Íntegra das respostas das redes de supermercados

Confira os posicionamentos de Carrefour, Grupo Big e Grupo Pão de Açúcar sobre o controle de fornecedores irregulares de carne bovina
 29/06/2020

Os posicionamentos são referentes à reportagem Desmatamento na Amazônia: controle de supermercados sobre fornecedores irregulares de carne bovina é falho, dizem entidades.

Carrefour

Os temas ambientais são transversais ao negócio do Grupo Carrefour no mundo e inseridos na agenda estratégica da companhia, que mantém programas de produção sustentável de alimentos e de manutenção da biodiversidade, buscando alternativas que preservem florestas e vegetações e entreguem produtos de alta qualidade e confiabilidade. A companhia exige de toda a sua cadeia de fornecimento o cumprimento à legislação ambiental e aos direitos humanos e repudia qualquer prática ligada ao desmatamento.

Diante dos questionamentos apontados, a empresa notificou os frigoríficos citados, solicitando imediato esclarecimento quanto aos fatos expostos. A não comunicação por parte dos fornecedores poderá acarretar na suspensão ou rescisão do contrato. Vale ressaltar que, ao desabilitar seus fornecedores, a companhia oferece a oportunidade de adequação e engajamento de pequenos, médios ou grandes frigoríficos, buscando estabelecer uma agenda positiva que vise à regularização dos processos e o respeito irrestrito à legislação.

Comprometido com o Desmatamento Zero, o Grupo Carrefour Brasil atua em diversas frentes em prol da preservação ambiental. No final de 2019, promoveu agendas com os CEOS dos maiores frigoríficos, buscando evoluir em um plano de ação conjunto. Participou da elaboração e é signatário do Protocolo Harmonizado da Pecuária (PHP), junto ao Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola) e ao MPF (Ministério Público Federal), e que visa à sistematização dos critérios e procedimentos de monitoramento das fazendas, entrando em vigor em julho de 2020. Vale ressaltar que este documento não deve ser utilizado como referência de análise para compras realizadas anteriormente, tendo em vista sua formalização e início de sua utilização neste ano.

Além disso, o grupo mantém a Plataforma de Pecuária Sustentável, que visa a fornecer carnes não oriundas de áreas de desmatamento. Graças à ferramenta de geolocalização, também trabalha para inibir a produção em regiões desmatadas, áreas de proteção ambiental e terras indígenas. A companhia é sócio-fundadora e membro do conselho diretor do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS), desde 2007, integra a Moratória da Soja e mantém o Programa de Produção Sustentável de Bezerros, implementado pela Iniciativa para o Comércio Sustentável (IDH) no Mato Grosso.

O Grupo Carrefour Brasil também aplica a Política de Compra Responsável de Carne Bovina In Natura a seus fornecedores, que define critérios para o fornecimento sustentável da cadeia de pecuária bovina brasileira, exigindo que adotem formas de verificação para cumprir os requisitos que asseguram a confiabilidade, o monitoramento e o reporte do processo de compra de bovinos.

Grupo Big

O Grupo BIG enfatiza que o relacionamento com os seus fornecedores é pautado pela ética e transparência, exigindo de seus parceiros de negócio o cumprimento de todas as normas e determinações vigentes na legislação. A empresa afirma que não compactua com quaisquer práticas contrárias à sua política de responsabilidade corporativa. A empresa atua para fomentar o desenvolvimento socioambiental de forma responsável e por isso mantém um programa de auditoria focado em monitorar e investigar a cadeia de suprimentos para atestar o cumprimento das legislações social e ambiental vigentes e do Código de Ética e Compliance da empresa. Em relação aos dados da reportagem, além de levantar seus dados de auditoria, a empresa averiguou as informações com a JBS, onde nenhuma irregularidade foi constatada até o momento.

Grupo Pão de Açúcar

O GPA tem como propósito, ser um agente transformador, melhorando e inovando o jeito de fazer negócio para a construção de uma sociedade mais responsável e inclusiva. Para isso, tem a sustentabilidade como um dos pilares estratégicos e atua em 6 eixos: valorização da nossa gente, consumo e oferta consciente, transformação da cadeia de valor, engajamento com a sociedade, gestão do impacto ambiental e gestão integrada e transparência.

No eixo de transformação da cadeia, buscamos o engajamento dos atores envolvidos com objetivo de torná-las mais responsáveis com o meio ambiente, as pessoas e o bem-estar animal. Construímos com nossos(as) fornecedores(as) uma relação pautada na ética e boas práticas, sempre conectadas a critérios sociais, ambientais e econômicos, contidos em nossa Carta Ética de Fornecedores(as). O documento, que compõe nosso contrato de comercialização, formaliza as regras e recomendações sobre respeito aos Direitos Humanos, jornada de trabalho, saúde e segurança, práticas anticorrupção, meio ambiente e bem-estar animal.

