Com estreia em abril no festival É Tudo Verdade 2025, o documentário “Pau d’Arco” traz revelações de investigação conduzida por 8 anos. O filme é uma produção da Repórter Brasil e Amana Cine.
O documentário “Pau d’Arco” acompanha os sobreviventes da chacina em que a polícia matou 10 trabalhadores sem-terra no Pará. Ao seguir os passos da principal testemunha e seu advogado na luta por justiça e pela terra, acontecimentos chocantes indicam uma possível tentativa de encobrir o crime.
Filme estreia no festival É Tudo Verdade.
Pau d’Arco
São Paulo: 05/04 sábado, 19h30 – Cinemateca Sessão com debate
Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino
10/04 quinta, 20h30 – IMS (Instituto Moreira Salles)
Avenida Paulista, 2024
Rio de Janeiro: 12/04 sábado, 18h30 – Estação Net Botafogo Sessão com debate
Rua Voluntários da Pátria, 88
13/04 domingo, 16h – Estação Net Rio
Rua Voluntários da Pátria, 35
* As sessões são abertas e gratuitas. Retirada de ingressos no local a partir de 1 hora antes.
Noticiada pelos maiores jornais do país, a chacina de Pau d’Arco foi resultado de uma operação das polícias civil e militar que matou dez trabalhadores sem-terra. O episódio ocorreu em maio de 2017 dentro de uma fazenda ocupada no sudeste do Pará, fronteira da floresta Amazônica.
Desde então, a diretora e jornalista Ana Aranha acompanhou de perto a vida da principal testemunha do caso e do advogado do grupo. O resultado foi o registro de fatos surpreendentes que indicam uma possível tentativa de encobrir o crime.
O filme se inspira e sua trama evoca o clássico brasileiro “Cabra Marcado para Morrer”, de Eduardo Coutinho, que completou 40 anos e também será exibido no mesmo Festival. O É Tudo Verdade traz outros documentários brasileiros e internacionais sobre disputas por terra.
Apesar de ter uma veia investigativa, “Pau d’Arco” é um filme intimista, que mergulha na vida após a chacina. Com imagens filmadas no dia do crime, é no contexto de torpor pela violência que o filme apresenta seus protagonistas:
Fernando dos Santos, trabalhador rural, foi o primeiro a ter coragem de depor e único sobrevivente da chacina que não esconde sua identidade. Ainda em choque, Fernando conta detalhes sobre como a polícia matou seu namorado e torturou seus colegas antes de executá-los. Mas, honrando um pedido dele, o filme o retrata muito além de como vítima. Ele abre sua casa e sua história. Um homem corajoso que renunciou ao conforto e à liberdade que tinha em grandes cidades para perseguir o sonho de possuir sua própria terra. Humor e inteligência são suas armas para prosperar em meio à solidão de um homem gay no Brasil rural.
José Vargas, advogado de Fernando e dos outros sem-terra, é um jovem idealista que saiu do Paraná para trabalhar no escritório de advocacia do seu pai. Seu idealismo o colocou no centro deste perigoso caso, obrigando sua esposa e filhas a deixarem o Pará. O filme acompanha o advogado em sua intimidade e em audiências onde ele contesta ordens judiciais de despejo. Por defender os sobreviventes tanto na luta por justiça pela chacina quanto pelo direito à terra, Vargas entra na mira daqueles que querem calar os trabalhadores sem-terra.
LINGUAGEM E ESTÉTICA
Flertando com o gênero true crime, “Pau d’Arco” concilia a câmera na mão do jornalismo investigativo com uma fotografia de cinema que se aprimorou em captar a paisagem do sudeste do Pará em 13 viagens a campo.
O filme começa com uma linguagem de cinema direto com foco em Fernando e Vargas. Devido aos fatos que impactam as suas vidas, a linguagem do filme também sofre um revés. Impedida de ter acesso aos seus protagonistas, a diretora precisa sair de trás das câmeras e assumir a frente da investigação para levar a narrativa adiante.
