
MILHÕES DE PESSOAS ao redor do mundo já sofrem com as alterações no clima, seja com temperaturas mais altas, frequência maior de tempestades violentas ou mesmo de secas, como as que acompanhamos na Amazônia recentemente que transformaram em campos de areia rios que até então nunca haviam baixado mais que alguns metros. Esses eventos geram “perdas e danos”.
A expressão se refere, portanto, aos impactos da mudança climática, apesar das medidas de mitigação, e que vão além da capacidade de adaptação das pessoas, economias e ecossistemas.
Perdas e danos podem ser resultado de eventos climáticos extremos, como ciclones, secas e ondas de calor, assim como de processos de início lento, como a elevação do nível do mar, a desertificação, a acidificação dos oceanos e a degradação do solo. Em alguns casos, os impactos são permanentes. Muitas nações-ilha, por exemplo, vem perdendo território para o mar. Isso afeta, em especial, as ilhas de baixa altitude, que estão poucos metros acima do nível do mar e vem desaparecendo, caso da pequena Tuvalu, na Oceania.
A expressão é central nas negociações das Convenções das Partes da ONU, as COPs, em que países em desenvolvimento e mais vulneráveis defendem apoio financeiro e técnico dos países historicamente mais emissores para lidar com os efeitos do aquecimento global. Apesar de contribuir menos com a crise climática, as nações menos desenvolvidas são as mais afetadas.
As perdas podem ser tanto econômicas como não econômicas. As perdas econômicas incluem os custos de reconstrução de infraestruturas, perdas de produção e de propriedades, além dos efeitos da elevação do nível do mar e da erosão costeira.
Já as perdas não econômicas incluem os impactos que não podem ser facilmente monetizados, como o trauma de vivenciar um desastre natural relacionado ao clima, perda de vidas, deslocamento de comunidades, perda de história e cultura e a perda da biodiversidade.
Fontes:
https://www.undp.org/publications/climate-dictionary
https://www.wri.org/insights/loss-damage-climate-change