Íntegra das respostas de Pão de Açúcar, Carrefour, Cencosud, Frigotil e Frigoestrela

Confira os posicionamentos enviados sobre a reportagem “Pão de Açúcar suspende compra de carne de fornecedores autuados por trabalho escravo”
 18/09/2019

Grupo Pão de Açúcar

A empresa informa que os dois frigoríficos mencionados foram suspensos de sua lista de fornecedores tão logo a companhia tomou conhecimento dos fatos, como prevê sua Carta de Ética para Fornecedores e sua Política de Compra Responsável de Carne Bovina. Esclarece, ainda, que não mantém relacionamento comercial com a Indústria e Comércio de Carnes e Derivados Boi Brasil Ltda. há mais de dois anos.

A diretoria de Sustentabilidade do GPA tem como pilar estratégico a gestão responsável da Cadeia de Valor. O objetivo é engajar os atores da cadeia para torná-los mais responsáveis com o meio ambiente, as pessoas e o bem-estar animal. São quatro os temas prioritários para a companhia: condições de trabalho, desmatamento, uso de recursos naturais e bem-estar animal.

A companhia possui uma política específica para Compra Responsável de Carne Bovina desde 2016, que homologa os fornecedores nacionais de todos os negócios do Grupo a fim de garantir o cumprimento de critérios socioambientais na produção de carne in natura e congelada – livre de desmatamento do bioma Amazônico, livre de condições análogas a trabalho escravo/infantil, livre de embargos, e de invasões de terras indígenas ou de conservação ambiental. 

Por política, o GPA também só adquire carne bovina de fornecedores com o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF), vinculado ao Ministério da Agricultura, responsável por assegurar a qualidade dos produtos de origem animal e garantir rastreabilidade e qualidade para o consumidor, respeitando as legislações nacionais e internacionais vigentes.

Carrefour

O Grupo Carrefour é membro fundador e curador do Instituto Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo (InPacto) e possui rigoroso controle da sua cadeia de fornecimento, buscando eliminar o risco de qualquer tipo de violação aos direitos humanos ou leis trabalhistas. O Grupo ressalta, ainda, que todos os seus contratos comerciais possuem cláusulas específicas que obrigam o fornecedor a se comprometer rigorosamente com todas as normas da legislação trabalhista vigente, garantindo a não utilização de mão de obra em condição análoga à de escravidão. Após tomar conhecimento, pela ONG Repórter Brasil, das acusações ao Frigoestrela, prontamente notificou o frigorífico, requerendo posicionamento urgente do fornecedor acerca dos fatos alegados. A rede reforça, ainda, que não manteve nenhum relacionamento comercial com os demais frigoríficos mencionados no referido período.

Cencosud

A Cencosud não tolera a utilização de trabalho escravo ou qualquer forma semelhante a este na sua operação e cadeia de fornecimento. Por isso, não mantém relação comercial com as empresas mencionadas no relatório publicado pela iniciativa Chain Action Research e, em seu sistema de gestão de compras, as três empresas denunciadas encontram-se bloqueadas e, portanto, inativas desde 2015. Adicionalmente, informamos que não há histórico de comercialização de produtos relativos a estas empresas em 2019.

Frigotil

O Frigotil adota processo interno que inibe a compra de gado nessas condições e está em fase de análise e contratação de empresa de consultoria, especializada na gestão de monitoramento geoespacial e de tecnologia da informação, o que possibilitará um maior controle socioambiental, estendendo seus efeitos a todos os fornecedores deste Frigorífico.

Frigoestrela

Repórter Brasil: O Frigoestrela adota algum tipo de ação para evitar comprar animais criados por empregadores flagrados utilizando mão de obra em condições análogas à escravidão?

Frigoestrela: Sim, os departamentos responsáveis por compra de bovinos fazem acompanhamentos constantes junto aos pecuaristas e, quando há qualquer restrição, entramos em contato para que os produtores nos apresente esclarecimentos sobre o assunto.

Qual é o posicionamento da empresa em relação às aquisições de gado oriundas do pecuarista mencionado na reportagem?

Ao sabermos da citação do referido pecuarista na lista, entramos em contato com o responsável, que prontamente nos informou que o processo, em trâmite judicial, ainda não foi julgado.

Assim, neste caso específico, recebemos do produtor a comprovação que tratava-se de denúncia em que ainda não havia sequer sido realizada audiência em virtude do não comparecimento do denunciante e, assim, não há de fato qualquer condenação.

Após a publicação da reportagem, o Frigoestrela enviou o seguinte posicionamento à Repórter Brasil:

Em respeito à matéria publicada no portal Repórter Brasil e ao trabalho exemplar da respectiva ONG responsável pelo veículo, o Frigoestrela S/A destaca que repudia quaisquer práticas análogas ao trabalho escravo/infantil, tendo uma trajetória idônea de mais de 40 anos de atuação nos mercados nacional e internacional. Tanto que mantém a prática já corriqueira de todos os departamentos responsáveis pela compra de bovinos acompanharem os fornecedores junto aos cadastros oficiais, com visitas periódicas às propriedades, e coibição imediata da compra, em caso de qualquer restrição observada. Com o objetivo de aprimorar essa prática, desde 13 de agosto deste ano também conta com uma assessoria especializada em gestão e monitoramento geoespacial de riscos, de forma a apurar e a garantir a conduta ética de seus fornecedores.

Esclarecemos ainda que, no caso específico relatado pela referida matéria, as compras mencionadas foram realizadas exclusivamente da Fazenda Barreirinho, localizada na Rod. MT 130, Km 15, à esquerda, S/N, que não possui qualquer restrição, inclusive no que diz respeito ao cadastro editado pela Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae) do Ministério Público do Trabalho.

Levando em consideração a relação de transparência, confiança e ética pela qual prezamos com todos os nossos públicos, inclusive os mais de 1.200 fornecedores ativos, que nunca figuraram em nenhuma situação similar, e diante da ausência de qualquer condenação judicial, ao sabermos da citação do pecuarista Hélio Cavalcanti Garcia no referido cadastro, o comunicamos no intuito de apurar a situação e dar-lhe o direito de esclarecimento, também prestado por ele à imprensa e à justiça.

Ainda assim, salientamos que, desde 14 de maio, já não mantínhamos mais qualquer tipo de relação com o pecuarista mencionado ou com qualquer uma de suas propriedades e assim seguiremos.

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