Por meio de estratégias específicas e programas de desenvolvimento, baseados em transparência, rastreabilidade e monitoramento, escolhemos quatro temas prioritários para atuação: Condições de trabalho, Combate ao desmatamento, Uso responsável da biodiversidade e, Bem-estar animal.

Para cada uma delas, temos eixos de trabalho, envolvendo diversas áreas da companhia e atores externos, com o objetivo de: Engajar fornecedores(as) e consumidores(as) nesses assuntos; Buscar soluções para aprimorar o monitoramento de nossas cadeias; Garantir o abastecimento em nossas lojas; Dar transparência às nossas partes interessadas e, Atuar próximo ao setor público e organizações da sociedade civil para cada vez mais fortalecer as legislações e boas práticas relacionadas aos processos produtivos sustentáveis.

Por nosso compromisso de prevenir e minimizar os impactos socioambientais em nossa cadeia de abastecimento de carne bovina, estabelecemos, desde 2016, uma política específica para Compra Responsável de Carne Bovina, que homologa os fornecedores nacionais de todos os negócios do Grupo a fim de identificar a origem direta e garantir o cumprimento de critérios socioambientais na produção de carne in natura (resfriada e congelada). São eles: Livre de desmatamento do bioma Amazônico, Livre de condições análogas a trabalho escravo/infantil, Livre de embargos, Livre de invasões de terras indígenas e, Livre de invasões em áreas de conservação ambiental.

Em 2019, todos os frigoríficos fornecedores do GPA já tinham sistemas de geomonitoramento para verificar se os pecuaristas diretos estão aderentes aos critérios exigidos em nossa Política Socioambiental de Compras de Carne Bovina. Os fornecedores que se recusaram a implementar um sistema de geomonitoramento foram bloqueados. Mais informações sobre os resultados da nossa política estão disponíveis no relatório de sustentabilidade 2019 (Link).

Por Política, o GPA também só adquire carne bovina de fornecedores com o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF), vinculado ao Ministério da Agricultura, responsável por assegurar a qualidade dos produtos de origem animal e garantir rastreabilidade e qualidade para o consumidor, respeitando as legislações nacionais e internacionais vigentes.

E, todos os nossos fornecedores devem informar a origem da carne ou do gado que processam para abastecer nossas lojas, em um sistema de rastreabilidade próprio. Para os frigoríficos, requeremos a implantação de um sistema de geomonitoramento para controlar a compra de gado e verificar o atendimento aos critérios de nossa Política. Fornecedores(as) que não aderiram à Política ou não a implementaram são suspensos(as) até adequação.

Em uma cadeia tão complexa como a do Cerrado, o GPA, em parceria com associações, o setor varejista, ONGs, governo e grupos de partes interessadas, vem buscando formas de evoluir no seu entendimento.  Nesse sentido, algumas iniciativas vêm sendo realizadas, tais como: assinatura do Manifesto do Cerrado em 2017, participação no Grupo de Trabalho para Fornecedores Indiretos (GTFI) liderado pela ONG Amigos da Terra, participação nas conversas para a convergência das práticas de monitoramento (como o Protocolo Harmonizado de Monitoramento), fomento à conscientização do setor varejista sobre o tema e implementação de pilotos de monitoramento dos indiretos.

Vale reforçar que desenvolvemos em nosso segmento de Marcas Exclusivas, há mais de 10 anos, uma linha de carnes exclusiva, a Rubia Gallega – proveniente do cruzamento da raça espanhola Rubia Gallega e da brasileira Nelore –, produzida no Brasil, por pecuaristas parceiros(as) exclusivos(as) do GPA. Todas as etapas de criação, recriação e engorda do gado são realizadas em fazendas dos(as) produtores(as) parceiros(as), garantindo a rastreabilidade total da cadeia, desde a inseminação do animal até a venda na gôndola.  Todas as 25 fazendas que produzem a Rubia Gallega foram visitadas pela Aliança da Terra, por meio do Programa “Produzindo Certo”, para avaliar aspectos legais, ambientais, sociais, econômicos, de bem-estar animal e de rastreabilidade, identificando assim pontos de melhoria e as melhores práticas como monitoramento da biodiversidade, análises de fertilidade do solo, criação de oportunidades de emprego local, entre outros.

Adicionalmente, o GPA informa que acionou os quatro frigoríficos mencionados pelo Repórter Brasil solicitando esclarecimentos sobre os casos apontados.


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