JBS
A JBS exige em 100% dos contratos de compras de grãos o atendimento a critérios socioambientais em todos os biomas brasileiros. Nos casos de compras de tradings, os contratos exigem que as fazendas fornecedoras delas não estejam em áreas de desmatamento ilegal; não possuam embargos federais e estaduais; não estejam localizadas em unidades de conservação ou em terras indígenas e quilombolas; nem utilizem trabalho análogo ao escravo. Adicionalmente, para as que atuam especificamente no bioma Amazônia, a JBS também exige que sejam signatárias da Moratória da Soja.
As tradings mencionadas pela apuração são todas signatárias da Moratória da Soja e seguem os critérios socioambientais estabelecidos em contratos assinados com a JBS. Como a Repórter Brasil não forneceu acesso aos documentos que amparam a sua apuração, não foi possível aprofundar a análise e verificar no detalhe as supostas irregularidades para os casos que envolvem essas supostas compras.
Nos casos de compras de produtores realizadas pela JBS, mencionadas pela apuração da ONG, as fazendas que forneceram grãos à empresa estavam em compliance com os critérios socioambientais da JBS nos momentos de realização das compras. Três delas receberam embargo ambiental em momento posterior e atualmente, pós-embargo, não têm relação comercial com a JBS. Outras duas fazendas mencionadas não têm registro de relação comercial com a JBS.
Bunge
A Bunge não comenta relações comerciais com produtores específicos.
Em relação às nossas operações no bioma Amazônia, seguimos com rigor os procedimentos da Moratória da Soja, desde o seu início. Em todas as auditorias da iniciativa, realizadas por terceiros, a Bunge obteve 100% de conformidade com o compromisso.
A Bunge não compra grãos de áreas desmatadas ilegalmente e, em regiões prioritárias do Brasil possui avançada rastreabilidade e monitoramento de suas compras diretas e indiretas – temos mais de 12.000 fazendas monitoradas, alcançando mais de 16 milhões de hectares. Nosso monitoramento usa tecnologia de satélite de última geração e é capaz de identificar mudanças no uso da terra e plantio em cada fazenda de onde originamos.
A Bunge está comprometida com uma cadeia de suprimentos sustentável e com o respeito à legislação vigente. Por meio de sua Política de Relacionamento com Fornecedores, mantém rigoroso controle sobre critérios socioambientais em suas operações em todo o Brasil. As ações de monitoramento incluem verificações diárias e automáticas às listas de áreas embargadas, do Ministério do Trabalho e Emprego e Moratória da Soja, além de outros requisitos legais e compromissos formalmente assumidos.
Além disso, disponibilizamos nossa experiência e tecnologia aos nossos parceiros. Em 2021, a companhia lançou o Parceria Sustentável Bunge, um programa inédito que ajuda revendas de grãos 30 a implementarem sistemas de verificação de cadeias de fornecimento, incluindo monitoramento por satélite em escala de fazenda, na região do Cerrado brasileiro. As revendas podem adotar serviços de imagem independentes ou usar a estrutura de monitoramento geoespacial da Bunge sem custos. Com o engajamento das revendas, a Bunge, que já rastreia e monitora 64% de suas compras indiretas no Cerrado, espera alcançar 100% até 2025.
A Bunge está comprometida em alcançar cadeias de suprimentos livres de desmatamento em 2025. Fomos os primeiros a anunciar o mais ambicioso compromisso em nossa escala no nosso setor e continuaremos a usar nossa posição de mercado para liderar o progresso da indústria nesta direção. Esse compromisso se estende a todas as regiões onde nós operamos, incluindo fornecimento direto e indireto.
Usando nossos protocolos, a Bunge é líder no fornecimento de produtos livres de desmatamento ao mercado, indo além da atual demanda de consumo. Nosso portfólio de certificação de soja inclui Round Table on Responsible Soy (RTRS), Biomass Biofuel Sustainability Voluntary Scheme (2BSvs), ProTerra, entre outros.
Nós também pretendemos ser líderes em transparência em nossa indústria, ajudando a elevar o nível de desempenho do setor ao monitorar e divulgar regularmente os progressos de nossos compromissos e de nossa performance. Desde 2016, nós publicamos atualizações regulares sobre rastreabilidade e nosso compromisso de não desmatamento. Somos a única companhia em nosso setor a produzir tais relatórios ao longo desse período de tempo. Nosso mais recente relatório de sustentabilidade pode ser consultado aqui.
A Bunge continuará trabalhando para promover padrões avançados e desenvolver abordagens práticas e sustentáveis. Isso é parte de nossa estratégia e nós vamos continuar comprometidos com essa jornada.
Amaggi
Diante das informações oferecidas pela Repórter Brasil e dos questionamentos recebidos, a AMAGGI, após os melhores esforços de apuração dos fatos, informa:
1. Do processo de comercialização e garantia da conformidade da compra
Todas as compras em questão (conforme detalhamento a ser feito no item 2), foram realizadas de acordo com os critérios de comercialização da Amaggi.
