Íntegra da resposta da Minerva

Respostas enviadas para a reportagem “Brasil exporta gado vivo de fazendas da ‘lista suja’ do trabalho escravo e com desmatamento"
 14/06/2021

Ressaltamos que a prática de exportação de gado vivo em nossa empresa respeita a legislação  vigente para essa atividade, tanto no Brasil quanto nos países importadores, em relação aos  procedimentos técnicos, sanitários e operacionais, incluindo o transporte seguro dos animais. 

Adotamos os mais rigorosos critérios em relação ao manejo dos animais em nossas atividades,  privilegiando sempre o bem-estar animal, e realizamos treinamentos constantes com  profissionais atuantes em todas as etapas da cadeia de exportação de gado vivo, além de  diversos encontros com os pecuaristas para compartilhar conhecimento, trocar experiências,  novas tecnologias e principalmente melhores práticas no manejo. Seguimos ainda as premissas  dos cinco domínios do bem-estar animal recomendados pelo Farm Animal Welfare Committee  (FAWC). 

Sobre o monitoramento da cadeia, para combater o desmatamento ilegal dos ecossistemas  tropicais, monitoramos mais de 15 milhões de hectares com tecnologia de mapeamento  geográfico de fornecedores em todos os biomas brasileiros e no Paraguai. Inclusive, somos a  primeira empresa no Brasil a ter 100% dos fornecedores diretos mapeados na Amazônia,  Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica, incluindo os fornecedores de ciclo completo – aqueles que  produzem desde o nascimento do bezerro à produção industrial.  

Para a rastreabilidade integral da cadeia, os sistemas de monitoramento da Companhia são  cruzados com listas oficiais do Ibama, do Ministério do Meio Ambiente, da Secretaria do  Trabalho e do registro pelo Cadastro Ambiental Rural (CAR), como também de outros  documentos de posse da terra. Caso seja identificada qualquer irregularidade, o departamento  de sustentabilidade da Companhia bloqueia os fornecedores em não conformidade com  qualquer um dos critérios, eliminando a possibilidade de compra de matéria-prima de tais  produtores.  

Para as fazendas fornecedoras indiretas, também saímos na frente e iniciamos os testes da  ferramenta Visipec, que avalia os riscos relacionados ao elo da cadeia, e foi desenvolvida pela  Universidade de Wisconsin em parceria com a National Wildlife Federation (NWF). Os resultados  preliminares apontaram mais de 99% de conformidade nas fazendas indiretas de nível 1 com os  critérios definidos pelo Grupo de Trabalho dos Fornecedores Indiretos. Até o fim de 2021, vamos  integrar a ferramenta Visipec ao nosso sistema de monitoramento geográfico para a Amazônia.  

Seguindo nossos compromissos para a sustentabilidade, que incluem investimento de R$ 1,5  bilhão nos próximos anos, em diversas iniciativas, vamos atuar para garantir o desmatamento  ilegal zero em toda a cadeia de abastecimento na América do Sul até 2030. Seguiremos com o  monitoramento geográfico em todos os territórios do Brasil e vamos expandir para 100% dos  fornecedores diretos no Paraguai, em 2021; na Colômbia, em 2023; no Uruguai, em 2025; e nos  demais países do continente até 2030. Ademais, forneceremos aos produtores a mesma  tecnologia geoespacial que utilizamos para obter os melhores resultados de monitoramento do  setor, por meio de um aplicativo de verificação de fornecedores desenvolvido pela Niceplanet  Geotecnologia, até dezembro deste ano no Brasil, e nos demais países até 2030.  

Com relação aos casos citados pela Repórter Brasil, os nossos fornecedores diretos- Fvt Comércio  de Bovinos e Fazenda LC I – estão habilitados a comercializar gado para a Minerva Foods ou para  qualquer outra empresa do setor, segundo dados do Cadastro Ambiental Rural. Já as demais  fazendas mencionadas não constam em nosso sistema de compra de gado.

Atualmente não há dados e estatísticas acessíveis e confiáveis sobre a cadeia de rastreabilidade  completa de gado para determinar o número de fornecedores indiretos no Brasil. Qualquer  iniciativa de controle de fornecedores indiretos neste momento não é passível de processos  certificados MRV (sigla em inglês) – monitorável, reportável e atestável.  

Vale ressaltar que a competência legal pela gestão das Guias de Trânsito Animal (GTAs) é de  responsabilidade do Ministério da Agricultura (MAPA) por meio do Serviço de Inspeção Federal  (SIF), presente em todas as fábricas da Minerva Foods. Para que a finalidade das GTAs,  primariamente um documento de controle sanitário gerido pelo Ministério, seja também a de  potencial verificação dos fornecedores indiretos, é inerente que as indústrias tenham acesso  irrestrito a todas as GTAs emitidas, incluindo, principalmente, aquelas GTAs de seus fornecedores  diretos, ou seja, todo o trânsito animal ocorrido entre os mais 2,6 milhões de produtores rurais  com atividades agropecuárias, segundo o Cadastro Ambiental Rural.  

A Minerva Foods, como qualquer outra indústria fiscalizada pelo SIF, não possui acessibilidade  completa ao sistema de Guias de Trânsito Animal e, portanto, não possui meios efetivos de  verificar e rastrear fornecedores indiretos com o uso das GTAs. 

Mesmo com esses desafios, a empresa foi pioneira a iniciar os testes da ferramenta Visipec, que  avalia os riscos relacionados ao elo da cadeia, como mencionado acima. 

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