Posicionamentos para a reportagem sobre retomada pelos parakanã da TI Apyterewa 

Confira a manifestação completa de Frigol e Marfrig
 03/02/2025

Leia reportagem completa aqui.

FriGol

Em resposta aos questionamentos da ONG Repórter Brasil, a FriGol esclarece que a Fazenda Sol  Nascente, registrada em nome de Antonio Borges Belfort, nunca forneceu gado para a FriGol. A  fazenda sequer está cadastrada em nosso sistema de compras. Em nosso histórico, localizamos uma  consulta que fizemos da propriedade em 2018 via plataforma SMGEO, cujo resultado à época já  apresentou irregularidades e a propriedade jamais teve o cadastro aprovado.

Sobre a Fazenda Serra de Pedra, a última compra realizada foi em 2019 e, desde 2020, a fazenda  encontra-se bloqueada em nosso sistema e não pode fornecer para a FriGol, pois apresentou  irregularidades em nosso sistema de monitoramento. Como signatária do TAC da Pecuária Sustentável no Estado do Pará, a FriGol utiliza o protocolo Boi na Linha, no Bioma Amazônia, para monitorar os critérios socioambientais de seus fornecedores diretos. No momento das aquisições até 2019, todos os critérios socioambientais monitorados estavam de acordo. 

A companhia não mantém relacionamento de compra com fornecedores envolvidos na invasão  da Terra Indígena Apyterewa. Antes de concluir qualquer negociação, um dos critérios avaliados pela empresa, através de mapa georreferenciado, com base no CAR (Cadastro Ambiental Rural), é se a propriedade possui sobreposição com a Terra Indígena em situação “declarada” ou fase mais avançada do processo de demarcação. Assim, quando é identificada alguma irregularidade em qualquer critério do Protocolo, a propriedade é bloqueada e não pode fornecer para a FriGol.

Sobre fornecedores diretos, a FriGol faz auditorias independentes apresentadas ao Ministério Público  Federal no Pará (MPF-PA) e, por dois ciclos consecutivos, obteve 100% de conformidade nas  aquisições de gado de seus fornecedores diretos, conforme pode ser verificado no resultado  divulgado pelo MPF-PA.

Sobre os fornecedores indiretos, em linha com as melhores práticas e buscando atender às  demandas sustentáveis, a FriGol iniciou o protocolo de avaliação e monitoramento de Fornecedores  Indiretos Nível 1, através do sistema de monitoramento Visipec, fornecido pela NWF, utilizando o  Protocolo GTFI, do Grupo de Trabalho dos Fornecedores Indiretos. Em 2023, a FriGol realizou pela  primeira vez a Avaliação e Monitoramento de 100% dos Fornecedores Indiretos Nível 1 e  houve o atingimento de 77% de conformidade. Os resultados estão disponíveis desde março de  2024 no site www.frigol.com.br atendendo à solicitação da Febraban (Federação Brasileira de  Bancos) ao setor de carne bovina no Brasil.

Vale pontuar que as análises dos indiretos, via Visipec, realizam cruzamento de informações dos  CARs (Cadastro Ambiental Rural) dos fornecedores diretos da FriGol com a base pública de GTAs  (Guia de Trânsito Animal), trazendo a melhor informação possível de quem emitiu GTAs para os  fornecedores diretos no período de 36 meses anteriores à data do abate dos animais.

A companhia considera que utiliza o melhor sistema de monitoramento de fornecedores indiretos  disponível e, consequentemente, obtém a “melhor informação possível”, pois não há dados  disponíveis para saber se efetivamente uma GTA emitida transitou realmente pelas propriedades. Os  dados das GTAs não são públicos e são protegidos pela LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). 

A FriGol está trabalhando em alinhando com o estado do Pará, que vem se desenvolvendo de forma  pioneira para se tornar o primeiro estado do Brasil com monitoramento individual de animais com  foco em critérios socioambientais.

Há hoje algumas iniciativas privadas para monitorar individualmente animais via colocação de  brincos e a FriGol já iniciou a utilização em seus programas de confinamentos, seguindo Protocolo  Primi. Além disso, a companhia já tem fornecedores aderentes a esse protocolo, que fornecem  animais monitorados individualmente.

A FriGol está compromissada em atuar em conjunto com as instituições do setor, com a cadeia  produtiva e com o poder público para incentivar o uso de rastreabilidade individual para avançarmos  na rastreabilidade socioambiental. A companhia acredita que, no país que tem o maior rebanho do  mundo, a rastreabilidade individual dos animais para fins socioambientais possibilitará mitigar o  desmatamento em todos os elos da cadeia pecuária.

A empresa está à disposição para esclarecer qualquer dúvida.  

Marfrig

A Marfrig informa que encerrou suas operações no Pará em 16 de março de 2020, estando em conformidade com seus compromissos durante a operação, conforme auditorias de terceira parte realizadas no período. As últimas aquisições de animais dos produtores citados ocorreram em 2019 e na época todos se encontravam em conformidade com os requisitos da companhia — informação enviada em nota ao Repórter Brasil em 2020. A companhia reitera seu compromisso em não comprar, em hipótese alguma, animais de propriedades localizadas em Terras Indígenas. Atualmente, a Marfrig rastreia 100% dos seus fornecedores diretos, 88,8% dos indiretos na Amazônia e 79,6% dos indiretos no Cerrado, com meta de atingir 100% até o fim de 2025.

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