A Amaggi não comercializa grãos de áreas produtivas que incidam em:
• Embargos do IBAMA e de órgãos ambientais estaduais;
• Terras indígenas e Unidades de Conservação de Proteção Integral;
• Áreas desmatadas após 2008 no Bioma Amazônia não conformes com a Moratória da Soja;
• Áreas não conformes com o Protocolo Verde de Grãos do Pará;
• Lista Suja do Trabalho Escravo.
Todo o processo de verificação dos critérios, especialmente o compromisso da Moratória da Soja e Protocolo Verde dos Grãos, é verificado anualmente por meio de auditorias de terceira parte. Esses critérios de comercialização são garantidos para todas as compras.
Para garantir o cumprimento desses critérios de comercialização a Amaggi possui a plataforma ORIGINAR, que garante, por análise geoespacial e automatizada, o atendimento dos requisitos socioambientais. Quando, no processo de comercialização de grãos, algum risco é detectado em uma área ou propriedade rural, a Amaggi realiza monitoramento in loco para averiguar e garantir que a soja adquirida pela Companhia não seja proveniente de área cuja restrição fira seus critérios de comercialização.
A Amaggi também possui compromisso público de se manter em conformidade com a Moratória da Soja do Bioma Amazônia e de alcançar até 2025 uma cadeia de grãos 100% rastreada e monitorada, livre de desmatamento e de conversão de vegetação nativa para produção agrícola, considerando todas as suas operações em todos os biomas em que está presente, inclusive o Cerrado.
De acordo com o último Relatório de Progresso anual publicado pela Amaggi, 99% do volume de soja originada e rastreada pela Companhia de fornecedores diretos e indiretos após 2017 são livres de desmatamento e de conversão de vegetação nativa.
2. Do detalhamento da conformidade das comercializações
Diante do questionamento a respeito de comercialização de farelo de soja e de milho em Tangará da Serra (MT), a Amaggi confirma a realização da referida comercialização em 2019, em total alinhamento com seus critérios de comercialização, não havendo registro em nossos sistemas de outras comercializações nos anos seguintes.
Sobre o questionamento referente à originação de grãos da Fazenda União em 2019 junto ao produtor rural João Luis Lazzarotto, a Amaggi confirma que houve essa comercialização. E, conforme critérios de comercialização da empresa, devido ao embargo estadual detectado na área dessa fazenda, a Amaggi deu início a monitoramento in loco com emissão de relatório detalhado (com fotos e coordenadas geográficas) no qual se evidenciou que não havia produção agrícola sobre a área embargada – e que, portanto, as restrições ambientais detectadas estavam sendo cumpridas pelo produtor.
O monitoramento in loco (na fazenda de origem) com a produção de relatório fotográfico de vistoria é uma das iniciativas adotadas pela Amaggi para garantir a regularidade na originação de grãos em casos de risco identificados.
Com base nos critérios de comercialização da empresa, desde 2021 não foram identificadas restrições na Fazenda União, tampouco embargo imposto à propriedade pelas autoridades ambientais, situação que persiste até o presente momento.
Mesmo não havendo irregularidades detectadas, a empresa não adquiriu soja da Fazenda União em 2022; as aquisições de soja junto a João Luis Lazzarotto no referido ano foram de lotes provenientes de outras fazendas do produtor, conforme registros de rastreabilidade constantes no sistema ORIGINAR da empresa.
Em relação aos controles e ao monitoramento de possíveis irregularidades nas propriedades em que origina grãos, a Amaggi esclarece que, além das vistorias in loco (quando necessárias), a rastreabilidade da Companhia é realizada por meio de seu sistema interno ORIGINAR, em nível de fazenda (polígono), mantendo-se registros internos da origem dos grãos, mesmo não sendo possível identificar essa rastreabilidade por meio da documentação fiscal.
A Amaggi mantém seus registros de rastreabilidade no nível de fazenda em seus sistemas internos.
Já quanto ao questionamento a respeito de eventual violação do compromisso da Moratória da Soja da Amazônia em caso de aquisição de soja proveniente da fazenda de João Luis Lazzarotto, a Amaggi informa que até o momento a Fazenda União não integra (e nunca chegou a integrar) a Lista da Moratória da Soja da Amazônia, cuja elaboração é de responsabilidade do Grupo de Trabalho da Soja (GTS), o qual conta com a participação de organizações não-governamentais, associações e empresas signatárias.
Convém ressaltar que o compromisso da Moratória da Soja da Amazônia é de não adquirir soja proveniente de áreas desmatadas no Bioma após 2008. Assim, para que uma propriedade seja inserida na Lista, é necessário que tenha sido constatado plantio de soja sobre a área desmatada após 2008, critério para que o mapeamento anual realizado pelo GTS possa detectar o ferimento do compromisso e incluir a referida propriedade na Lista da Moratória.
Por sua vez, quanto ao questionamento acerca do produtor Wilson Carniel, conforme os melhores esforços de apuração diante das informações disponibilizadas, a Amaggi informa que adquiriu soja do produtor em 2019, não havendo na referida aquisição qualquer irregularidade em desfavor dos critérios de comercialização da Companhia. Já entre 2020 e 2022 não há registro de comercialização de soja em nome da fazenda Dona Josefa, São Miguel do Rio Preto e Emília, em Brasnorte (MT), ou em nome de Wilson Carniel.