Íntegra das respostas da JBS, Minerva, Agropecuária Rio Preto Eirelli e família Pozzebon

Íntegra das respostas da JBS, Minerva e Agropecuária Rio Preto Eirelli e família Pozzebon para a reportagem 'JBS admite ter comprado 9 mil bois ilegais do 'maior desmatador do país''
 10/11/2022

JBS

O sistema de due diligence socioambiental da JBS, que há mais de 10 anos utiliza os melhores dados oficiais disponíveis e ferramentas de monitoramento via satélite para avaliar diariamente todos os seus fornecedores diretos, já bloqueou mais de 15 mil pecuaristas por descumprirem os critérios da Companhia e do setor. Toda vez que tomamos conhecimento de alguma tentativa de burlar esse controle, bloqueamos os envolvidos, como é o caso dos produtores citados pela reportagem da Repórter Brasil.

Todos os pedidos de compra que a Companhia realizou junto à Agropecuária Rio Preto Eirelli estavam expressamente endereçados à Fazenda Akira, única propriedade vinculada a essa empresa no cadastro da JBS, e que está em conformidade com todos os critérios socioambientais do setor. Porém, a partir das informações apresentadas pela Repórter Brasil, ficou claro que o grupo mencionado vinha, de má-fé, se valendo de conivência de funcionários da Friboi para burlar o sistema, formalizando as vendas pela fazenda Akira, autorizada e cadastrada, porém enviando o gado produzido em fazendas com irregularidades socioambientais.

Diante dessa fraude, a JBS bloqueou a Agropecuária Rio Preto Eirelli, seus sócios e todas as pessoas a eles associadas, desligou os colaboradores envolvidos, e vai buscar reparação na Justiça pelos danos sofridos, além de comunicar outros atores do setor a respeito da atuação do grupo. A Companhia também já incorporou processos adicionais em seu sistema de due diligence socioambiental para impedir que indivíduos consigam burlar seus controles. Esse tipo de atualização é crucial para barrar aqueles que estão rotineiramente tentando driblar o monitoramento das empresas do setor. Nesse sentido, a empresa agradece à Repórter Brasil pelo escrutínio.

A Repórter Brasil também mencionou que a JBS teria transferido R$ 47 milhões para contas correntes ligadas ao grupo entre 2015 e 2019. Os pagamentos se referem à compra de gado oriundo dessa produtora.

A reportagem também apontou a forma como a fazenda vinculada à Agropecuária Rio Preto Eirelli aparecia no site de Garantia de Origem da Friboi. Até o momento, não identificamos a qual fazenda esse cadastro se refere.

Quanto à presença de Chaules Volban Pozzebon na Lista Suja do Trabalho Escravo, verificamos que ele não faz parte do cadastro da empresa desde 2012.

Recebemos essas informações como uma oportunidade de aprimorar os nossos processos, punir quem descumpre nossas políticas e reforçar os treinamentos e a capacitação dos colaboradores das áreas responsáveis da Friboi na região para impedir que isso aconteça novamente.

Não toleramos qualquer comportamento que se desvie dos compromissos socioambientais assumidos pela empresa, nem de nossos colaboradores, nem de fornecedores.

Resposta adicional sobre investimentos

It is opportunistic and inappropriate to link the alleged fraudulent and criminal actions of Agropecuária Rio Preto Eireli contained in the Repórter Brasil investigation to international investors. JBS has an open and transparent relationship with its investors who are fully aware of our zero-tolerance policy for illegal deforestation in all Brazilian biomes, or any other illegal activity, associated with our supply chains, and our continuous efforts to strengthen our processes to avoid circumvention by bad-faith actors.

We are permanently in close dialogue with the market to communicate our efforts and share the obstacles that JBS and all companies in the same sector are facing in Brazil. Part of this challenge involves constantly updating and improving our socio-environmental due diligence to stop the attempts of criminal groups to circumvent our control, as was the case in question.

Minerva
27/10/2022
Para combater o desmatamento ilegal dos ecossistemas tropicais, monitoramos 100% dos nossos fornecedores diretos no Brasil e Paraguai, 90% na Argentina e mais de 40% na Colômbia, com tecnologia de mapeamento geográfico. Seguimos investindo continuamente em melhorias dos sistemas e em novas ferramentas que nos auxiliam a garantir uma produção mais sustentável e em conformidade com normas e leis socioambientais. Como exemplo, a ferramenta Visipec, para avaliação de riscos de fornecedores indiretos, e o SMGeo Prospec, um aplicativo que coloca na palma da mão do produtor rural a mesma tecnologia utilizada em nossos sistemas internos.

