FAZENDEIROS COM PROPRIEDADES na Amazônia Legal têm alterado o CAR (Cadastro Ambiental Rural) de suas terras e eliminado do perímetro declarado registros de infrações ambientais como embargos do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) e sobreposições com terras indígenas, de acordo com um estudo da organização CCCA (Center for Climate Crime Analysis). O gerente da área de Pesquisa da Repórter Brasil, André Campos, participou do webinar promovido pelo Observatório do Código Florestal sobre a prática em 29 de novembro de 2024.
Reportagem da Repórter Brasil publicada em outubro de 2024 mostra que ao “apagar” no registro oficial as irregularidades ambientais de suas fazendas, os proprietários evitam também restrições para a obtenção de financiamentos com recursos públicos, pois as regras do Banco Central vedam a concessão de crédito para propriedades com áreas embargadas ou sobrepostas a UCs (Unidades de Conservação).
O webinar também teve a participação de Heron Martins, coordenador do laboratório de análises espaciais do CCCA. O estudo da organização mostrou que 14.223 propriedades em estados da Amazônia Legal modificaram seus registros do CAR entre 2019 e 2024, suprimindo áreas com restrições ambientais. Também revelou que 4,9 milhões de hectares de áreas de fazendas desapareceram com as alterações.