (20.8 kg) and Japan (17.5 kg). In the forestry industry, according to the ABAF, the numbers are even lower: from 2011 to 2013, the forestry industry consumed on average approximately 0.8 kg/ha.
In addition to the rational use of products authorized by the applicable authorities, Brazilian companies engaged in the planting and cultivation of trees are working jointly and with research, extension and rural producer institutions to seek collective solutions to address the risk of increased threats to plantations. The work focuses on ensuring the safety of the people involved in applications and in protecting the environment.
Kimberly-Clark statement
“As one of the world’s largest buyers of wood pulp, we know that protecting our forests is critical to addressing climate change, conserving biodiversity and enduring a resilient, healthy supply chain. In March of this year, Kimberly-Clark was part of a meeting in Brazil hosted by The Forests Dialogue, The Brazilian Forests Dialogue and the World Wildlife Fund’s (WWF) New Generation Plantations Platform and included representatives from major global forestry companies, environmental and social non-governmental organizations, including the Global Forest Coalition, and local communities.
The purpose of this meeting was to visit the plantation operations of Fibria, Suzano and Veracel in the states of Bahia and Espirito Santo and several Indigenous Peoples, Quilombola, and Landless Peasant Movement communities to understand what activities the companies are taking to address the various environmental and social issues that have been raised. Attendees concluded that significant progress is being made by the companies but there is more work to do.
Kimberly-Clark’s policy to ensure the responsible sourcing of wood fibre remains consistent. We are proud that major environmental groups, including Greenpeace, FSC® and the World Wildlife Fund (WWF) have recognized Kimberly-Clark as a market leader for responsible fibre sourcing and forest protection, and we are committed to drive further improvements.”
Fibria’s responses
“Questions:
Eucalyptus monoculture
Research conducted by experts shows that water consumption by eucalyptus cultivation is no different from that of other crops. The effect of cultivation on soil and water resources therefore is associated with management strategies, and not with the species cultivated.
In the case of eucalyptus cultivation in Brazil, which is practiced by companies committed to sustainability, the most advanced techniques soil and water management techniques are used. This model ensures an adequate environment that supports the sustainability of the business in the long term, as demonstrated by the consecutive productivity gains registered in areas where plantations have been grown for over 80 years, always with a focus on responsibility and on social and environmental respect.
Land Titles
Fibria rigorously complies with all laws and regulations involving its business activities, including those with regard to the purchase of land for cultivating planted forests. This practice is verified by industry organizations, such as the Bahia State Association of Forestry Companies (ABAF) and the Brazilian Forestry Industry Association (Ibá), by Brazilian regulators and by international certification agencies.
Illegal deforestation of riparian forests
Fibria operates in accordance with the law and with the environmental regulations established by the applicable authorities. Fibria does not adopt or condone illegal practices in its operations, which is a concern that extends to their sponsored companies, third parties, partners, etc.
According to the ABAF, today the forest industry preserves 0.7 hectare of native forests for each hectare of productive land, which is well above local and international requirements. This figure confirms that caring for the environment is equally important for preserving the resources that these companies need and use sustainably.
Water withdrawal from streams
Fibria withdraw water in accordance with the law and with the environmental regulations established by the applicable authorities. As such, all and any water withdrawals comply with the established limits based on the flow of each waterway.
Use of pesticides
Fibria adopts responsible practices for forest management, environmental preservation and respect for local communities. The initiatives are aligned with the international regulatory standards governing the rational and previously authorized use of certain chemicals.
It also is important to note that, according to the ABAF, data from the National Plant Protection Products Industry Trade Union (Sindiveg) show that the amount of active ingredients applied in Brazil is 5 kg/hectare (ha), which is much lower than the amount used in developed countries, such as the Netherlands (20.8 kg) and Japan (17.5 kg). In the forestry industry, according to the ABAF, the numbers are even lower: from 2011 to 2013, the forestry industry consumed on average approximately 0.8 kg/ha.
In addition to the rational use of products authorized by the applicable authorities, Brazilian companies engaged in the planting and cultivation of trees are working jointly and with research, extension and rural producer institutions to seek collective solutions to address the risk of increased threats to plantations. The work focuses on ensuring the safety of the people involved in applications and in protecting the environment.”
NOTA DA REDAÇÃO: Esse post foi atualizado em 6 de dezembro de 2018 para inserir complementação da resposta da Suzano