Negócio fora da lei ganha cada dia mais

 04/04/2010

Um novo mundo surgiu após a derrocada do bloco soviético, entre 1989 e 1991, um mundo selvagem e em transição. Nesse mundo, a "economia bandida" passou a ocupar os espaços vazios deixados pelos governos, pelo declínio dos sindicatos e das estruturas das sociedades civis e pela entrada maciça da mão de obra informal nos mercados de trabalho.

Édo caos que emergiu após 1991 que trata o livro Economia Bandida (Rogue Economics), escrito pela jornalista italiana Loretta Napoleoni. Atuação das máfias, proliferação do tráfico de drogas, degradação ambiental acelerada, escravidão de milhões de seres humanos e fraudes no mercado financeiro.

O intuito do livro é contar como funcionam as engrenagens que movimentam negócios legais e ilegais, da indústria ilegal da pesca à prostituição e à pornografia, passando pela indústria alimentícia que vende como saudáveis produtos que provocam a obesidade, doença que já mata mais que o tabagismo nos EUA.

Mercadorias que, diz Loretta, são feitas a milhares de quilômetros de distância de onde são consumidas, por quem vive em escravidão.

– Hoje, o preço médio de um escravo é 10 vezes menor do que no Império Romano. Na época, escravos eram mercadoria escassa e preciosa pela qual se cobravam altos preços; hoje, escravos são mercadoria abundante e descartável.

A escritora diz que se "disseminou a democracia – e a escravidão".

– No fim da década de 1990, um número de pessoas estimado em 27 milhões havia sido escravizado em vários países. Em 1990, escravas sexuais eslavas vindas do antigo bloco soviético começaram a afluir aos mercados ocidentais. Mulheres bonitas, baratas e desesperadas.

Para ela, a queda do Muro de Berlim, em 1989, gerou o caos político. Os vencedores foram os fora da lei e os cafetões da globalização, os oligarcas russos e a máfia calabresa.

A autora também aborda o endividamento da classe média, principalmente nos EUA, pelo crédito fácil.

– O crédito fácil e disponível incentivou as pessoas a gastar o que não tinham. Nos EUA, de 1993 a 2004, a dívida dos consumidores – com cartões de crédito, empréstimos bancários e financiamentos de automóveis – saltou de US$ 800 milhões para US$ 2 trilhões.

04/04/2010

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