Já está no ar a mais recente atualização do aplicativo Moda Livre. Disponível gratuitamente para Android e iPhone, o APP apresenta de forma ágil e acessível as medidas que as principais marcas e varejistas de roupa do país vêm tomando para evitar que as peças vendidas a seus clientes sejam produzidas por trabalho escravo. Lançado em dezembro de 2013, o app foi desenvolvido pela ONG Repórter Brasil, referência nacional na defesa dos direitos humanos.
Nesta nova atualização, a base de empresas avaliada pelo Moda Livre foi ampliada para incluir mais nomes consagrados no mercado nacional da moda. É o caso das holdings Inbrands – que controla grifes refinadas como Ellus, Richards, Mandi e Bobstore – e do grupo AMC Têxtil, responsável por marcas conhecidas do público brasileiro, como Forum, Colcci e Triton.
Outra companhia detentora de marcas valiosas (como Siberian, Crawford e Memove), a Valdac Global Brands também integra o hall de companhias analisadas pela equipe da Repórter Brasil. Há também varejistas presentes de norte a sul do Brasil, como as Lojas Americanas, e fabricantes de roupas bastante tradicionais no mercado nacional – como Malwee e Marisol.
Moda e trabalho escravo
O Moda Livre avalia os principais grupos varejistas de moda em atividade no país, além das empresas em que a produção de roupa foi marcada por casos de trabalho escravo flagrados por fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A Repórter Brasil convidou todas as companhias a responder a um questionário-padrão que avalia basicamente quatro indicadores:
1. Políticas: compromissos assumidos pelas empresas para combater o trabalho escravo em sua cadeia de fornecimento.
2. Monitoramento: medidas adotadas pelas empresas para fiscalizar seus fornecedores de roupa.
3. Transparência: ações tomadas pelas empresas para comunicar a seus clientes o que vêm fazendo para monitorar fornecedores e combater o trabalho escravo.
4. Histórico: resumo do envolvimento das empresas em casos de trabalho escravo, segundo o governo.
Sinal vermelho
As respostas geram uma pontuação e, com base nela, as empresas são classificadas em três categorias de cores: verde, amarelo e vermelho. Aquelas que não responderam ao questionário, apesar dos insistentes convites, foram automaticamente incluídas na categoria vermelha.
O aplicativo não recomenda que o consumidor compre ou deixe de comprar roupas de determinada marca. Apenas fornece informações para que faça a escolha de forma consciente.
O App está disponível na loja da Apple e no Google Play e roda nos sistemas operacionais iOs 5+ e Android 4+. Pode ser encontrado com os termos de busca “moda livre” e “moda livre repórter brasil” ou através dos links na Apple Store e no Google Play.
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Gostaria de me atualizar no caso Zara. Eles continuam questionando o cadastro?
Se bem me lembro, se recusaram a assinar um termo reconhecendo a responsabilidade por aqueles trabalhadores. Mudaram de atitude? Aceitaram e implementaram mecanismos de combate ao trabalho escravo na cadeia de produção deles?
Gostaria de pedir a inclusão de algumas grandes marcas de luxo do Rio de Janeiro como Farm, Eclectic e XSite.
Há alguma maneira em que eu possa ajudar a encaminhar esses questionários?
Irina, reunimos todas as notícias que publicamos sobre o caso Zara em um especial: http://reporterbrasil.org.br/2011/12/especial-zara-flagrantes-de-escravidao-na-producao-de-roupas-de-luxo/
Em maio, a empresa admitiu pela primeira vez o emprego de trabalho escravo na produção de suas roupas, mas não mudou de postura. A Zara descumpriu o Termo de Ajustamento de Conduta que assinou com o Ministério Público do Trabalho e segue com uma ação na Justiça questionando a existência do cadastro oficial de empregadores flagrados. No último texto que publicamos você encontra todas essas informações detalhadas: http://reporterbrasil.org.br/2014/05/zara-admite-que-houve-escravidao-na-producao-de-suas-roupas-em-2011/
Agradecemos sua sugestão de inclusão de mais marcas, elas foram encaminhadas aos responsáveis pelo projeto. Quanto a ajudar, se divulgar o aplicativo e compartilhar as notícias, já ajuda bastante.
Saudações,
Equipe Repórter Brasil
Boa noite!! Parabéns pela iniciativa!!! Gosto bastante e acompanho o trabalho fundamental que fazem. Seria importante parcerizar com algumas pessoas públicas (artistas, atletas por exemplo) no intuito de divular mais o aplicativo. Outra dúvida/sugestão ocorre a respeito dos produtos de maquiagem, estética, beleza. Gostaria de saber se a cadeia produtiva deste mercado viola direitos trabalhistas ou do meio ambiente. Outra pergunta é se há alguma matéria ou documentário sobre o que as empresas brasileiras produzem na China.
Abraços
Há uma questão séria nisto. A função e o poder de fiscalizar é do Estado. Mais uma vez estão jogando nas costas da iniciativa privada uma obrigação do Estado. Estenda esse raciocínio e por ex, a empresa A terá que verificar se os empregados da empresa B contratada recolhe corretamente o FGTS dos seus empregados. No trabalho escravo , a empresa B contratada pode inclusive ludibriar a A contratante. Repito, não só a função como o poder de fiscalizar é do Estado. Estenda o raciocínio um pouco mais e verá que se vc comprar em uma loja do shopping que não recolhe o INSS do vendedor, vc comprador será criminoso compactuante.
O aplicativo não abre no celular.
baixei o aplicativo agora e nao esta funcionando 🙁