Íntegra das respostas dos aplicativos de delivery e transporte

Confira os posicionamentos de Loggi, Uber, 99, iFood e Rappi sobre as denúncias de entregadores e motoristas durante a pandemia de coronavírus
 01/07/2020

Loggi

A Loggi reforça que, desde o início da pandemia, estabeleceu um protocolo que minimiza o contato humano e estabelece uma série de cuidados com o objetivo de reduzir os riscos de contágio por Covid-19 durante o processo de entrega, o que envolve funcionários, entregadores e demais clientes. 

Todos os entregadores também contam com: Disponibilização de kits de proteção e prevenção com álcool em gel, luvas e máscara;omunicações diárias sobre prevenção; onitoramento diário de sintomas via formulário e aferição de temperatura nas agências Loggi;  oOferta de vouchers para consultas online caso o entregador apresente sintomas de Covid-19. 

Os casos confirmados reportados por meio do nosso monitoramento diário são tratados conforme recomendação do Ministério da Saúde, com orientação ao entregador de isolamento social por 14 dias. Para prezar pela segurança do próprio entregador, dos demais profissionais, dos funcionários e dos clientes, o aplicativo fica indisponível por esse período, sendo liberado assim que o prazo recomendado é cumprido. 

Além disso, pensando na seguridade social dos entregadores, a empresa só cadastra na plataforma quem for Microempreendedor Individual (MEI). 

Como MEI, o entregador contribui com o Sistema Previdenciário e recolhe INSS, garantindo sua aposentadoria e assistência social. Além disso, tem acesso à cobertura da seguridade social oferecida pelo INSS, como o auxílio-doença ou ainda a renda básica emergencial oferecida pelo governo. 

Uber

Sobre a covid-19, a empresa afirmou: “A Uber implementou uma política para que qualquer motorista ou entregador parceiro que for diagnosticado com o COVID-19, ou tiver quarentena individual solicitada por uma autoridade de saúde ou por um médico pelo risco de disseminar o COVID-19, receba assistência financeira por até 14 dias, enquanto estiver impossibilitado de usar a plataforma. O valor da assistência financeira é baseado na média diária de ganhos do parceiro nos três meses anteriores ao pedido da receber o auxílio. Os detalhes estão disponíveis no próprio aplicativo do parceiro, no Menu “Ajuda’ e depois em “Política de Auxílio”, ou no site da Uber.

Desde o início da pandemia, motoristas e entregadores parceiros podem solicitar, por meio do próprio aplicativo, reembolso para itens de proteção, como álcool em gel e máscaras. A Uber priorizou essa solução inicialmente exatamente pela capilaridade, para garantir que qualquer motorista ou entregador de qualquer lugar do Brasil possa ter acesso aos recursos. Mais recentemente, em maio deste ano, a empresa inaugurou o primeiro Centro de Higienização da Uber voltado a motoristas e entregadores parceiros no Brasil como uma iniciativa adicional para proporcionar acesso a esses ítens. Localizado em São Paulo, o centro permite que em um único local os parceiros façam limpeza dos veículos e das mochilas de entrega com tecnologia utilizada em limpeza hospitalar, retirem kits com itens de proteção e higiene (máscara, luvas e desinfetante) e instalem divisórias de PET para proteção adicional nos carros. A iniciativa é um piloto e poderá ser estendida a outras cidades.

A Uber fechou ainda uma parceria com o Vale Saúde Sempre, que oferece para todos os parceiros descontos em consultas médicas na rede de atendimento privada e mais de 3.000 tipos de exames laboratoriais e de imagens. Além disso, os mais de 1 milhão de motoristas e entregadores parceiros da Uber no Brasil têm a opção de utilizar o serviço de orientação médica online do Hospital Israelita Albert Einstein. Chamado de Einstein Conecta, o serviço funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, com orientações por videoconferência, permitindo conforto e agilidade no atendimento com acesso à excelência médica proporcionada por um dos principais hospitais do País – uma conveniência que ganha ainda mais relevância em tempos de coronavírus. 

