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“Eu tinha braços e pernas para trabalhar. Tinha forças, mas perdi tudo. Agora só restaram as minhas palavras”, diz a ex-agricultora Lidia Maria do Prado, de 44 anos, ao contar a história da sua vida. Criada ao redor de uma plantação de três alqueires e meio de tabaco em Rio Azul, no interior do Paraná, conhecida região tabacaleira, ela começou a trabalhar cedo, com 9 anos, quando o pai morreu. Lídia era uma criança que gostava de estudar, mas teve que deixar a escola para ajudar no sustento da família. Na adolescência, embarcou em uma depressão que nunca mais a abandonou. “Não tinha nada que me fizesse dar valor à vida”, conta.
No dia a dia na fazenda de fumo, o contato com diversos agrotóxicos era rotineiro, assim como a dor de cabeça, diarreia, vômito e enjoo. “Um dia, depois de pulverizar eu passei mal. Fui ao postinho e a minha pressão estava 22 por 14. Desmaiei e fui transferida para um hospital. Após algumas horas, o médico me mandou para casa. Disse que era estresse. Mas aquelas dores nunca mais pararam”, relata.
Lídia passou a ter paralisias no corpo, perdeu força muscular nos membros inferiores, teve várias alucinações e se afundou cada vez mais na depressão. Foram anos de idas e vindas a consultórios, diversos exames e passagens pelas mais variadas especialidades médicas. Ninguém conseguia descobrir o que estava acontecendo com a agricultora. “Por várias vezes o meu marido me pegou tentando tomar os venenos [agrotóxicos] para me matar. Eu não queria mais viver, para mim já tinha dado o que tinha que dar. Não podia mais trabalhar, não podia mais viver uma vida normal”, conta.
Já adulta, com duas filhas e ainda morando em Rio Azul, Lídia passou perto de se tornar uma das mais de 14 mil pessoas atendidas na rede de saúde após usarem agrotóxicos para se matar, de acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde de 2010 a 2019. Destas, 1.589 acabaram morrendo intoxicadas.
As notificações por tentativa de suicídio correspondem a metade das mais de 29 mil intoxicações por agrotóxicos confirmadas na última década. O agrotóxico mais utilizado em tentativas de suicídio foi o Aldicarbe, popularmente conhecido como chumbinho, produto proibido desde 2012. Foram 2672 tentativas de suicídio com o veneno, e dessas 157 acabaram chegando ao óbito.
De acordo com o mais recente Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, que também utiliza como base as fichas de notificação do Sinan, 55,6 mil pessoas se mataram no Brasil entre 2011 e 2015. O principal meio utilizado foi o enforcamento, com 61,9% dos casos, seguido por intoxicação exógena (17,7%), que inclui envenenamento por agrotóxicos ou medicamentos.
Os dados de intoxicações entre 2010 e 2019 foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, e a Agência Pública e a Repórter Brasil publicam uma série de reportagens que mostram o cenário das intoxicações por agrotóxico no Brasil.
Pesticidas e depressão
São cerca de 800 mil casos de suicídio no mundo por ano. Uma a cada cinco mortes acontece por auto-envenenamento com agrotóxicos, mostra um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS). A maioria ocorrendo em zonas rurais de países com baixa e média renda, como o Brasil. A OMS estima que os números sejam muito maiores, pois para cada caso notificado de intoxicação, existem outros 50 não computados.
Nas últimas décadas, diversos estudos no Brasil e no exterior tentaram entender o porquê de tantas pessoas estarem usando agrotóxicos para tirar a vida. Embora o suicídio seja reconhecido pela medicina como um comportamento multifatorial, alguns estudos identificaram que alguns tipos de pesticidas podem atingir o sistema nervoso central dos seres humanos, causando diversas consequências, como a depressão.
