O RACISMO AMBIENTAL são as injustiças sociais e ambientais que impactam populações mais vulneráveis. Não se configura apenas por ações com intenção racista, mas também por ações que tenham impacto “racial”, segundo definição da Secretaria de Comunicação Social (Presidência da República).
O racismo ambiental se manifesta, por exemplo, por meio de políticas e práticas que favorecem a saúde e o bem-estar de comunidades privilegiadas, em detrimento de minorias e pessoas mais pobres.
Em São Paulo, bairros de maioria negra ou mais afastados do centro têm infraestrutura mais precária em comparação às zonas ricas da cidade, resultando em mais alagamentos, inundações e deslizamentos.
E apesar de essas regiões terem menor participação nas emissões de gases de efeito estufa (GEE), elas estão entre as que mais sofrem os impactos da mudança climática.
No Brasil, diversas pesquisas mostram que a população negra, no geral, é a mais afetada pelos impactos da crise climática. Em outros países, a desigualdade se manifesta entre os diferentes níveis sociais.
O racismo ambiental está presente também nas negociações climáticas. Na COP30 (cúpula do clima da ONU), apesar da oposição inicial de União Europeia, Reino Unido e Austrália, os países concordaram em fazer uma menção aos afrodescendentes no texto final da conferência, pela primeira vez na história da UNFCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas).
Embora as economias mais ricas do mundo tenham contribuído mais para a mudança climática — por meio do uso histórico de fontes de energia como carvão, petróleo e gás, entre outras fontes de grandes emissões de GEE —, são os países em desenvolvimento que mais sofrem com perdas e danos.
No Brasil, outro exemplo de racismo ambiental envolve os povos tradicionais, que, apesar de serem apontados pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU) como fator de preservação das áreas que ocupam, são vítimas de ataques e até expulsos de suas terras para dar lugar a projetos exploração econômica, como os garimpos na Terra Indígena Kayapó, ou até investimentos do setor agropecuário, como na Terra Indígena Bacurizinho.
Fontes:
https://www.nrdc.org/stories/what-environmental-racism