Quanto às medidas preventivas no aplicativo, todos os usuários precisam passar por um checklist diariamente confirmando que estão tomando as precauções devidas, como o uso de máscara, utilização do banco traseiro do carro, janelas abertas para ventilação, além da higienização. Além disso, para que os motoristas parceiros possam realizar viagens, será necessário que eles passem por um checklist online que inclui uma selfie que verifica o uso da máscara. Se o usuário não estiver usando máscara ou se o motorista parceiro se sentir inseguro por qualquer outro motivo, o parceiro pode cancelar informando o motivo, sem que isso impacte sua taxa de aceitação.

Para ajudar a proteger entregadores parceiros, a Uber também enviou mensagens aos usuários do Uber Eats pedindo para preferirem a entrega de pedidos sem contato direto – o que pode ser solicitado no app. Por fim, a empresa mantém uma equipe multidisciplinar, disponível 24 horas por dia, para auxiliar as autoridades de saúde pública em seu plano de resposta contra a pandemia. A empresa também conta com a consultoria de um epidemiologista para garantir que as medidas tomadas sejam embasadas em orientações e evidências médicas.Todas as iniciativas anunciadas pela Uber durante a pandemia podem ser encontradas aqui.”

No quesito segurança viária, a empresa informou que: “Em todas as viagens ou entregas pela plataforma, usuários, motoristas e entregadores parceiros estão cobertos por um seguro para acidentes pessoais. O seguro, em parceria com a Chubb, é oferecido sem nenhum ônus a todos os parceiros e usuários.

A empresa sempre reforça a todos os usuários, entregadores e motoristas parceiros do aplicativo que o Código de Trânsito Brasileiro deve ser respeitado para segurança de todos. A empresa também possui uma parceria com uma consultoria de segurança viária que conta com especialistas de engenharia de tráfego e análise de comportamento para produzir materiais educativos e de prevenção para motociclistas.” 

Em relação aos valores pagos durante a pandemia, a empresa informou que: “Todos os ganhos com o Uber Eats estão disponibilizados de forma transparente para os entregadores parceiros, no próprio aplicativo, ficando clara cada taxa e valor correspondente. Não houve nenhuma diminuição nos valores pagos por entrega, que seguem sendo determinados por uma série de fatores, como a hora do pedido e distância a ser percorrida.”

A Repórter Brasil questionou a empresa sobre os casos relatados na matéria: 

Duas famílias relataram que não receberam até hoje o auxílio referente aos 14 dias de afastamento de dois motoristas que morreram por coronavírus. Uma dessas famílias sequer recebeu qualquer resposta para seu pedido enviado pelo aplicativo do pai. Os nomes desses dois motoristas falecidos são:Lincon Luis Teixeira Gonzaga e George Francisco Gomes

“A Uber lamenta profundamente a morte dos motoristas parceiros citados pela reportagem. No caso do Lincon Luis Teixeira Gonzaga, a família do mesmo não enviou nenhum documento necessário para a solicitação da assistência financeira, apesar de ter sido informada sobre o que seria necessário no dia 24/05. O suporte da Uber entrou novamente em contato no dia 26/06 e continua aguardando retorno. Sobre o motorista parceiro George Francisco Gomes, a família enviou o documento somente no dia 24/06. A documentação está sob análise, que como informado na política sobre assistência financeira,  pode levar de 5 a 10 dias úteis.” 

O entregador Paulo Lima “Galo”, líder do movimento Entregadores Antifascistas, relata que foi bloqueado pela UberEats por não conseguir entregar um pedido em virtude de um pneu furado. Segundo ele, esse bloqueio continua até hoje. Qual o critério adotado para a manutenção do bloqueio? Existe alguma relação com a atividade política que o entregador vem desempenhando?

 “A conta do entregador parceiro Paulo Lima foi desativada por descumprimento dos Termos & Condições com os quais o parceiro concordou ao contratar os serviços da plataforma Uber Eats.Após repetidos cancelamentos injustificados e entregas não realizadas, Paulo teve sua conta desativada. A desativação ocorreu depois de Paulo já ter recebido informações sobre o uso adequado do aplicativo em oportunidades anteriores nas quais também adotou conduta prejudicial ao bom funcionamento da plataforma.” 