A mudança no formato é uma construção assinada por ela, junto do editor Daniel Grinspum, ganhador do prêmio de Melhor Montagem do É Tudo Verdade de 2023 por “Incompatível com a Vida” e responsável pela montagem de séries como “Rota 66“ e “3%”. Além da roteirista Adriana Yañez, responsável pela direção e roteiro de “Um crime entre nós” e “As Primeiras”, ganhador de Melhor Filme pelo Júri Popular na Mostra de Cinema de Tiradentes.
Esta é a primeira direção longa-metragem de Ana Aranha, que antes dirigiu o curta-metragem “Relatos de um Correspondente da Guerra na Amazônia”, sobre o assassinato do jornalista Dom Phillips no Vale do Javari. O filme ganhou o 40º Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo, em 2023. Antes disso, Ana assinou produção executiva e roteiro de “Jaci – Sete Pecados de uma Obra Amazônia”, ganhador do prêmio Gabriel García Márquez de Jornalismo em 2016.
A HISTÓRIA DO TÍTULO
Pau d’Arco é o nome popular dado ao Ipê nas áreas rurais e de florestas do Pará. A origem é o uso indígena da madeira dessa árvore: para fazer arcos usados na caça ou em guerras.
Devido à grande presença de pau d’arcos, ou ipês, nas florestas da área, o município onde fica a fazenda leva esse nome. E assim ficou conhecido o episódio que dá início ao filme: a “chacina de Pau d’Arco”.
MATERIAL DE DIVULGAÇÃO
FICHA TÉCNICA
Pau d’Arco
Brasil, 2025 – 89 min
Direção: Ana Aranha
Coprodução: Repórter Brasil e Amana Cine
Produzido por
Mariana Genescá
Ana Aranha
Montagem
Daniel Grinspum
Tali Yankelevich
Roteiro
Adriana Yañez
Ana Aranha
Direção de Fotografia
Caue Angeli
Lunaé Parracho
Cor e Master
Estúdio Arco
Brunno Schiavon
Captação de Áudio
Rafael Veríssimo
Sound Design e Mixagem
Fernando Ianni
Rodrigo “Funai” Costa
Fabian Jorge
Marcelo Cyro
Trilha Sonora Original
Pedro Penna
Produção Executiva
Ana Aranha
Mariana Genescá
Produtores Associados
Eliza Capai
Marcel Gomes
Ana Magalhães
Carlos Juliano Barros
Produtora de Conteúdo
Clarice Rios
Assistente de Produção Executiva
Jacqueline Melo
Produção de Campo
Lunaé Parracho
Ana Aranha
Luana Rocha
Carlos Juliano Barros
Mauricio Monteiro
Evandro Medeiros
Luiz Nunes Junior
Pesquisa
Lunaé Parracho
Ana Aranha
Luana Rocha
Fotografia Adicional
Rafael Batista
Lucas Barreto
Ruy Sposati
Caio Castor
Carol Matias
Evandro Medeiros
Captação de Áudio Adicional
Eduardo Nescau
Luana Rocha
Mauricio Monteiro
Ana Aranha
Colorista
Brunno Schiavon
Colorista Assistente e Editora Online
Isabel Beitler
Produtor de Cor e Master
Lucas Silva Campos
Coordenação de Pós-produção
Maria Sayd
Consultoria de Montagem
Eduardo Valente
Consultoria Criativa
Chloe Leland
Caio Cavechini
Eliza Capai
Ismail Xavier
Carlos Juliano Barros
Carol Quintanilha
Laboratório Digital
Cadu Silva
Assistentes de Edição
Caue Angeli
Cynthia Gancev
Roberta Bonoldi
Beatriz Vitória
Joyce Cardoso
Design de Créditos
Eder Xavier
João Marcos de Almeida
Design do Cartaz
João Marcos de Almeida
Ilustração do Cartaz
Gabriel Pessoto
Imagens Adicionais
Érvi Garcia
Fernanda Carneiro
José Vargas Junior
Imagens Drone
Caue Angeli
Tradução e Legendas Inglês
Bruno Murtinho
Revisão Inglês
Paula Bara
Revisão Português
Fernanda Veneu
Transcrição Entrevistas
Paloma Albuquerque
Jonas Santana
Trailer
Luísa Breda
Produtora de Lançamento
Maria Lutterbach
SOBRE AS PRODUTORAS
A Repórter Brasil é uma organização de jornalismo investigativo fundada em 2001 com 38 prêmios em jornalismo, documentários e direitos humanos. Em 2023, a organização foi reconhecida como a agência de jornalismo mais premiada do Brasil pelo site Jornalistas & Cia, além de quinto veículo de comunicação com maior número de prêmios. Entre 13 prêmios nacionais e internacionais de documentário, estão o longa “Jaci”, de 2015, vencedor do prêmio Gabriel García Márquez, Melhor Longa-Metragem pelo Júri na Mostra Ecofalante e Seleção Oficial É Tudo Verdade. O longa “CarneOsso”, de 2011, ganhou o Prêmio Vladimir Herzog e participou de festivais como Gramado, FIDOCS (Chile), É Tudo Verdade e DOK Leipzig, onde ganhou uma menção honrosa. Sua produção mais recente, “Relatos de um Correspondente da Guerra na Amazônia”, de 2023, ganhou o 40º Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo.
