Um grupo de 23 trabalhadores que era mantido em regime análogo ao de escravidão foi libertado pelo Grupo Móvel de Fiscalização em uma carvoaria, no município de Dom Eliseu, no Pará. A carvoaria, situada no interior da fazenda Aguilar, abrigava os trabalhadores em situação precária. O alojamento coletivo, coberto de lona preta, não tinha condições de higiene e nem de segurança.
Uma criança de 12 anos foi encontrada ajudando na queima de madeira em um dos 64 fornos da carvoaria. O trabalho era feito sem equipamentos de proteção.
No local, agentes da Polícia Federal apreenderam duas armas de fogo, que foram entregues espontaneamente pelos funcionários da fazenda. A carvoaria, que fornecia carvão vegetal para a Siderúrgica Fergumar (Ferro Gusa do Maranhão Ltda), foi interditada pela fiscalização.
De acordo com o procurador do Trabalho, Luercy Lino Lopes, que participou da ação, os trabalhadores recebiam os salários com atraso e estavam endividados na cantina da carvoaria.
Lino Lopes afirmou que a siderúrgica pode ser responsabilizada pela situação. O dono da fazenda, Robervaldo Aguilar, prometeu, para hoje, acertar o pagamento dos salários devidos aos
trabalhadores. As informações são do Ministério Público do Trabalho.