O entregador Robson José do Prado sofreu um acidente no dia 9 de maio, em São Paulo, e foi bloqueado por não ter finalizado sua entrega para o UberEats. Robson ficou dias em coma, teve uma perna amputada e, por ter sido bloqueado no aplicativo, diz não estar conseguindo nem contactar a Uber para saber se tem direito a algum tipo de ajuda ou cobertura de seguro.

 “A Uber sente pelo acidente no qual o entregador parceiro Robson José do Prado foi envolvido. No entanto, a empresa esclarece que Robson nunca foi desativado e a ocorrência não foi reportada pelo aplicativo – a empresa só foi informada da ocorrência no contato feito pela reportagem. Todas as viagens na plataforma são cobertas por um seguro para acidentes pessoais e a empresa já entrou em contato com ele a fim de oferecer apoio. 

99

A 99 e a 99Food, empresas que integram a global DiDi Chuxing, priorizam a saúde e segurança dos motoristas e entregadores parceiros, bem como dos passageiros. Desde o início da pandemia adotou uma série de medidas e protocolos para ajudar a reduzir o contágio pelo novo coronavírus, adaptando inclusive iniciativas adotadas na China e outros países. 

Entre as ações estão: fundo de apoio financeiro para motoristas e entregadores parceiros diagnosticados com a doença; desinfecção dos carros com mesma tecnologia empregada na Europa e certificada pela Anvisa; distribuição de máscaras e álcool em gel; instalação de escudos de proteção (barreiras plásticas que separam motorista e passageiro); ferramenta de inteligência artificial para identificar o uso de máscara pelos motoristas; envio de mensagens de prevenção pelo aplicativo; podcast com orientações e informações sobre a doença, com a participação de especialistas, entre outras.

A empresa oferece ainda seguro de vida e contra acidentes no valor de até R$ 100 mil válido do momento que aceita uma corrida/entrega até sua finalização e o custo da apólice não é repassado ao motorista ou entregador parceiro. Sobre o relato de motoristas que estariam contaminados e não informam qual situação para a plataforma, reiteramos que isso fere às políticas de uso do aplicativo e é passível de banimento. A criação do Fundo foi uma medida para apoiar os parceiros e evitar situações como esta. 

Além disso, a plataforma possui uma opção para que passageiros e motoristas reportem automaticamente um comportamento inadequado relacionado ao Covid-19 no momento da avaliação. Além disso, está implementando o envio de perguntas aos passageiros para verificar se os condutores estão de máscara, tecnologia já disponível em dez grandes cidades, entre elas São Paulo, Rio e Brasília. Não há registros de penalização para motoristas parceiros que cancelaram corridas de passageiros que se negaram a utilizar máscaras. Incentivamos a utilização dos equipamentos de segurança por todos os usuários.

A 99 lamenta profundamente a morte do motorista parceiro Lincon Luis Teixeira Gonzaga e se solidariza com família da vítima nesse momento tão doloroso. A empresa informa que o pedido foi feito após o óbito e que a doação pode ser acessada por motoristas e entregadores parceiros que estiverem diagnosticados com Covid-19 ou que forem colocados em quarentena por autoridade médica. Até o momento, mais de R$ 3,1 milhões foram pagos em auxílio.

Em relação aos ganhos dos parceiros, a 99 vem trabalhando para minimizar os impactos da pandemia nos ganhos dos motoristas e entregadores parceiros. Apoiamos o isolamento social, mas é sabido que a medida reduziu a circulação de pessoas nas ruas e, portanto, há menos demanda para o serviço dos nossos parceiros, o que impacta diretamente seus ganhos. Preocupados com esse cenário, criamos duas novas categorias para estimular a geração de renda: o  99Entrega que permite o envio de itens pessoais de forma simples e segura; e o 99Poupa, uma opção para quem precisa sair de casa com preços mais acessíveis e nos horários nos quais o condutor ficaria parado ou rodaria sem passageiros, como meio da manhã e começo da tarde. 

Soma-se a isso o estímulo à doação de gorjetas aos parceiros via app e a doação da 99 de R$ 4 milhões em corridas para cidades em todo o país destinadas ao transporte de profissionais da saúde e outras ações, com 100% do valor repassado ao motorista, ou seja, a 99 abriu mão de sua taxa nestas corridas em benefício dos motoristas.

