Posicionamentos enviados para reportagem ‘Bunge compra soja de família multada por plantio ilegal em área ameaçada do Cerrado’

Confira na íntegra as notas enviadas por Bunge, ALZ Grãos, JBS e Edson Vieira Araujo - advogado família Kumasaka
 24/09/2023

Bunge

A Bunge reitera que seu compromisso de estar livre de desmatamento e conversão de vegetação nativa nas cadeias de valor em 2025 é parte central da estratégia e planejamento de negócios da empresa. A Bunge não compra grãos de áreas embargadas e mantém rígido controle sobre critérios socioambientais em suas operações. Utilizamos tecnologia de satélite de ponta para monitorar áreas prioritárias na América do Sul – mais de 16.000 fazendas, cobrindo mais de 20 milhões de hectares. Como resultado desses esforços, mais de 97% dos nossos volumes de soja do Brasil são livres de desmatamento e conversão. Isso mostra que estamos muito próximos de alcançarmos nossa meta de desmatamento zero em 2025. 

Nosso monitoramento é capaz de identificar mudanças no uso da terra e no plantio de soja em cada uma das fazendas de onde originamos e captura toda e qualquer abertura de novas áreas nas regiões monitoradas. Todos os grãos originados pela Bunge passam por um rigoroso sistema de análise de restrições socioambientais. O risco de possível triangulação é considerado em nosso procedimento de restrição para originação. Nós verificamos se a fazenda tem capacidade para prover o volume que está sendo comprado, incluindo checagem in loco durante a colheita e carregamento de grãos, quando necessário. 

Além disso, alegações plausíveis de abuso aos direitos humanos ou outras formas de exploração não são toleradas. Fazendas que forem identificadas pelas autoridades como envolvidas em casos de abuso aos direitos humanos são imediatamente bloqueadas em nossa cadeia de suprimentos. Entre outros controles, verificamos diariamente a lista pública elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego de empresas que tenham submetido trabalhadores a condições análogas a de escravo. A Bunge também possui um canal global e confidencial em 19 línguas para receber e responder às preocupações relacionadas às suas políticas socioambientais. Continuamos a aprimorar nossa governança e práticas em questões relacionadas aos direitos humanos, incluindo o estabelecimento de uma equipe global de Direitos Humanos em 2022 e o lançamento de nossa Política Global de Direitos Humanos no início de 2023.

A Bunge reitera a confiança nos sistemas de checagem socioambiental e monitoramento que estruturou ao longo dos últimos anos e se mantém comprometida em promover padrões avançados e desenvolver abordagens práticas e sustentáveis. Isso é parte de nossa estratégia e nós vamos continuar comprometidos com essa jornada.

ALZ Grãos

Quanto aos questionamentos encaminhados, seguem esclarecimentos.

A ALZ Grãos informa que a comercialização levantada pela Repórter Brasil encontra-se de acordo com os critérios socioambientais da empresa, não sendo detectadas, no momento da comercialização, restrições socioambientais na Fazenda São Jorge, local de originação dos grãos.

Cabe informar ainda que as operações da ALZ Grãos estão alicerçadas em duas políticas formalmente implementadas, as quais estão disponíveis no site oficial da ALZ Grãos – http://alzgraos.com.br/folder.pdf, sendo elas:

-Política Socioambiental

-Política de Sustentabilidade de Grãos

É definido como critério a não comercialização de grãos em áreas produtivas que incidam em:

-Embargos Ambientais;

-Lista do Trabalho Análogo ao Escravo;

-Terras Indígenas, Quilombolas e Unidades de Conservação de Proteção Integral;

-Áreas desmatadas não conformes com a Moratória da Soja no Bioma Amazônia.

Além disso, é exigido por meio de cláusula contratual que os produtores fornecedores cumpram a legislação ambiental e relacionadas.

Por fim, a empresa informa que seu processo de diligência para confirmação da regularidade de suas comercializações é constante. Assim, irá aprofundar suas análises e, havendo evidências de não atendimento de suas políticas, a empresa tomará as medidas cabíveis, como bloqueio ou suspensão da relação comercial.

JBS  

Sobre a nova consulta da Repórter Brasil, a informação está incorreta.

Edson Vieira Araujo – advogado família Kumasaka

Boa tarde! Como eu disse, não posso responder perguntas que importem em temas eminentemente privados da empresa. O tema público, os embargos, esses foram frutos de uma briga institucional entre os órgãos ambientais, a Fazenda foi licenciada pelo Piauí e o Tocantins embargava dizendo que era por lá. Isso gerou a necessidade do IBAMA intervir e confirmar que o licenciamento poderia sim ser feito pelo Piauí. Ainda assim o Órgão de Tocantins manteve os embargos o que nos forçou a judicializar e obter decisão suspendendo os embargos.


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