O embarque clandestino de crianças e adolescentes em trens da companhia Vale, na Estrada de Ferro Carajás, foi tema de audiência pública realizada na última sexta-feira, 13 de abril, na Assembleia Legislativa do Maranhão. Às denúncias de que crianças e adolescentes têm viajado sem autorização dos pais ou condições adequadas em vagões que carregam minério de ferro extraído pela empresa, somam-se às de exploração sexual de meninos e meninas às margens dos trilhos administrados pela empresa.
Durante o encontro, o promotor Márcio Thadeu Silva Marques, da 1ª Promotoria de Justiça da Infância e Juventude, apresentou ao gerente de Relações Institucionais da Vale, Dogival Pereira, as bases para um Termo de Ajustamento de Conduta relativo a estes problemas e diversos outros relacionados à circulação dos trens. Em janeiro, manifestantes paralisaram as obras de duplicação alegando que a empresa não tem cumprido com termos acordados para minimizar os impactos provocados pela ferrovia. Os problemas causados nos 25 municípios e 94 comunidades do Maranhã e Pará afetados pela Estrada de Ferro Carajás estão entre os motivos de a Vale ter sido indicada para a votação de pior empresa do mundo, também em janeiro. A companhia foi a escolhida pelo público e terminou em primeiro lugar.
A Vale ficou de se posicionar em um mês e apresentar propostas de soluções para os graves problemas apontados. Nova audiência pública sobre o tema será realizada em Marabá (PA). Leia mais sobre a audiência pública nos sites do Ministério Público do Maranhão, da Assembleia Legislativa do Maranhão, e na agência Carta Maior, e siga acompanhando o assunto pela cobertura da Justiça nos Trilhos.