Cerca de 350 integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) invadiram o pátio da sede do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Brasília. Neste momento, estão armando acampamento nas dependências do banco.
Os agricultores atingidos pelas barragens de Cana Brava e Serra da Mesa, em Minaçu (GO) exigem que o BID pressione a empresa belga Tractebel Energia para o pagamento da dívida social com os atingidos pela barragem de Cana Brava. Segundo informou a assessoria do MAB, querem que a instituição cobre providências imediatas da empresa para a indenização das famílias e reparação das perdas sociais, econômicas e culturais em virtude da construção da barragem. O pagamento deveria ter sido feito pela Tractebel Energia há três anos, mas só 25% das 986 famílias que abandonaram suas casas foram ressarcidas.
A Tractebel é a maior empresa privada do setor elétrico brasileiro, subsidiária da Suez-Tractebel, com sede em Bruxelas, Bélgica. Com a cheia dos lagos, muitas comunidades ficaram isoladas e perderam o acesso a escola e a saúde. E as famílias dos pescadores da região, prejudicados pelo alagamento, também não foram indenizadas. Centenas de famílias atingidas pelas barragens já haviam invadido as usinas de Cana Brava e Sera da Mesa por três vezes, para pressionar a empresa.
Segundo o MAB, a barragem causou focos de dengue na região e contaminação por raiva em mais de 1500 cabeças de gado. O movimento também denuncia que o isolamento das comunidades faz com que cerca de 150 crianças no município de Cavalcante, também atingido pela barragem, deixem de ir à escola.
Uma viatura da polícia já está no local.