Por fim, a 99 e a 99Food respeitam o direito à liberdade de expressão e manifestação dentro dos limites legais e estão sempre abertas ao diálogo com todos os parceiros para construir as melhores práticas na plataforma e manter uma boa relação com seus parceiros. 

Os entregadores parceiros têm visibilidade sobre seus ganhos por pedido no aplicativo, calculados independentemente do valor pago pelo cliente. Embora a empresa tenha registrado aumento no número de cadastros de entregadores parceiros durante a pandemia, não houve alteração na forma como os valores das entregas destes profissionais são calculados e repassados.

A 99Food está empenhada em trabalhar para aumentar a renda dos entregadores parceiros através de mais pedidos, taxas mais baixas em comparação com os concorrentes e rotas mais inteligentes, tornando suas viagens mais eficientes.

Fundo de Apoio – Criado em março de 2020, o fundo conta com US$ 10 milhões para apoiar financeiramente motoristas e entregadores diagnosticados com a Covid-19 ou colocados em quarentena por uma autoridade médica, seguindo protocolos do Ministério da Saúde. O parceiro encaminha a documentação que é analisada e, sendo aprovada, o pagamento é feito em até 15 dias. As informações sobre acesso e critérios estão disponíveis no site: https://99app.com/coronavirus/fundo/termos/

O pagamento do auxílio, em forma de doação, considera a média dos ganhos diários do motorista parceiro na plataforma no período de setembro de 2019 a fevereiro de 2020. Para entregadores, o período é de dezembro de 2019 a fevereiro deste ano. Pessoas diagnosticadas com a doença receberão o valor equivalente a 28 dias e os colocados em quarentena por 14 dias. 

Para receber o auxílio, é necessário:

Entrar em contato com a Central de Atendimento via aplicativo, ou pelo telefone 0300 3132 421;

Ter em mãos o atestado médico contendo o Código Internacional de Doença (CID), assinatura e carimbo com número de registro no Conselho Regional de Medicina;

Ser usuário ativo na plataforma 99, tendo realizado pelo menos uma corrida nos 30 (trinta) dias anteriores à emissão do atestado médico.

Os motoristas/entregadores terão suas contas bloqueadas de forma temporária a partir da primeira notificação à 99/99Food, enquanto sua documentação está sendo analisada. Se os documentos forem validados, o pagamento da ajuda será liberado, e a conta permanecerá bloqueada por um período total de 28 dias para os casos de diagnóstico confirmado, ou de 14 dias para os casos de quarentena solicitada por autoridade médica.

Medidas de proteção: A empresa criou o Pacote de Proteção 99 que reúne um conjunto de medidas focadas na saúde e na proteção de parceiros e passageiros. Conheça algumas delas:

Desinfecção dos carros: Ao usar a mesma técnica, criada no Brasil, que vem sendo empregada na Espanha para desinfectar espaços como hotéis e hospitais e certificada pela Anvisa, a 99 desinfecta gratuitamente os carros dos motoristas parceiros como forma de garantir uma corrida mais segura para ele e os passageiros, especialmente os de serviços essenciais e garantir renda para os condutores. Não há limite de uso deste serviço. Já são mais de 150 mil carros desinfectados em 15 bases distribuídas pelo país

Máscaras: Doação de 550 mil máscaras laváveis para motoristas parceiros circularem em segurança em mais de 20 cidades-pólo. Também foram feitos vídeos ensinando a produzir o próprio item, sempre alinhado com as normas do Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde. Cerca de 40% da produção dessas máscaras foi feita por grupos de costureiras locais e imigrantes em 10 cidades em  parceria com ONGs e institutos.

Álcool em Gel: está em andamento a distribuição de vidros de álcool em gel num investimento de meio milhão de reais.

Escudos de proteção: a 99 investiu R$ 900 mil na compra e instalação de escudos de proteção plásticos que servem como barreira física entre passageiros e motoristas. O dispositivo será gratuito para os condutores com mais corridas no aplicativo, medida planejada para impactar o maior número possível de viagens. 