Com relação ao monitoramento dos fornecedores, quando identificamos qualquer irregularidade em sua atuação, realizamos imediatamente o bloqueio no nosso sistema interno, impossibilitando qualquer comercialização com o nome do produtor e todas as propriedades vinculadas ao seu CPF – seja ele fornecedor ou não da Companhia. O retorno da comercialização com o produtor está diretamente condicionado à sua efetiva regularização junto aos órgãos públicos

Sobre o referido caso, estamos apurando o ocorrido com base nos dados que estão públicos e legalmente disponíveis para uso

Vale ressaltar que a Minerva Foods é uma empresa global, que tem o capital aberto e atende aos mais altos padrões de governança corporativa. As relações comerciais que a Companhia mantém com mais de 30 mil produtores agropecuários em toda a América do Sul tem como finalidade única a compra de gado. Como informado anteriormente, se encontrada qualquer irregularidade na atuação de fornecedor, a Companhia realiza o bloqueio imediato da propriedade em seu sistema interno.

21/09/2022

A Minerva Foods não adquiriu gado fornecido pela Agropecuária Rio Preto Eirelli, oriundo da Fazenda Rio Branco I (RO-1100023-C70878E4F6B74B5CAB1B7F32716321DC), em nenhuma de suas unidades. A propriedade encontra-se bloqueada em nosso sistema interno de monitoramento de fornecedores diretos desde 2018, sem realizar qualquer comercialização com a Companhia, por apresentar irregularidades de PRODES em 2014, 2016, 2018, 2019 e 2020 e, também, por apresentar sobreposição de polígono de embargo do IBAMA em nome de outro produtor rural. Esse é o procedimento padrão da Minerva Foods e a comercialização com a propriedade está diretamente condicionada à sua efetiva regularização junto aos órgãos públicos.

Desde 2009, seguimos os critérios estabelecidos pelo Compromisso Público da Pecuária em todo território da Amazônia. Os relatórios com os resultados das auditorias anuais são públicos e estão presentes no site https://www.minervafoods.com/sustentabilidade/. Em 2020, adotamos ainda o Protocolo de Monitoramento dos Fornecedores de Gado na Amazônia, com o objetivo de unificar os critérios estabelecidos nos TACs (Termo de Ajustamento de Conduta) junto ao MPF e demais compromissos tanto em Rondônia quanto nos demais estados da Amazônia.

Chaules Volban Pozzebon, Maria Salete Pozzebon e Agropecuária Rio preto Eireli

A defesa de Charles Volban Pozzebon, a cargo do Escritório Aury Lopes Jr Advogados, esclarece que não existiu qualquer tipo de fraude ou crime nas vendas realizadas. Não existe organização criminosa, mas sim um grupo empresarial regularmente constituído e com atividades lícitas e autorizadas pelos órgãos competentes. Não existiu desmatamento criminoso, mas manejo autorizado de madeira e, posteriormente, encerramento dessa atividade e maior investimento na criação de gado de corte. Todas as atividades são lícitas e regulares, sem qualquer fraude ou desacordo de pactos setoriais da carne. Chaules nega categoricamente o rótulo midiaticamente construído, de forma absolutamente injusta e errada, de ser desmatador ou invasor de terras.

Quanto a absurda condenação a 99 anos, é fruto de uma sentença proferida por juízo absolutamente incompetente e sem qualquer base probatória ou jurídica que a sustente. É objeto de recurso de apelação no Tribunal de Justiça de Rondônia, acreditando a defesa que a sentença será completamente revisada, com a absolvição de Chaules ou anulação do processo. Está preso desde 23/10/2019 e jamais ‘comandou’ qualquer tipo de atividade ilegal de dentro da prisão.

A segunda condenação, pelo crime de redução à condição análoga a de escravo, também aguarda julgamento de recurso de apelação, junto ao Tribunal Regional Federal da 1º Região. Trata-se de situação absolutamente desconhecida e sem qualquer participação de Chaules, pois era um trabalho terceirizado, acreditando a defesa na sua absolvição pelo tribunal.

Em relação à Sra. Maria Salete Pozzebon, mãe de Chaules, cumpre rechaçar o rótulo de ‘laranja’, pois absolutamente fantasioso e inverídico. Maria Salete é proprietária regularmente constituída da empresa Agropecuária Rio Preto. A empresa não é proprietária de fazendas, apenas arrendatária para criação e venda de bovinos. Todas as operações comerciais são regularmente declaradas, com notas fiscais emitidas e não existe qualquer fraude.

No restante, a reportagem é sensacionalista e toma como verdade fatos que estão sendo investigados ou são objeto de processo em andamento. A defesa refuta categoricamente a prática de qualquer crime e tudo será devidamente comprovado e justificado nos autos dos respectivos processos.

Confira a reportagem JBS admite ter comprado 9 mil bois ilegais do ‘maior desmatador do país’

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