Alguns deles foram feitos pela médica do trabalho e doutora em epidemiologia, Neice Muller Xavier Faria. Ela estuda a relação das exposições a agrotóxicos com casos de suicídio no Brasil desde 2005. “Os agrotóxicos podem fazer parte da cadeia causal produzindo sintomas similares ao quadro de depressão. Estimulado quimicamente pelo efeito desses produtos, os agricultores podem chegar a tentar se matar”, explica.
Neice explica que diversos estudos estão apontando o efeito dos agrotóxicos organofosforados nos seres humanos. “Os organofosforados são neurotóxicos, o que pode desenvolver alterações tanto no sistema nervoso periférico como no central. Com isso, ele pode causar efeitos nos agricultores que até então eram vistos como problemas psicológicos ou psicoemocionais”, diz.
Um dos trabalhos mais referenciados sobre o tema é de 2005, do pesquisador sul-africano Leslie London, da Universidade da Cidade do Cabo, que relacionou a exposição aos organofosforados a distúrbios da serotonina no sistema nervoso central. Uma das principais funções da serotonina no corpo humano é regular o humor, e de acordo com o pesquisador, esses disturbios tem como implicação a depressão e o suicídio.
“O professor Leslie fez uma extensa revisão bibliográfica e levantou uma sustentação muito clara que o efeito dos organofosforados poderia mexer no sistema no sistema da serotonina. A diminuição pode causar depressão. A partir de exames com ratos de laboratório foi visto mais claramente o distúrbio causado. O trabalho sustenta que os agrotóxicos não são apenas o metódo de suicídio, mas podem fazer parte da cadeia causal por levar a um quadro depressivo muito alto”, explica Neice.
Na conclusão do trabalho, o pesquisador Leslie London diz que enfatizar os organofosforados apenas como agentes para o suicídio transfere a responsabilidade pela prevenção à sociedade, reduzindo o dever das corporações que produzem os agrotóxicos e limitando opções políticas para o controle ao acesso desses produtos.
A reportagem ouviu cinco especialistas que estudam saúde mental e agrotóxicos, e todos afirmam que o surgimento de um quadro depressivo e a tentativa de cometer suicídio tem fatores multivariáveis, e não é possível apontar apenas uma causa. Mas, segundo eles, o contato com os pesticidas é um influenciador.
“Algumas substâncias químicas são neurotóxicas, com destaque para os organofosforados. Essas substâncias causam transtornos no sistema nervoso, que tem a depressão como uma das expressões. Esses casos são recorrentes, não só no Brasil, mas no mundo todo”, conta a geógrafa e professora da Universidade de São Paulo (USP) Larissa Bombardi. Em 2017 ela lançou o Atlas Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia, que fala sobre casos de mortes e suicídios após exposição prolongada a agrotóxicos.
Um dos principais organofosforados é o inseticida Acefato, o quinto ingrediente ativo mais vendido no Brasil, com mais de 24 mil toneladas comercializadas apenas em 2018, de acordo com o Ibama. “O Acefato está proibido na União Europeia, tendo o efeito neurotóxico como um dos principais motivos, mas continua sendo autorizado no Brasil, onde é líder de venda”, completa Larissa.
“Não quero que ninguém fique comigo por pena”
Um quarto das 24,6 mil toneladas de Acefato vendidas no Brasil em 2018 foram comercializados em um dos três estados da região Sul, de acordo com relatório do Ibama.
Em 2008, a Anvisa começou a reavaliar o uso de Acefato no Brasil por suspeita de carcinogenicidade, toxicidade reprodutiva para seres humanos e efeitos neurotóxicos, como os citados nos estudos do Leslie London. O processo foi finalizado em 2013, mas o produto foi mantido com restrições no mercado. Uma das principais foi a proibição do uso de Acefato em culturas de fumo.
Os organofosforados estavam entre os agrotóxicos mais usados na plantação de fumo de Lídia, segundo ela contou à reportagem. Além deles, a família também aplicava organoclorados e pulverizava brometo de metila, parcialmente proibido no Brasil desde 2007, ano em que Lídia parou de manusear agrotóxicos. As aplicações ocorriam com uso de pulverizador costal e manual, e bomba de dispersão, sempre com o equipamento de proteção individual. “Até grávida eu trabalhava na plantação, fazendo os serviços mais leves, mas ali perto do agrotóxico”, lembra ela.
