Repórter Brasil previne 42.630 pessoas do trabalho escravo no Piauí

Ciclo formativo do Escravo, nem pensar!, programa de educação da Repórter Brasil, realizou projetos em mais de 200 escolas em 75 municípios do estado.

Entre  os dias 6 e 7 de novembro, o Escravo, nem pensar!, programa de Educação da Repórter Brasil, realizou o último módulo da formação com dez Gerências Regionais de Educação (GRE) do Piauí. O projeto, que visa a prevenir o trabalho escravo no estado por meio de capacitações com funcionários públicos, é uma parceria entre Repórter Brasil, Secretaria de Estado de Educação do Piauí (Seduc-PI), Confederação Nacional dos Trabalhadores Assalariados e Assalariadas Rurais (Contar), a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo do Piauí (Coetrae-PI) e conta com apoio da Fundação Avina. 

Cerca de 30 profissionais da educação participaram dos dois dias de encontro – são os pontos focais do projeto, responsáveis por multiplicar o conteúdo do ENP! entre as escolas de suas GREs. Os resultados desses esforços foram mostrados nas apresentações: com o envolvimento de 1.603 educadores e 35.709 estudantes, as escolas apresentaram peças teatrais, produziram filmes, organizaram passeatas, convidaram especialistas para palestrar sobre o tema, entre outras ações que impactaram mais de 42.630 piauienses.

Uma das escolas, a CETI Dirceu Mendes Arcoverde, de Teresina, levou a peça “Respire”, produção teatral roteirizada e produzida pelos estudantes, para o encontro. Crédito: Thayane Massopust/Repórter Brasil

O último dia da formação foi marcado por uma mesa de encerramento, que contou com a presença de representantes da SEDUC-PI; do Ministério Público do Trabalho; da Secretaria da Assistência Social, Trabalho e Direitos Humanos do Governo do Estado do Piauí (SASC-PI) e CPT.

O procurador do trabalho, Edno Moura, destacou a importância da parceria entre SEDUC e Repórter Brasil para dar luz ao tema no estado: “Essa parceria é fundamental para avançarmos no enfrentamento do trabalho escravo. A gente tem se limitado, durante muitos anos, a trabalhar repressão, mas o trabalho escravo não se combate apenas com repressão. Quando formamos multiplicadores, como é o caso do projeto Escravo, nem pensar!, aí sim damos um passo relevante para reduzir o trabalho escravo no estado do Piauí”.

Para a Superintendente de Ensino, Viviane Faria, a educação cumpre um papel fundamental na garantia de um futuro digno para a juventude: “Essa é a nossa função enquanto educadores: despertar a consciência nos jovens. São esses estudantes que vão defender os direitos humanos, que vão ser agentes do trabalho digno e não vão se calar quando verem injustiças sociais. Nós fizemos a seleção dessas regiões do Piauí e agora queremos ir para outras regiões que nós não alcançamos com o programa”.

Até o momento, 213 escolas de 75 municípios piauienses concluíram o projeto. Como próximos passos, esperam-se novas ações de culminância até dezembro deste ano. Além disso, as GREs ficam responsáveis por entregar o relatório final, com o impacto definitivo da formação. 

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Crédito: Thayane Massopust
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