CASO DO GADO
Marfrig
NOTA À REPÓRTER BRASIL: Com relação à reportagem “Nova ‘lista suja’ do trabalho escravo inclui empregadores que receberam auxílio emergencial”, publicada pela Repórter Brasil, em 5 de abril de 2022, a Marfrig esclarece que sua unidade de abate em Pirenópolis, no estado de Goiás, foi desativada em setembro de 2019. Portanto, a partir desta data, não houve qualquer relacionamento entre a companhia e o produtor José Eduardo Sanches.
Em 9 de junho de 2018, data da compra de animais da Fazenda Alaia, de José Eduardo Sanches, por parte da Marfrig, não havia qualquer registro da propriedade na lista de fazendas embargadas pelo Ibama – o que é comprovado na certidão anexada aqui. A Fazenda Alaia também não fazia parte da lista do trabalho escravo elaborada pelo Ministério do Trabalho. Sendo assim, com base nesses documentos oficiais, a propriedade estava aderente às políticas socioambientais estabelecidas pela Marfrig.
As fazendas Santa Adelaide e Arizona, também do produtor José Eduardo Sanches, também não constavam dessas duas listas – propriedades embargadas pelo Ibama e lista de trabalho escravo do Ministério do Trabalho – entre janeiro de 2018 e agosto de 2019, período no qual foram realizadas as compras de gado por parte da companhia.
A Marfrig reforça ainda que possui uma rígida política de compra de gado que inclui o monitoramento de desmatamento e o bloqueio de fornecedores cuja propriedade tenha sobreposição com terras indígenas e com áreas protegidas ou de produtores com áreas embargadas ou listadas como praticantes de trabalho escravo. Somente são homologados os produtores em conformidade com esses termos e, a cada nova operação de abate, essa checagem é atualizada. Quando uma não conformidade é identificada, o fornecedor é imediatamente bloqueado e não são feitas novas compras. Essa é uma prática obrigatória e inegociável da Marfrig.
CASO DA DOMÉSTICA INDÍGENA
O advogado David Conley de Azevedo Lima, representante do casal, questionou a inclusão do caso na ‘lista suja’ do Ministério do Trabalho antes da conclusão do processo judicial, lembrando que “em nosso sistema de justiça ninguém será considerado culpado até sentença penal transitada em julgado”. Lima criticou ainda que “sequer aguardou-se o fim do processo para carimbar os envolvidos como agressores” e, sobre o recebimento do auxílio emergencial, afirma ter sido surpreendido pela notícia, não tendo elementos suficientes para comentar.
CASO DA FAZENDA MESAS (CAFÉ)
O proprietário da fazenda Mesas, Wagner Arthur Gonçalves dos Santos, não foi localizado. A Repórter Brasil entrou em contato por email com a assessoria de imprensa da prefeitura de Campos Altos, mas não obteve resposta.
CASO FAZENDA CÓRREGO DAS ALMAS
A reportagem não conseguiu localizar os representantes atuais da fazenda para comentar a inclusão na ‘lista suja’. Na época do resgate, a então advogada dos proprietários afirmou que recebeu a fiscalização “com espanto”, porque o trabalho escravo não era a “filosofia de trabalho” da empresa, que atuava no mercado havia muitos anos e sempre “procurou cumprir todas as exigências legais, inclusive para obter todas as certificações, licenças e premiações que são extremamente exigentes.”
CASO DA CARVOARIA
À Repórter Brasil, José Eustáquio Lima afirmou que, logo após a fiscalização ocorrer, em maio de 2020, iniciou a adequação do local de trabalho. “Contratamos um construtor para fazer as casinhas e todas são equipadas com chuveiro elétrico, geladeira e filtro de água”, disse. Ele afirmou também, por telefone, que todos os trabalhadores que prestam serviços para ele hoje são registrados. “Agora quando eles chegam, já levo na clínica, faço exame [médico admissional], e registro”.
Disse também que compra botina, luva, capacete, óculo e abafador para os trabalhadores e que eles não ultrapassam seis horas diárias de jornada. “Quem falou que trabalha durante a noite toda, mentiu”.
CONSTRUÇÃO CIVIL
A Repórter Brasil entrou em contato com a Prefeitura de Viçosa e com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, mas ainda não recebeu posicionamento
O advogado da Jari Segurança e Logística Empresarial informou que: “Trata-se de um inquérito policial em trâmite na Polícia Federal da cidade de Juiz de Fora. Não existe ou existiu qualquer tipo de afronta por parte da empresa que se caracteriza com trabalho análogo ao de escravo. Houve um atraso na organização dos alojamentos, o que resultou no presente inquérito policial. Não houve até o momento oferecimento de denúncia pelo Ministério Público. Na esfera trabalhista, após auditoria do Ministério Público do Trabalho, foi solicitado a adequada recolocação dos empregados, o que de pronto foi atendido. Ou seja, os trabalhadores foram acomodados em alojamentos, o que já seria feito, pois estava em negociação entre o responsável da empresa, Rodrigo Gomes dos Santos, e os alojamentos de pessoas na cidade. Intervalo esse que ocorreu a fiscalização. Em seguida a obra foi liberada para continuar as atividades normalmente.