GRIFES INTERNACIONAIS estão comprando couro de empresas que têm vínculos com fazendas que criam animais em terras indígenas e em áreas desmatadas ilegalmente na Amazônia. Esta é a conclusão de um estudo publicado pela organização não-governamental britânica Earthsight, realizado em colaboração com a Repórter Brasil.
A investigação analisou decisões judiciais, imagens de satélite, registros de embarques e se infiltrou em feiras do setor para desvendar a rede de fornecedores de couro de marcas como Chanel, Balenciaga e Gucci.
Segundo a Earthsight, na base da cadeia produtiva do couro enviado à curtumes italianos fornecedores das grifes está o frigorífico Frigol. O abatedouro é apontado como comprador de gado criado em áreas embargadas por desmatamento e em fazendas instaladas ilegalmente dentro da Terra Indígena (TI) Apyterewa, em São Félix do Xingu (PA).
A Repórter Brasil colaborou com o rastreamento das vendas de gado de fazendas associadas aos casos de desmatamento e de invasão da TI Apyterewa. Mais detalhes do caso podem ser lidos na reportagem “Grifes de luxo usam couro proveniente de desmatamento ilegal no Pará, diz estudo”.
Em nota enviada à reportagem, a Frigol afirmou que “todas as compras de gado estão em conformidade socioambiental” e que seus fornecedores diretos “não produzem em áreas de desmatamento, em terras indígenas ou em unidades de conservação, e que estão fora da lista de organizações envolvidas com trabalho escravo”. O posicionamento completo da empresa pode ser lido aqui.
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