Inteligência Artificial: Está em funcionamento uma tecnologia de reconhecimento facial para identificar automaticamente o uso de máscara de proteção por motoristas e entregadores parceiros. As novidades foram implementadas com sucesso na China, primeiro epicentro global da pandemia. Desenvolvidas pela Didi Chuxing, dona da 99, no Brasil os motoristas/entregadores passam pela verificação do uso de máscara e aqueles que não passarem no teste não poderão se conectar ao app. A empresa também está pedindo uma declaração, via aplicativo, de temperatura e condição de saúde dos motoristas, além de perguntar se eles possuem álcool no carro para desinfectar o veículo.

Cartão de Identificação: é uma funcionalidade na qual o passageiro se identifica para o motorista através do app, no início da corrida. Além do nome, o cartão digital também contém o endereço de destino do passageiro. O objetivo é que os usuários mantenham uma distância segura, sem perigo de contaminação e que os motoristas consigam verificar a identidade do passageiro cadastrado e o destino da corrida.

Kits de higienização 99 Food: Nas cidades onde está presente (Belo Horizonte e Curitiba), a 99Food está distribuindo itens de higienização para os entregadores parceiros. O kit contém máscaras da categoria N95/FFP2 e álcool em gel 70% para higienização de mãos, bolsas e guidão. Apesar da medida em curso desde abril, apenas 25% dos kits foram retirados pelos entregadores.

Entrega sem contato: Para uma entrega ainda mais segura para os entregadores parceiros e clientes, a 99Food sugere que o processo seja realizado sem contato. Basta que, ao finalizar pedido, na tela de confirmação, o cliente selecione a opção “Entrega sem contato”. A opção somente é válida para os pagamentos realizados via aplicativo.

Orientação via app e redes sociais: Importante destacar que mensagens de prevenção são enviadas via aplicativo e redes sociais desde março com dicas como andar com vidros abertos, sempre que possível, orientar passageiro a sentar no banco de trás, sempre higienizar as mãos e o veículo, e usar máscaras. Há ainda o podcast “Papo de Motora” com orientações e informações sobre a doença, com a participação de especialistas.

MEI e formalização – Diversas decisões com base em argumentos jurídicos em tribunais pelo Brasil referendam a tese de que não há vínculo empregatício entre motorista ou entregadores parceiros e as empresas, já que se trata de uma relação de intermediação de viagens/entregas. Isso se dá porque os serviços são prestados eventualmente, com o profissional definindo sua jornada de trabalho. Além disso, ele pode utilizar mais de uma plataforma para exercer sua atividade. 

Vale ressaltar que desde 2018, os motoristas autônomos que trabalham por aplicativo tiveram sua atividade regulamentada por legislação federal e passaram também a ter de contribuir com a Previdência Social. Existem algumas opções para fazer isso e uma delas é como microempreendedor individual, conhecido como MEI. Em 2019, a 99 lançou uma campanha, em parceria com o Ministério da Economia e Sebrae, para estimular a adesão ao MEI dos motoristas que não se enquadravam na lei.  

iFood

Durante a pandemia, criamos dois fundos solidários voltados a entregadores. O primeiro dá suporte aos parceiros de entrega que necessitem permanecer em quarentena por conta da doença. Com ele, o entregador recebe do fundo solidário um valor baseado na média dos seus repasses nos últimos 30 dias, proporcional a 28 dias de quarentena. Já o segundo fundo apoia os parceiros que fazem parte de grupos de risco, para que eles possam permanecer em isolamento. O fundo de proteção é voltado a entregadores com mais de 65 anos ou em condições de risco pré-existentes. Os entregadores permanecem em isolamento até o final de dezembro, recebendo do fundo um valor baseado na média dos seus repasses nos últimos 30 dias ativos. 

Os entregadores que necessitem receber o auxílio do fundo devem comunicar através do app iFood para Entregadores. Acessando a FAQ sobre o tema, basta que o parceiro acesse o tópico “Estou com Coronavírus”. Informações sobre o tema também estão disponíveis dentro do Portal do Entregador. Os valores são pagos via transferência bancária, para a conta bancária de titularidade do entregador assim que é constatada a veracidade dos documentos apresentados pelos parceiros. Até o momento, menos de 1% da base, composta por 170 mil parceiros de entrega, deu entrada no pedido de auxílio. No total, o iFood já destinou mais de R$ 25 milhões em medidas para proteger os entregadores durante a pandemia do covid-19.

