Site tenta envolver consumidores em combate a trabalho escravo

 27/09/2011

Você sabe quantos escravos trabalham em seu nome? Muitos podem presumir que a resposta a essa pergunta provocativa e inquietante é "nenhum", mas os criadores de um novo site querem demonstrar como o trabalho forçado equivale à escravidão.

Um grupo sem fins lucrativos financiado pelo Departamento de Estado americano fundou o site Slavery Footprint, cujo objetivo é mostrar que trabalhadores escravos estão ligados a todos os tipos de produtos de uso diário, de eletrônicos e joias a roupas.

Eles esperam envolver os consumidores no assunto para fazer com que tenham necessidade de agir a respeito, principalmente exigindo que as empresas selecionem cuidadosamente as cadeias de abastecimento de seus produtos para garantir que nenhum "trabalho escravo" foi usado na fabricação.

"O que estamos tentando fazer é tornar a questão um problema de todos", disse Luis CdeBaca, embaixador do Gabinete de Monitoramento e Combate ao Tráfico de Pessoas do Departamento de Estado. "As pessoas ficam horrorizadas quando descobrem o que está acontecendo."

O nome do site significa "pegadas da escravidão", uma espécie de trocadilho com o conhecido termo "pegadas de carbono". A página procura apontar as áreas da vida do consumidor onde a organização acredita que a escravidão é provavelmente mais utilizada para a fabricação de produtos.

O site define um escravo como "alguém que é forçado a trabalhar sem remuneração, sendo explorado economicamente e incapaz de se afastar dessa situação".

O Departamento de Estado estima que existam 27 milhões de escravos no mundo. O site orienta os usuários através de um conjunto de perguntas, através das quais define onde eles vivem, em que tipo de habitação vivem, quantos filhos têm, quantos carros usam, o que comem e que tipos de coisas compram. Depois, oferece uma pontuação numérica de quantos escravos os usuários têm a seu serviço. A média é de 55.

O site foi criado pelo Fair Trade Fund (Fundo de Comércio Justo, em tradução literal), um grupo sem fins lucrativos com sede na Califórnia, que usa a mídia para promover a defesa de questões problemáticas, especialmente a escravidão humana. Entre seus projetos estão o "Call+Response", um filme sobre o tráfico de escravos, e o Chain Store Reaction, um site que encoraja os consumidores a enviar emails para empresas desafiando-as a definir suas políticas sobre o tráfico humano.

As respostas das empresas, ou a falta delas, são publicadas no site.

Com base no filme e no site, o Departamento de Estado procurou o Fair Trade Fund para criar o site Pegadas da Escravidão com uma doação de US$ 200 mil.

Justin Dillon, 42, presidente-executivo da organização, disse que o site não tem empresas específicas como objetivo. Em vez disso, mostra aos consumidores costumam implicar em trabalho escravo.

Por Andrew Martin

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