Discriminação e trabalho em água poluída: a vida dos marisqueiros no Rio

Catadores de marisco trabalham dentro de cavernas e mergulham com isopor amarrado aos pés. Na orla, são chamados de mendigos
Por Fábio Teixeira
 21/11/2017

Preconceito por ser negro, pobre e marisqueiro. Quem sustenta a família com o trabalho nas águas de Niterói, região metropolitana do Rio Janeiro, não lida apenas com a chuva, o calor de mais de 40ºC e a poluição do mar. Viver da extração de marisco no Rio significa ser vítima de discriminação todos os dias. “Nós, marisqueiros, somos meio que marginalizados”, diz Gerson Leite.

A Repórter Brasil mergulhou com os marisqueiros e acompanhou o trabalho de famílias inteiras por semanas. O resultado está nessa série fotográfica e no vídeo a seguir.

Os catadores de marisco trabalham sem equipamentos próprios para mergulho. Entram na água com shorts, pés de pato e snorkel.

Antes de mergulhar, o catador de marisco amarra, em um dos pés, uma corda. A outra ponta fica presa a um isopor – onde ele vai colocar os mariscos. São mais de quatro horas de mergulho ininterrupto.

Depois, o marisco é cozido em latas cobertas com mantas. Então, fazem a separação das conchas e do produto.

Os marisqueiros usam a água do mar para a limpeza final. Depois, os mariscos são ensacados e, então, vendidos. Em dias de festa, como Natal e Ano Novo, o pacote custa, em média, até R$ 16.

 

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