Visando assegurar o próprio entregador e a sociedade, o iFood inativa temporariamente a conta dos parceiros que necessitarem permanecer em quarentena. O tempo de inativação para o fundo solidário será de 28 dias; já para o fundo de proteção (grupos de risco), o isolamento acontece até dezembro deste ano. Após esse período, eles voltam a ficar ativos no app, sem punições ou prejuízos.

A distribuição de máscaras e álcool em gel, bem como todas as informações amplamente divulgadas de como se proteger da doença garantem a segurança tanto do cliente, quanto do entregador.

Para que os entregadores que tenham sintomas da doença ou que façam parte do grupo de risco possam ficar em casa, o valor disponibilizado pelo Fundo tem como base seus repasses dos últimos 30 dias nos quais estiveram ativos. Acreditamos que esse é um modelo justo, pois os entregadores têm perfis de uso do app muito diferentes. Dessa forma, é possível manter a média de rendimentos de quem ganha mais do que um salário mínimo. Consequentemente, o mesmo é válido para quem ganha menos porque usa muito pouco a plataforma.

Além disso, durante a pandemia, desenvolvemos a Entrega sem Contato, para ampliar a segurança do delivery para entregadores e clientes. Com ela, o usuário seleciona uma forma de pagamento online, escolhe a opção de local mais adequada para o entregador deixar sua refeição e, se precisar combinar algum detalhe, ele pode entrar em contato direto com o entregador ou restaurante pelo chat do app. Dessa forma, o pedido é deixado no local indicado sem a necessidade de que o cliente e o entregador se encontrem pessoalmente.

Disponibilizamos um plano de vantagens em serviços de saúde para todos os entregadores, com acesso a uma rede credenciada de clínicas médicas, laboratórios e farmácias com valores acessíveis e descontos de até 80%. Além disso, estendemos para todo o país o Delivery de Vantagens, clube de benefícios exclusivo com descontos em diversos produtos e serviços, como seguro de moto, por exemplo.

Em abril, iniciamos a distribuição de EPIs (álcool em gel e máscaras reutilizáveis) em kits com duração de pelo menos um mês. O iFood desenvolveu uma logística específica para retirada desses materiais, para evitar aglomerações. O entregador recebe um convite no aplicativo, como se fosse um pedido, e o deslocamento é pago até o ponto de retirada. 

A empresa já comunicou todos os entregadores ativos sobre a retirada e está focada grande parte dos seus esforços para atingir toda a base de entregadores nas cidades em que operamos. Distribuímos mais de 818 mil itens de proteção individual entre 1º de abril e 25 de junho para os entregadores ativos durante a quarentena, tendo cada um recebido um kit  com 4 máscaras reutilizáveis e 500 ml de álcool gel. Também continuamos avaliando alternativas para atingir mais pessoas de forma segura e controlada, considerando a distribuição mensal para que todos tenham materiais sempre

De acordo com pesquisa do Instituto Locomotiva realizada em abril, as medidas adotadas pelo iFood tiveram nota média de 8,9, melhor avaliação entre as ações realizadas por empresas do setor que operam no Brasil. Oito em cada dez entregadores avaliam muito positivamente as iniciativas.”

Seguro

Desde o fim de 2019, o iFood oferece a todos os entregadores cadastrados em sua plataforma o Seguro de Acidente Pessoal. A iniciativa é operacionalizada pela MetLife e pela MDS. Com ela, estão cobertas despesas médicas e odontológicas, bem como indenização em caso de invalidez temporária ou permanente ou óbito decorrente do acidente. O seguro não representa nenhum tipo de custo para os parceiros. O benefício é válido durante o período no qual eles estão logados na plataforma da empresa e também no “retorno para casa” – válido por uma hora e até 30 km do local da última entrega realizada de moto, ou por duas horas e até 30 Km do local da última entrega para quem realiza entregas com bicicletas, patinetes ou a pé. Desde abril, o iFood também disponibilizou um seguro que cobre mortes que venham a ser causadas por covid-19.

