Operação Fumaça retira trabalhadores de carvoarias em Goiás

Uma grande operação está sendo realizada desde o dia 11 de outubro, no extremo sudoeste de Goiás, para retirar trabalhadores em condições degradantes de carvoarias. Já foram fiscalizadas 17 fazendas com 23 carvoarias, onde 136 pessoas estavam vivendo e exercendo atividades de forma sub-humana
Por Ministério Público do Trabalho
 18/10/2005

Uma grande operação está sendo realizada desde o dia 11 de outubro, no extremo sudoeste de Goiás, para retirar trabalhadores em condições degradantes de carvoarias. Já foram fiscalizadas 17 fazendas com 23 carvoarias, onde 136 pessoas estavam vivendo e exercendo atividades de forma sub-humana. “O problema é que essas pessoas perderam o referencial de dignidade, acham que tudo está bom”, declarou o Procurador do Trabalho Januário Justino Ferreira, que integra a equipe.

A Operação Fumaça foi desencadeada depois de um levantamento feito por auditores-fiscais do trabalho, que apontou problemas na região. Além do trabalho degradante, foram encontrados barracos impróprios para moradia, água suja para consumo, registro informal e falta de equipamentos de proteção individual. O Procurador Marcello Ribeiro Silva também participa da atuação, juntamente com integrantes da Delegacia Regional do Trabalho e Polícia Federal.

A fiscalização passou pelos municípios goianos de Mineiros, Hortelândia, Caiapônia, Doverlândia e Santa Rita do Araguaia. Algumas fazendas fiscalizadas eram reincidentes nas infrações, não tendo regularizado o local mesmo depois de terem sido alvo de ações civis públicas do Ministério Público do Trabalho. De acordo com Januário Ferreira, verificou-se que uma das propriedades, a Fazenda São Marcos, pertence ao ex-governador do estado de Goiás, Agenor Rezende.

Os trabalhadores aliciados em cidades principalmente do norte de Minas Gerais estão recebendo as verbas rescisórias para serem liberados. Quando todos os problemas estiverem resolvidos nos locais já visitados, a operação segue para outros municípios. A expectativa, segundo Januário Ferreira, é que, além de garantir os direitos trabalhistas e a aplicação das leis, a atuação conjunta também impeça o desmatamento desenfreado do cerrado.

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