“Naquela época ninguém pensava que aqueles efeitos podiam ser dos agrotóxicos, nem os médicos e nem quem vendia os produtos falavam disso para gente”, diz.
Os formigamentos nas pernas tornaram-se cada vez mais frequentes, evoluindo para paralisias, até que Lídia precisou usar cadeira de rodas para se locomover. “Era algo que eu não aceitava, para mim aquilo não era o fim, eu queria continuar trabalhando. Para quem já andou se ver perdendo as forças é ruim demais. Eu já não tinha saúde, não queria perder também o meu trabalho”, lembra-se.
Durante a primeira década dos anos 2000 ela passou por médicos do município, da capital e da Universidade Federal do Paraná. Cogitaram câncer, doenças infectocontagiosas, mas os resultados sempre eram negativos. Após meses de consulta com uma neurotoxicologista do Rio de Janeiro, a ex-fumicultora recebeu o diagnóstico: intoxicação crônica decorrente de exposição ambiental e ocupacional a agrotóxicos de reconhecido potencial neurotóxico. Aos 33 anos de idade, Lídia descobriu que não poderia mais trabalhar. Ela tinha uma doença sem cura e que ainda iria evoluir.
“A consulta era em Curitiba. Peguei o ônibus para casa. Chorei, fiquei calada, pensei muito. Cheguei em casa, sentei com meu marido para conversar e disse ‘nós temos duas filhas, se você quiser ir embora o momento é agora. Não quero que ninguém fique comigo por pena’. Eu tinha medo de ser um fardo. Quem ficasse teria que ficar por amor, e aguentar o que viesse pela frente”, conta Lídia.
“Nos casamos diante de Deus, não dos convidados. Vou ficar na saúde e na doença”, respondeu o marido, Antônio Inácio de Prado.
A união familiar, entretanto, não resolveu um problema que é econômico. Mesmo após receber o diagnóstico da intoxicação crônica, que pedia que Lídia não só parasse de trabalhar, mas se afastasse completamente das plantações de fumo, a ex-fumicultora teve que passar dois anos morando na mesma casa, a metros da plantação. “Eu tinha muitas dívidas com a empresa que comprava o fumo, inclusive, estavam leiloando o nosso terreno. Tive que continuar lá por um tempo, até poder vir para a cidade morar de aluguel”, relata ela, que hoje vive na parte urbana de Rio Azul, um município de 14 mil moradores no Paraná.
Isso porque a família de Lídia fazia parte do sistema de integração, muito utilizado na fumicultura. Neste sistema, agricultores familiares produzem o fumo em suas propriedades, mas dentro de um modelo de produção definido pelas empresas. O agricultor segue regras, como por exemplo quais agrotóxicos deve aplicar, e recebe pelos produtos a preços estipulados por essas mesmas empresas. Elas podem viabilizar empréstimos para o agricultor investir na produção, mas costumam exigir que o terreno entre como garantia do pagamento.
Para a promotora Margaret Matos de Carvalho, do Ministério Público do Trabalho do Paraná, o formato de produção “integrado” é uma exploração. “No Paraná, temos mais de 20 mil famílias no sistema de integração do fumo. É uma cultura que usa bastante agrotóxico, estipulado pelas empresas. Eles exigem aplicações desde a mudinha até a época da colheita. E a vulnerabilidade dessas famílias é enorme. Os agricultores ficam reféns dessas empresas, e quando adoecem têm que vender os terrenos e ir para a cidade”, conta.
Esse sistema, que em muitos casos resulta em dívidas que levam à perda do terreno, como no caso de Lídia, também é apontado como um dos fatores que podem agravar o ciclo da depressão.