Manifestações

Antes de mais nada, o iFood respeita a liberdade de expressão em todos as suas formas. Em nenhuma hipótese entregadores são desativados por participar de movimentos. Essa medida é tomada somente quando há um descumprimento dos Termos & Condições para utilização da plataforma e é válida tanto para entregadores, como para consumidores e restaurantes.

É importante frisar que desativar indevidamente um entregador é ruim para o iFood. Os principais casos de desativação acontecem quando a empresa recebe denúncias e tem evidências do descumprimento dos termos e condições que pode incluir, por exemplo, extravio de pedidos, fraudes de pagamento ou, ainda, cessão da conta para terceiros.

Em casos identificados, o entregador recebe uma mensagem via aplicativo e é direcionado para um chat específico para entender o motivo da desativação e pedir análise do caso. A empresa também não adota nenhuma medida que possa prejudicar aqueles que rejeitam pedidos. Ao rejeitar muitos pedidos, o sistema entende que o entregador não está disponível naquele momento e pausa o aplicativo, voltando a enviar pedidos, em média,  15  minutos depois.

O iFood também não possui um sistema de ranking e nem de pontuação. O algoritmo de alocação de pedidos leva em consideração fatores como por exemplo, a disponibilidade e localização do entregador e distância entre restaurante e consumidor.

A empresa esclarece que o valor médio das rotas  é de R$ 8,46. Esse valor é calculado usando fatores como a distância percorrida entre o restaurante e o cliente, uma taxa pela coleta do pedido no restaurante e uma taxa pela entrega ao cliente, além de variações referentes a cidade, dia da semana e veículo utilizado para a entrega. Todos os entregadores ficam sabendo do valor da rota antes de aceitar ou declinar a entrega. Todas as rotas tem um valor mínimo de R$5,00 por pedido, mesmo que seja para curta distância.

Em maio, o valor médio por hora dos entregadores foi de R$ 21,80. Para fins de comparação apenas, esse valor é 4,6 vezes maior do que o valor por hora tendo como base o salário mínimo vigente no país. Esses entregadores foram responsáveis por 74% dos pedidos. Pelos dados do iFood, os ganhos médios mensais do grupo que têm a atividade de entregas como fonte principal de renda (37% do total) aumentaram 70% em maio quando comparados a fevereiro.

A empresa reforça que, de acordo com dados de pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva mostram que, mesmo após o fim da crise, 92% dos entregadores pretendem continuar na atividade de entregas por aplicativo.

Além disso, diante do cenário atual, também dobramos o valor das gorjetas repassadas em junho, e a expectativa é que nos próximos dias a gente atinja a marca total de R$ 5 milhões – essa mesma iniciativa já havia sido realizada em abril, quando foi repassado um total de R$ 4,4 milhões aos parceiros de entrega.

MEI

Não exigimos MEI para realizar o cadastro de entregadores, essa inscrição fica à critério do parceiro.

Ações na Justiça

Nosso modelo de negócio é novo e justamente, por isso, não há soluções prontas, e ele não se enquadra em regulações existentes. Por isso, somos favoráveis a uma nova regulação e queremos ser propositivos para construir leis que beneficiem todas as partes envolvidas.

Entendemos que a discussão do vínculo empregatício é um tema que desperta comoção. A 37a Vara do Trabalho de São Paulo concordou com nossos argumentos de que na relação que temos com os entregadores, não existe vínculo empregatício. Embora a decisão da primeira instância possa ser revertida em instâncias superiores (TRT, TST e STF), um novo modelo de trabalho foi criado, com especificidades que demandam uma nova legislação. Por isso, reconhecemos a necessidade de que o poder público, as empresas e os entregadores sejam co-responsáveis por aprofundar as regras que devem gerir o relacionamento profissional num ambiente de negócios disruptivo.

Rappi

A Rappi reconhece o direito à livre manifestação pacífica e busca continuamente o diálogo com os entregadores parceiros de forma a melhorar a experiência oferecida a eles. Antes da pandemia, eram realizados focus groups presenciais – cancelados naturalmente por ora – e, em virtude do momento, aumentamos nosso time de atendimento, com priorização do contato com o entregador, oferecendo suporte 24×7 por meio do aplicativo. Além disso, a empresa já oferece, desde o ano passado, seguro para acidente pessoal, invalidez permanente e morte acidental; parcerias que possibilitam desconto na troca de óleo, na compra de rastreador de veículos e em estacionamentos de bicicletas próximo a estações de metrô; e inaugurou Rappi Points (bases físicas para descanso, que estão fechadas devido à pandemia). Novos benefícios devem ser adicionados e comunicados em breve.