A Amana Cine é uma produtora brasileira que há mais de 15 anos tem como foco documentários com temáticas sociais de impacto. As obras produzidas incluem séries, médias e seis longa-metragens, premiados nos principais festivais de cinema do mundo e exibidos em canais de TV e plataformas nacionais e internacionais (Mubi, Globoplay, BBC, Al Jazeera, RTP, GNT, Globonews, Canal Brasil, Futura, Curta!).
Entre eles estão “Incompatível com a vida” (2023), que estreou no festival É Tudo Verdade com o prêmio de melhor filme, se qualificou para o Oscar na categoria de melhor documentário, foi pré-selecionado para os Premios Platino, além de eleito o melhor documentário de 2023 pela APCA; “Espero tua (re)volta” (2019), que estreou no Festival de Berlim com os prêmios da Anistia Internacional e da Paz e percorreu outros mais de 120 festivais pelo mundo, ganhando mais de 25 prêmios; “O Estopim” (2014), indicado para representar a produção carioca no Emmy Awards e “Cortina de Fumaça”, presente na lista internacional dos “10 documentários que podem mudar a sua visão do mundo”.
SOBRE A EQUIPE
Ana Aranha, direção: seu trabalho como jornalista e documentarista renderam 18 prêmios. Dirigiu os documentários “Relatos de um Correspondente de Guerra na Amazônia”, que levou o 40º Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo, e “Slaves To Fashion”, pela Al Jazeera. Assina produção executiva e roteiro do documentário “Jaci – Sete Pecados de Uma Obra Amazônica” vencedor do prêmio Gabriel García Márquez de Jornalismo. É responsável por diversos curtas e investigações especiais na Repórter Brasil, onde foi chefe de redação entre 2015 e 1019. Foi repórter da Agência Pública e revista Época e publicou em El Mundo e The Guardian.
Mariana Genescá, produtora: sócia da Amana Cine, já produziu curtas, séries e seis longa-metragens documentais que, entre outros, ganharam o É Tudo Verdade e prêmios da APCA e Anistia Internacional e da Paz na Berlinale. Por “Ei you! O Haiti antes do terremoto” recebeu a Medalha Amigo da Marinha, concedida a personalidades em reconhecimento de trabalho social relevante. Foi ainda estrategista no Brasil de campanha internacional da ONU sobre a pandemia de COVID-19, indicada ao Leão de Cannes (2021), além de uma das criadoras da campanha “Todos pelas Vacinas” que, entre outros, recebeu o TikTok Awards em reconhecimento à ação de grande impacto social. É formada em Comunicação pela ECO/UFRJ, com pós-graduação executiva pela COPPEAD/UFRJ, especialização em Produção de Cinema pela NYFA e extensão em “Mídia, violência e direitos humanos”, pelo Nepp-DH/UFRJ.
Daniel Grinspum, montagem: trabalha desde 2003 com importantes nomes do audiovisual como Fernando Meirelles, Karim Ainouz, César Charlone, Marcelo Gomes, Eliza Capai, Anna Muylaert, Toniko Melo, Mir-Jean Bou Chaaya, Carlos Alberto Riccelli, Roberto Moreira, Philippe Barcinsky, Isa Ferraz entre outros. Especializado nas áreas de direção e montagem, possui experiência em curtas e longas-metragens, documentários, séries para TV, videoclipes, trailers e publicidade. Venceu o Prêmio EDT Melhor Montagem para filme Documental no Festival É Tudo Verdade 2023.
