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As marcas da moda flagradas com trabalho escravo

Descubra de onde vem a roupa que você compra. A Repórter Brasil reuniu as principais denúncias de escravidão dentro da indústria da moda no país

Algumas das maiores marcas de roupa no Brasil já foram flagradas ao explorar o trabalho escravo contemporâneo em pequenas oficinas terceirizadas, a maioria com funcionários imigrantes. Além de cobrir os flagrantes, a Repórter Brasil criou o aplicativo Moda Livre, que monitora como as principais empresas do setor atuam para evitar (ou não) o crime na sua rede de fornecedores. Saiba como 119 marcas atuam no combate à escravidão.

Animale

Auditores fiscais do trabalho flagraram, em setembro de 2017, imigrantes bolivianos que recebiam uma média de R$ 5 por peça que eram vendidas por até R$ 698 nas lojas da Animale. A marca, que define “luxo e sofisticação” como suas “palavras de ordem”, tem mais de 80 estabelecimentos no país, muitos em shoppings de alto padrão. Os costureiros subcontratados trabalhavam mais de doze horas por dia no mesmo local onde dormiam, dividindo o espaço com baratas e instalações elétricas que ofereciam risco de incêndio.

Saiba mais:
Trabalho escravo na Animale: R$ 698 na loja, R$5 para o costureiro

 

Zara

zara

Em agosto de 2011, equipes de fiscalização trabalhista flagraram, pela terceira vez, trabalhadores estrangeiros submetidos a condições análogas à escravidão produzindo peças de roupa para a Zara, do grupo espanhol Inditex. A equipe registrou contratações ilegais, trabalho infantil, condições degradantes, jornadas de até 16h diárias, cobrança e desconto irregular de dívidas dos salários e proibição de deixar o local de trabalho. Um dos trabalhadores confirmou que a autorização do dono da oficina para sair da casa era concedida apenas em casos urgentes. A investigação se iniciou em outra fiscalização, realizada em maio do mesmo ano. Na ocasião, 52 trabalhadores foram encontrados em condições degradantes.

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Especial Zara
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Roupas da Zara são fabricadas com mão de obra escrava

M.Officer

m officer

Em novembro de 2013, uma ação resgatou duas pessoas produzindo peças da M.Officer em condições análogas à escravidão em uma confecção na região central de São Paulo.  Casados, os trabalhadores eram bolivianos e viviam com seus dois filhos no local. A casa  não possuía condições de higiene e não tinha local para alimentação,  o que obrigava a família a comer sobre a cama, a mesma onde os quatro dormiam. Os trabalhadores tinham de pagar todas as despesas da casa, valor descontado do salário. Em maio de 2014, outra ação libertou seis pessoas de oficina que também produzia para a marca. Todos eram imigrantes bolivianos e estavam submetidos a condições degradantes e jornadas exaustivas. O grupo trabalhava em uma sala apertada sem ventilação, um local com fios expostos ao lado de pilhas de tecido e muita sujeira acumulada.

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M. Officer é condenada a pagar R$ 6 mi por casos de trabalho análogo ao de escravo
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BROOKSFIELD DONNA

Catálogo (à esquerda) tem roupa com a mesma estampa encontrada na oficina (à direita). Foto: Piero Locatelli e MTPS

Cinco bolivianos foram encontrados em condições análogas à escravidão em uma oficina quarterizada da Brooksfield Donna, marca de luxo do grupo Via Veneto. Entre eles, estava uma adolescente de 14 anos. Eles trabalhavam mais de 12 horas por dia e viviam em condições degradantes. A empresa se recusou a prestar qualquer tipo de auxílio aos trabalhadores, o que, segundo os auditores fiscais, os deixou em uma “situação  famélica”.

Saiba mais:
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Renner

A Renner foi responsabilizada por autoridades trabalhistas pela exploração de 37 costureiros bolivianos em regime de escravidão contemporânea. O flagrante aconteceu em novembro de 2014 em uma oficina de costura terceirizada localizada na periferia de São Paulo. Os trabalhadores viviam sob condições degradantes em alojamentos, cumpriam jornadas exaustivas e parte deles estava submetida à servidão por dívida. Tais condições constam no artigo 149 do Código Penal Brasileiro como suficientes – mesmo que isoladas – para se configurar o crime de utilização de trabalho escravo. A fiscalização responsabilizou a Renner também por aliciamento e tráfico de pessoas.