Problemas financeiros e exploração
Um estudo divulgado pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA) mostrou que os trabalhadores agropecuários são a classe trabalhista que mais está se matando. A pesquisa analisou dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2007 a 2015, e contabilizou a morte de cerca de 20 agropecuaristas para cada 100 mil habitantes, o dobro da média para os trabalhadores em geral.
A médica Neice Muller participou de diversos estudos que tentaram entender o que levava os trabalhadores rurais a se matarem mais, e se havia relação com agrotóxicos. Analisando dados de 1996 a 2010 do Censo Demográfico, Censo Agropecuário, Registro Civil e do Datasus, o estudo “Associação entre exposição a agrotóxicos e taxas de suicídio no Brasil” identificou que o número de suicídios cometidos usando agrotóxicos subiu 65% em 15 anos.
Em outro trabalho, foram entrevistados 2400 trabalhadores de plantações de fumo de São Lourenço do Sul, na serra gaúcha. Nas entrevistas, eles respondiam questionários sobre fatores econômicos e sociodemográficos das propriedades, hábitos de vida, exposições ocupacionais e pensamentos suicidas. 12% dos entrevistados apresentavam transtornos psiquiátricos menores, enquanto fumicultores de fazendas que utilizavam organofosforados tinham 50% mais sintomas do que aqueles que não eram expostos a esses agrotóxicos.
“Em todos recortes que fizemos, quem tinha mais contato com agrotóxico tinha mais problemas psiquiátricos. Fizemos uma lista com 10 formas de exposição, como aplicação, preparar calda, abastecer pulverizador, e quem tinha mais formas de exposição, também aparecia com mais problemas psiquiátricos. Além disso, quanto maior o número de anos de exposição, também era identificado maiores problemas psiquiátricos”, diz Neice.
Cerca de 2,5% dos entrevistados relataram ter pensado recentemente em se matar. O principal motivo identificado pela pesquisa foram “problemas com dívidas”.
O estado do Paraná, onde Lídia mora, é o terceiro que mais registrou casos de tentativa de suicídio por agrotóxico, de acordo com os microdados analisados por Agência Pública e Repórter Brasil. De acordo com os dados do Sinan, foram 212 os casos de agricultores que trabalhavam em plantações de fumo que tentaram o suicídio tomando pesticida. Os números reais podem ser muito maiores, já que em 79% dos registros não foi informado a cultura em que a vítima trabalhava.
O cultivo de tabaco sustenta 149.060 famílias apenas na região do Sul, com envolvimento de 2,1 milhões de pessoas em todo o processo, segundo dados da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). Questionada sobre as intoxicações e suicídios por agrotóxicos entre trabalhadores das culturas de tabaco, a associação respondeu em nota que a atividade da fumicultura “proporciona qualidade de vida ao produtor e contribui para a sustentabilidade de sua propriedade”.
De acordo com a Afubra, as plantações de tabaco estão entre as que menos utilizam agrotóxico, com cerca de 1,01kg de princípio ativo por hectare. “Alguns importantes produtos alimentícios chegam a usar acima de 30 kg/ha. Então, é um mito e inverossímil o entendimento e alegação de muitas pessoas de que o tabaco é a cultura que mais agrotóxico usa”, diz o presidente da associação, Benício Albano Werner. A Afubra afirma ainda que as empresas fumageiras fornecem orientações e informações sobre aplicação de defensivos agrícolas e o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
“O trabalho com agrotóxico torna a pessoa depressiva”, diz agricultor
À reportagem, Lídia e o marido contaram que é comum casos de suicídio entre os produtores da região onde vivem. “Tem gente que se enforca, toma veneno. A pessoa não nasce com depressão, o trabalho com agrotóxico torna a pessoa depressiva”, diz Antônio.
A OMS classifica como fatores de risco para suicídio ter doenças mentais agudas, angústia, pobreza, ruptura de um casamento ou relacionamento, doença física, perda de emprego, exposição à violência, ser intimidado ou abusado quando criança, abuso de álcool ou drogas, e acesso fácil a produtos altamente letais, como venenos e armas. O relatório da OMS ainda destaca que nas comunidades agrícolas, problemas financeiros são um fator importante.
