Ao fim das falas na assembléia, houve um espaço para quem não pôde ou não quis falar fazer suas colocações por escrito. Entre pedidos de informações e muitas dúvidas, teve destaque a pequena história de Maria*, mãe solteira que está desde o mês de maio na cidade e, por conta da jornada exaustiva de trabalho, mal consegue passar tempo com sua filha, Julia*, de apenas três anos de idade.
"Meu nome é Maria*, minha idade é 25 anos e cheguei [a São Paulo] faz três meses com minha filha Julia*, de três anos e cinco meses. Sou mãe solteira e vim para ter mais oportunidades. Bem, já vi que aqui o trabalho é realmente sacrificante, mas me dói muito ter que deixar minha filha fechada enquanto trabalho sem sair, das 7h até às 23h. Sem poder estar com ela, é ainda mais dolorosa essa vida. Talvez vocês possam fazer algo. Há algum lugar que eu possa procurar e vocês me darem mais informações? Eu creio que as crianças, pelo menos, precisam ser mais livres, mas a necessidade nos obriga a deixá-las fechadas. Agradeço por tudo".
Caderno onde Maria anotou o depoimento lido durante a assembléia |
*Nomes fictícios para preservar a identidade das pessoas
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