Adriana Yañez, roteiro: atua como diretora e roteirista há mais de 15 anos. Seu mais novo documentário “As Primeiras” levou o prêmio de Melhor Filme pelo Júri Popular na Mostra de Cinema de Tiradentes em 2024 e foi selecionado para Festivais na Irlanda, Espanha, Coréia do Sul, Canadá, Itália, Alemanha e República Tcheca. Em 2020 lançou “Um crime entre nós”, adquirido pela Globoplay. Dirigiu ainda episódios da série “Sociedade do Cansaço”, (Globoplay) e “The World According to Football” (Showtime e Paramount), premiada no Sports Emmy Award 2024.
Caue Angeli, direção de fotografia: estudou na (EICTV) em Cuba, Central Film School em Londres e esteve durante 10 anos na TV Globo como diretor de fotografia, foi correspondente por dois anos no escritório da Globo em Londres. A partir de 2013 com sua própria produtora, a 11:Onze Filmes, se dedica a diversos formatos e desenvolve projetos autorais. Especializado em cinema direto, transita entre a ficção e o documental e estabelece parcerias, dentre elas, ligadas ao teatro paulistano. É fotógrafo de algumas séries e documentários da Globoplay.
Rafael Veríssimo, captação de áudio: técnico de som direto e documentarista, gravou o som de filmes como “Pelé” (Netflix), “O Piano Que Conversa” (vencedor In-Edit 2017), “Música Pelos Poros” (vencedor do Festival de Cinema Latinoamericano de SP 2017) e “Amazônia, Arqueologia da Floresta”. É diretor do longa “Garoto – Vivo Sonhando”, vencedor do Prêmio Curta! Documentários (melhor filme de música dos 10 anos do canal), menção do júri no In-Edit 2020.
Luana Rocha, produção de campo e pesquisa: roteirista, produtora criativa e pesquisadora com ampla experiência em projetos de não ficção. Foi chefe de roteiro de “O Ninho: Futebol e Tragédia” (Netflix), finalista na categoria série documental do prêmio APCA 2024 e do Rose D’or Awards. Desenvolveu a pesquisa de “Chico Rei Entre Nós”, vencedor da Mostra SP de melhor documentário (2020). Foi coordenadora de desenvolvimento de não-ficção da produtora A Fábrica, trabalhando em diferentes projetos, entre eles uma série de true crime para a HBO Max. É uma das roteiristas/diretoras da série documental Pretas Lutas, em fase de produção com recurso da Lei Paulo Gustavo e conecta narrativas entre Brasil, África e os países diaspóricos. Tem formação em roteiro para série de TV na UFBA (2017) e Criação Documental na Escuela Internacional de Cine y TV (Cuba/2017).
Brunno Schiavon, correção de cor e finalização: colorista e fundador do Estúdio Arco, formado em Cinema pelo Senac São Paulo, com 13 anos de experiência em pós-produção. Entre seus trabalhos recentes estão “Salomé”(Melhor Filme no Festival de Brasília), “A Queda do Céu“ (seleção na Quinzena dos Cineastas do Festival de Cannes e Melhor Som e Montagem no Festival do Rio), “Incompatível com a Vida” (Melhor Filme Nacional no É Tudo Verdade) e “Solmatalua” (Melhor Montagem no É Tudo Verdade).
Fernando Ianni, edição de som e mixagem: assina produções indicadas ao Grammy, ganhadores do É Tudo Verdade, Berlinale e Prêmio Gabriel Garcia Marques. Entre seus trabalhos estão “Incompatível com a Vida”, “Espero Tua (Re)volta”, “Jaci – Sete Pecados de uma Obra Amazônica”, “Cartas para um Ladrão de Livros”, “Selvagem” e as séries: “Extremistas” (Globo Play), “Elize Matsunaga” (Netflix), “Libertários” (TV Cultura), “Omnisciente” (Netflix), “Boca a Boca” (Netflix) e “Na Trilha das Águas” (Discovery).