Atualmente, Lídia precisa tomar diversos remédios para diminuir as dores e frear o avanço das doenças. A conta não sai barata: R$ 6.400 por mês apenas de medicamento. Dinheiro que ela não tem. Lídia sobrevive com a aposentadoria por invalidez. Atualmente o marido está desempregado.
Ela conseguiu na Justiça o direito de receber parte dos medicamentos dos governos estadual, municipal e da empresa que comprava as folhas de fumo que ela produzia. “Os medicamentos diminuem as dores, mas ainda sofro muito. Meu tratamento tá dependendo de ser mantido a tutela (com a empresa), e ações com o governo. Foram seis anos para conseguir receber, tempo em que a minha saúde só piorou, porque não tinha como fazer tratamento. Eu mesma pago a fisioterapia, uma vez por semana, mas deveria fazer todos os dias. Por isso estou tendo avanços da paralisia no corpo e agora no rosto”, conta Lídia.
Em abril deste ano, ela teve sua história contada em um documentário produzido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Fiocruz. Ela participa de reuniões e audiências públicas do Fórum Paranaense de Combate aos Agrotóxicos, Transgênicos e Fertilizantes Químicos, onde conta sua história de vida como um alerta para os riscos dos agrotóxicos.
“O que me restou agora são as minhas palavras. Alertar os outros sobre o que os agrotóxicos podem causar”, completa.
OMS alerta sobre riscos de comercialização
O relatório da OMS sobre suicídios cometidos com agrotóxicos destaca o risco de manter no mercado produtos altamente tóxicos, e indica que as agências reguladoras dos países proíbam esses químicos. De acordo com estudo citado no documento, uma pesquisa realizada na China e no Sri Lanka mostrou que mais da metade das pessoas que tentou o suicídio bebendo agrotóxicos havia planejado seu ato menos de 30 minutos antes, e procurou o primeiro veneno disponível em casa.
“Os métodos de suicídio em potencial prontamente acessíveis para alguém em um momento de crise ocupam um papel importante em determinar se uma pessoa morre. Um número consistente de pesquisas mostra que restringir acesso a métodos de suicídio de alta letalidade, como pesticidas altamente perigosos, salva vidas”, diz trecho do documento.
No Brasil, um trabalho de 2017 feito com dados de mortalidade no estado do Alagoas identificou que os casos de suicídio são maiores entre os trabalhadores agrícolas do que entre os não agrícolas, e aumentam nas regiões que usam mais agrotóxicos e que produzem tabaco.
A Croplife, associação que representa empresas produtoras de agrotóxicos como Bayer, Basf e Syngenta, informou, por meio da assessoria de imprensa, que a aprovação e registro de qualquer defensivo agrícola, como os organofosforados, é extremamente rigorosa, passando por avaliações da Anvisa, Ibama e Ministério da Agricultura. “Se um defensivo está no mercado e pode ser comercializado é porque foi considerado seguro pelo sistema regulatório nacional”, disse em nota.
A associação destacou ainda que o uso de qualquer defensivo agrícola deve ser orientado por um engenheiro agrônomo. “Por lei, defensivos só podem ser comprados no Brasil mediante a apresentação de um Receituário Agronômico, preenchido e assinado por um profissional credenciado (agrônomo ou, em alguns estados, técnico agrícola). Assim como medicamentos, os defensivos são acompanhados por bulas contendo todos os alertas e recomendações de uso. A legislação brasileira também exige o uso de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) apropriados para cada situação”, declarou a associação.
NOTA DA REDAÇÃO: A reportagem foi atualizada em 13 de outubro de 2020, às 13h20, para inserir o posicionamento da companhia Croplife.
Esta reportagem faz parte do projeto Por Trás do Alimento, uma parceria da Agência Pública e Repórter Brasil para investigar o uso de agrotóxicos. Clique para ler a cobertura completa no site do projeto.