Fruto dessa comunicação constante, a Rappi também criou um mapa de demanda para ajudá-los a identificar as regiões com maior número de pedidos de forma a orientá-los sobre os locais com melhores oportunidades. O frete varia de acordo com o clima, dia da semana, horário, zona da entrega, distância percorrida e complexidade do pedido. Dados da empresa mostram que cerca de 75% deles ganha mais de R$ 18 por hora, quando ativos em entregas, e quase metade dos entregadores parceiros passam menos de 1 hora por dia conectados no app. Ainda, a Rappi possibilita que os clientes deem gorjeta aos entregadores por meio do aplicativo de forma segura. Entre fevereiro e junho, a empresa identificou um aumento de 238% no valor médio das gorjetas e de 50% no percentual de pedidos com gorjeta. Todo valor pago no aplicativo a título de gorjeta é integralmente repassado ao entregador.

Ainda, estamos sempre procurando maneiras para melhorar os nossos serviços, enquanto reconhecemos os entregadores parceiros com melhor nível de serviço. Pensando nisso, criamos o programa de pontos para que os entregadores parceiros com um maior número de pontos possam ter preferência para receber pedidos, criando mais oportunidades para eles e uma melhor experiência para nossos clientes. 

Além disso, – tendo em vista o momento que estamos atravessando – desenvolvemos e colocamos em prática diversos protocolos visando a segurança dos entregadores parceiros. Entre eles estão: 

– Desenvolvemos e colocamos em prática a entrega sem contato – em que os entregadores deixam o pedido na porta do cliente e se afastam, para evitar a proximidade -, e estamos incentivando o pagamento via app, para evitar o contato com cédulas de dinheiro (já não operávamos com máquinas de cartão); 

– Compramos álcool em gel e máscaras para entregadores parceiros, e estamos intensivamente distribuindo, assim como os orientando quanto aos procedimentos de uso – via pushes no aplicativo, blog e canal no YouTube voltados exclusivamente à eles. Semanalmente, disponibilizamos máscaras e álcool em gel e seguimos repondo esses itens; 

– Reforçamos as medidas de segurança em nossas Dark Kitchens, onde desenhamos faixas de distanciamento – para que os entregadores parceiros aguardem em segurança os pedidos – e estamos fazendo a desinfecção e sanitização de carros, motos, bikes e bags, com produtos recomendados pela ANVISA;

– Disponibilizamos no aplicativo do entregador parceiro um botão específico para que ele notifique a Rappi caso apresente sintomas compatíveis com Covid-19 ou confirme o diagnóstico, para que deixe de prestar serviços no aplicativo e seja imediatamente orientado; 

– Criamos um fundo que apoiará financeiramente os entregadores parceiros com sintomas ou confirmação da COVID-19 pelo período de 15 dias em que eles precisarão cumprir a quarentena. No Brasil, o fundo está sendo gerido pela Cruz Vermelha Brasileira; 

– Estamos realizando uma forte campanha de educação, autocuidado e prevenção, comunicando massivamente e diariamente todo o ecossistema – entregadores parceiros, usuários e estabelecimentos – para que sigam as orientações de segurança das autoridades antes, durante e depois da entrega; 

Reiteramos, ainda, que os entregadores parceiros têm total liberdade para se conectar ao nosso aplicativo sem restrições de tempo e sem exclusividade, e que não são bloqueados em decorrência de participação em manifestações no exercício de seus direitos. Os bloqueios na plataforma são restritos ao não cumprimento dos Termos e Condições e podem ser revistos por meio do aplicativo do entregador – abrindo um ticket dentro do seu app na seção Centro de Ajuda / Suporte / Minha Conta / Estou Desativado.

A Rappi segue sempre atenta a melhorias operacionais para todo o ecossistema e às recomendações das autoridades competentes para melhor apoiar a todos.

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