Íntegra das respostas de JBS e pecuaristas que arrendaram terras na TI Marãiwatsédé

Contrapontos foram enviados para a reportagem ‘Fornecedores da JBS criaram ilegalmente gado em terra indígena em MT’
 05/06/2023

JBS

Todos os cinco produtores mencionados estão bloqueados pela JBS e, portanto, impedidos de comercializar com a Companhia. Baseada em notícia veiculada no site do Ministério Público Federal do Mato Grosso, em agosto de 2022, a respeito de possível envolvimento de pecuaristas com a criação de gado dentro da TI Marãiwatsédé, a equipe de due diligence socioambiental da Friboi identificou quais fornecedores da empresa seriam réus nas ações penais citadas na reportagem e, em setembro do ano passado, os bloqueou, assim como todas as fazendas a eles associadas, mesmo que não houvesse registro de irregularidades em algumas delas. Zaércio Fagundes Gouveia, Cláudio Ferreira da Costa e Willian Paiva Rodrigues estão entre esses fornecedores bloqueados. Já Guimarães Fagundes de Oliveira e Valderico Parente de Souza, apesar de não constarem do processo jurídico, foram preventivamente bloqueados agora em maio de 2023, a partir da denúncia da Repórter Brasil.

A JBS reitera que sua Política de Compra Responsável de Matéria-Prima e o Protocolo de Monitoramento de Fornecedores de Gado do Ministério Público Federal vetam o comércio com produtores que utilizam ilegalmente reservas indígenas. Porém, conforme recente reportagem da própria Repórter Brasil relatou, a JBS e as demais empresas do setor não têm acesso às GTAs que evidenciariam que gado produzido ilegalmente em reservas indígenas foi transportado para unidades que estão de acordo com os critérios socioambientais do setor e, então, negociados com a empresa. Além disso, como não há qualquer tipo de notificação oficial ou sistema público que consolide casos em que produtores se tornam réus por irregularidades socioambientais, a Friboi precisa recorrer a outros métodos para verificar seus mais de 70 mil fornecedores diretos, inclusive a pesquisa em sites como o do MPF.

Com relação à Plataforma Pecuária Transparente, ferramenta da JBS que utiliza blockchain para estender o monitoramento socioambiental aos fornecedores de seus fornecedores, até o momento, 45% da base da produção da JBS está cadastrada, sendo que nenhum dos fornecedores citados está nesse grupo. Até o fim do ano, a meta é chegar a 57%. A empresa estabeleceu 2025 como a data limite para essa adesão. A partir de 1º de janeiro de 2026, somente produtores inscritos na ferramenta poderão seguir fazendo negócios com a JBS. Paralelamente a isso, a empresa vem discutindo com o governo federal e outros atores do setor para avançar em um sistema de rastreabilidade de toda a cadeia no país.

Zaércio Fagundes Gouveia e Guimarães Fagundes de Oliveira

Sobre os questionamentos envolvendo o Sr. Zaércio Fagundes Gouveia, registramos que todos os esclarecimentos já foram satisfatoriamente feitos perante as autoridades competentes; já em relação ao Sr. Guimarães Fagundes de Oliveira, afirmamos que ele jamais exerceu qualquer atividade no interior de TI, nem tampouco tem ligação, direta ou indireta, com os fatos apurados. Sendo o que tínhamos a responder por ora, registramos votos de estima e consideração.

Leia a íntegra da reportagem: Fornecedores da JBS criaram ilegalmente gado em terra indígena em MT


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