Saiba mais:
Fiscalização flagra exploração de trabalho escravo na confecção de roupas da Renner

Marisa

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Em março de 2010, a fiscalização encontrou 16 bolivianos, um deles com menos de 18 anos, e um jovem peruano trabalhando em condições análogas à escravidão na fabricação de peças para a Marisa em uma pequena oficina na cidade de São Paulo. Nenhum dos operadores de máquina tinha carteira de trabalho assinada. Cadernos com anotações dos empregadores indicavam cobranças ilegais de passagens da Bolívia para o Brasil, com a “taxas” e despesas que, segundo a fiscalização, consiste em “fortes indícios de tráfico de pessoas”, além de endividamentos por meio de descontos indevidos. Há registros de salários de R$ 202 e de R$ 247, menos da metade do salário mínimo (na época, R$ 510). A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo aplicou 43 autos de infração com passivo total de R$ 633 mil.

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Escravidão é flagrada em oficina de costura ligada à Marisa
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Pernambucanas


Em abril de 2011, auditores do trabalho flagraram uma confecção, na zona norte de São Paulo, onde 16 pessoas vindas da Bolívia  eram explorados em condições de escravidão contemporânea na fabricação de roupas. O grupo costurava blusas da coleção Outono-Inverno da Argonaut, marca jovem da Pernambucanas. No local, a fiscalização constatou a degradação do ambiente, jornada exaustiva de trabalho e servidão por dívida. As vítimas trabalham mais de 60 horas semanais para receber, em média, salário de R$ 400 mensais. Entre elas, duas adolescentes de 16 e 17 anos. Além deste, a Pernambucanas esteve envolvida em outro flagrante em setembro de 2010.

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Casas Pernambucanas é condenada a multa de R$ 2,5 milhões por trabalho escravo
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Collins

A Defensoria Pública da União em São Paulo ajuizou ação civil pública contra a empresa de vestuário Collins, envolvida em flagrante de trabalho análogo à escravidão em agosto de 2010. Trata-se da primeira ação coletiva apresentada pelo órgão ao Judiciário trabalhista. “Por falta de defensores, não há como atuarmos também na Justiça do Trabalho. Contudo, quando há uma relação com questões de direitos humanos, como é o caso do tráfico internacional e do trabalho escravo, nós atuamos”, observa Marcus Vinícius Rodrigues Lima, do Oficio de Direitos Humanos e Tutela Coletiva da DPU/SP, que moveu a ação.

Saiba mais:
Justiça reconhece responsabilidade da grife Collins por trabalho escravo
DPU ajuíza ação contra a Collins por trabalho escravo 

Le Lis Blanc e Bo.Bô

Fiscalização realizada em junho de 2013 resultou na libertação de 28 pessoas que produziam peças para a grife Le Lis Blanc em três oficinas clandestinas diferentes, incluindo uma adolescente de 16 anos. Eles recebiam entre R$ 2,50 e R$ 7 por unidade costurada. As peças eram vendidas por até 100 vezes mais. Todos os resgatados eram bolivianos, e alguns estavam aprisionados por dívidas. Além de escravidão, a fiscalização identificou também tráfico de pessoas.

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Hippychick

A Hippychick Moda Infantil terceirizou sua produção para uma oficina de costura flagrada explorando trabalho escravo em janeiro de 2013. As condições de trabalho e moradia eram insalubres, havia risco de incêndio. Quatro crianças, uma delas recém-nascida, vivam no local. Nenhum funcionário tinha registro em carteira e a jornada de trabalho era de 12 horas diárias. A marca tinha o selo da Associação Brasileira do Vestuário Têxtil (ABVTEX) de responsabilidade social. O Ministério do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho (MPT) investigam a responsabilidade das Lojas Americanas na exploração de mão de obra escrava. Segundo o MPT, a suspeita é de que as peças produzidas pela oficina eram revendidas exclusivamente nas Lojas Americanas com a marca Basic + Kids. Por conta do flagrante, as Lojas Americanas firmaram TAC se comprometendo a melhorar a fiscalização dos seus fornecedores.

