O conceito de “ponto de não retorno”, também conhecido por sua versão em inglês, “Tipping Point”, descreve um ponto de inflexão a partir do qual certas mudanças causadas pelo aquecimento global e pela mudança climática se tornam irreversíveis, mesmo que intervenções futuras sejam bem-sucedidas em reduzir as temperaturas médias globais.
Entre os principais pontos de não retorno identificados pelo IPCC, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas, estão o degelo da Groenlândia e da Antártida – o que levaria a um aumento significativo do nível do mar e ameaçaria comunidades e ecossistemas costeiros –, e o colapso da floresta amazônica.
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No caso da Amazônia, pesquisas recentes indicam que partes da floresta já estão próximas ou mesmo ultrapassaram o ponto de não retorno. Um estudo publicado na revista Nature em fevereiro de 2024 alerta que, nos próximos 25 anos, de 10% a 47% da Amazônia estarão tão impactados que a floresta pode perder a capacidade de se regenerar, transformando-se em uma espécie de savana.
A região abriga mais de 10% da biodiversidade terrestre do planeta, armazenando uma quantidade de carbono equivalente a entre 15 e 20 anos de emissões globais de CO2. Também é fundamental para estabilizar o clima global, fornecendo umidade para toda a América do Sul.
Ao ultrapassarmos esses pontos de não retorno, as consequências se tornam imprevisíveis. O relatório do IPCC destaca que, com o aquecimento global ultrapassando a marca de 1,5°C em comparação ao início da era industrial, a probabilidade de atingirmos pontos de não retorno aumenta drasticamente.
Fontes:
https://www.undp.org/publications/climate-dictionary
https://www.ipcc.ch/report/ar6/wg2