Íntegra das respostas de Bunge e Cargill sobre compras do Agronegócio Estrondo

Confira os posicionamentos das companhias acusadas pelo Greenpeace de comprarem soja ‘contaminada por violência e desmatamento’
 03/12/2019

Os posicionamentos são referentes à reportagem Bunge e Cargill compram soja ‘contaminada por violência e desmatamento’ do Agronegócio Estrondo, diz Greenpeace.

Nota da Bunge  

A Bunge está comprometida com uma cadeia de suprimentos sustentável e com o respeito à legislação vigente. Por meio de sua Política de Relacionamento com Fornecedores, a empresa mantém rigoroso controle sobre critérios socioambientais em suas operações em todo o Brasil. As ações de monitoramento incluem verificações diárias às listas públicas disponíveis de não conformidades do Ibama e do Ministério do Trabalho e Emprego, além da checagem de outros requisitos legais e compromissos formalmente assumidos. Esses procedimentos orientam as decisões de comercialização de grãos da companhia, garantindo operações legalmente regulares inclusive com os fornecedores cujas propriedades rurais estão localizadas na microrregião da Bahia denominada “Estrondo”.

Vale destacar que o silo da empresa não faz parte da área do Agronegócio Condomínio Cachoeira do Estrondo. Além disso, a Bunge não mantém relações comerciais com a administração do Condomínio.

Além de atender a toda a legislação e normas vigentes, a Bunge também assumiu projetos, políticas e compromissos públicos em prol da produção agrícola sustentável. 

Em 2015, a Bunge lançou sua Política Global de Não-Desflorestamento, que tem como objetivo uma cadeia de fornecimento livre de desmatamento até 2025. Como resultado, a empresa já atingiu mais de 90% de rastreabilidade da cadeia de fornecimento direto em áreas com risco de desmatamento. Vale destacar que 99% do volume de soja originada na região de Formosa do Rio Preto provém de compras diretas.

Embora o objetivo seja a oferta de soja com desflorestamento zero aos clientes até 2025, resultados do monitoramento realizado até o presente momento demonstram a existência de pouquíssimos casos de desflorestamento em um banco de dados que contempla cerca de 8 mil propriedades (30 milhões de acres). Os dados são públicos e disponíveis para consulta na série de relatórios publicados pela Bunge em seu site.

Além disso, vale salientar que a Bunge faz parte do Grupo de Trabalho do Cerrado e de outros esforços multilaterais, como o Soft Commodities Forum (SCF), comprometidos em definir melhores formas de garantir a conservação deste bioma.

Entre outras iniciativas da companhia para o incentivo à produção sustentável vale destacar o Guia de Boas Práticas Agrícolas, a plataforma de planejamento territorial Agroideal (ambos disponíveis online e gratuitos) e o projeto Caminhos Sustentáveis, desenvolvido por Bunge e TNC. Durante os cinco anos de atuação (2013 a 2017), Caminhos Sustentáveis ajudou produtores rurais e governos municipais em 19 cidades, na Bahia, Mato Grosso e Pará, promovendo a adoção de melhores práticas agrícolas, com destaque para a expansão do Cadastro Ambiental Rural (CAR). A iniciativa, que mapeou mais de 25,5 mil propriedades, contribuiu com o cadastramento de mais de 17 mil unidades no CAR. 

Nota da Cargill

A Cargill não tem nenhuma relação comercial com a Agronegócio Condomínio Cachoeira do Estrondo. Esta empresa nunca foi fornecedora de soja da Cargill. A Cargill opera um armazém de grãos na região chamada Estrondo, cerca de 60 km da área de conflito e do qual não constam acusações legais.

No que diz respeito ao embarque da Royal Maybach – essas mercadorias vieram de nossas fábricas em Ponta Grossa (Paraná) e Três Lagoas (Mato Grosso do Sul), não da região de Estrondo. O carregamento da Scythia Graeca foi enviado pela Cargill pelo porto de Aratu e teve origem em nossa fábrica em Barreiras, que fica no estado da Bahia.

Quaisquer compras de soja na região de Estrondo vêm de produtores arrendatários que adquiriram direitos legais de uso da terra, de acordo com a devida diligência.

Sobre as políticas de fornecedores da Cargill

A Cargill não fornece e não fornecerá soja de agricultores que limpam terras em áreas protegidas. Temos controles para impedir que produtos não compatíveis entrem em nossas cadeias de suprimentos – e de nossos clientes. Isso inclui a validação de todo o suprimento direto com o Código Florestal Brasileiro por meio do CAR (Cadastro Ambiental Rural) e a verificação cruzada com as listas embargadas pelo governo brasileiro quando estabelecemos um contrato e novamente antes de receber o produto. Temos as mesmas expectativas de nossos fornecedores – incluindo a Bunge – de que eles não comprarão de terras desmatadas ilegalmente nem de nenhum fazendeiro da lista embargada. Se forem encontradas violações em qualquer área, tomaremos medidas imediatas de acordo com nosso Código de Conduta do Fornecedor.

Sobre as políticas de direitos humanos da Cargill

A Cargill está firmemente comprometida com a proteção dos direitos humanos. Acreditamos no tratamento de todos os indivíduos com dignidade e respeito no local de trabalho, em nossas cadeias de suprimentos e nas comunidades onde fazemos negócios, e esperamos o mesmo de nossos fornecedores. Se forem encontradas violações, tomaremos medidas imediatas de acordo com nosso Compromisso com os Direitos Humanos e o Código de Conduta do Fornecedor. Embora os proprietários do Agronegócio Condomínio Cachoeira do Estrondo não sejam fornecedores da Cargill, compartilharemos nosso compromisso inabalável com a segurança e a legalidade com sua empresa de segurança e com os fornecedores que cultivam nessa propriedade.

Sobre os compromissos da Cargill para acabar com o desmatamento

Também queremos reiterar nosso compromisso inabalável de eliminar o desmatamento de nossas cadeias de suprimentos. A Cargill tomou medidas para avançar nesse compromisso de proteger florestas e promover o desenvolvimento da agricultur, conforme demonstrado em nossa Política e Plano de Ação Sustentáveis ​​da Soja para a América do Sul e a Política de Florestas. Também estamos trabalhando com nosso Painel Consultivo Florestal para encontrar soluções para acabar com o desmatamento, protegendo os direitos legais à terra dos agricultores e sua capacidade de ganhar a vida através da agricultura. Os detalhes de nossas políticas e planos podem ser encontrados aqui: https://www.cargill.com/sustainability/deforestation


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