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Após flagrante em fornecedor, Lojas Americanas se comprometem a fiscalizar cadeia produtiva
Confecção de roupas infantis flagrada explorando escravos tinha certificação

Gregory

Em maio de 2012, no mesmo dia em que a grife de roupas femininas Gregory lançava a sua coleção Outono-Inverno com pompa e circunstância, uma equipe de fiscalização trabalhista flagrava situação de cerceamento de liberdade, servidão por dívida, jornada exaustiva, ambiente degradante de trabalho e indícios de tráfico de pessoas em uma oficina que produzia peças para a marca, na Zona Norte da cidade da capital paulista. O conjunto de inspeções resultou na libertação de 23 pessoas, todas elas estrangeiras de nacionalidade boliviana, que estavam sendo submetidas à condições análogas à escravidão.

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Fiscalização associa Gregory à exploração de trabalho escravo

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Cori, Emme e Luigi Bertolli

Na mesma semana que ocorria a São Paulo Fashion Week, em março de 2013, uma fiscalização libertou 28 costureiros bolivianos em condições análogas às de escravos em uma oficina clandestina na zona leste de São Paulo. Submetidos a condições degradantes, jornadas exaustivas e servidão por dívida, eles produziam peças para a empresa GEP, que é formada pelas marcas Emme, Cori e Luigi Bertolli, e que pertence ao grupo que representa a grife internacional GAP no Brasil. O resgate foi resultado de uma investigação do Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho e Emprego e Receita Federal.

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Fiscais flagram escravidão envolvendo grupo que representa a GAP no Brasil
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Unique Chic

Em março de 2014, a fiscalização flagrou exploração de trabalho escravo e tráfico de pessoas em uma oficina localizada na Zona Leste de São Paulo. Entre os 19 trabalhadores libertados estava um adolescente. Todos eram peruanos. A inspeção aconteceu após um deles procurar as autoridades reclamando ter apanhado do empregador. O dono da oficina, que retinha os documentos dos trabalhadores para que eles não fossem embora, foi preso e a empresa Unique Chic foi considerada pelo Ministério do Trabalho e Emprego responsável pela situação a que os imigrantes estavam submetidos.

Saiba mais:
Fiscalização resgata 19 peruanos escravizados produzindo peças da Unique Chic

775 

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Em novembro de 2010, fiscalização encontrou duas bolivianas em condição de trabalho escravo em Carapicuíba, São Paulo. Atraídas pela tentadora promessa de bons salários, as trabalhadoras fizeram dívidas para atravessar a fronteira. Acabaram obrigadas a enfrentar um cotidiano de violações que incluía superexploração, condições degradantes, assédio e ameaças.  A jornada se iniciava às 7h e terminava às 22h, sem horas-extras. Elas costuraram exclusivamente para a marca 775. Essa foi a primeira vez que imigrantes vítimas de trabalho escravo foram resgatados em ações de fiscalização no ambiente urbano.

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Costureiras são resgatadas de escravidão em ação inédita

Talita Kume

Um grupo de oito pessoas vindas da Bolívia, incluindo um adolescente de 17 anos, foi resgatado de condições análogas à escravidão pela fiscalização do trabalho em julho de 2012. Além dos indícios de tráfico de pessoas, as vítimas eram submetidas a jornadas exaustivas, à servidão por dívida, ao cerceamento de liberdade de ir e vir e a condições de trabalho degradantes. O grupo costurava para a marca coreana Talita Kume, cuja sede fica no bairro do Bom Retiro, na zona central da capital paulista.

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Trabalho escravo abastece produção da marca Talita Kume
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 As Marias 

Em agosto de 2014, doze haitianos e dois bolivianos foram resgatados de condições análogas às de escravos em uma oficina têxtil na região central de São Paulo. O caso foi inédito no setor e no Estado. Os trabalhadores produziam peças para a confecção As Marias fazia dois meses, mas nunca receberam salários e passavam fome. Parte das vítimas foi aliciada em projeto assistencial da Igreja Católica.

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Fiscalização resgata haitianos escravizados em oficina de costura em São Paulo

Seiki

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Em julho de 2014, na região central de São Paulo, 17 bolivianos foram submetidos a trabalho escravo – entre eles uma adolescente de 15 anos grávida – foram resgatados produzindo para a atacadista Seiki. As jornadas chegavam a 12 horas por dia e os documentos dos trabalhadores haviam sido retidos, caracterizando restrição de liberdade.

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Adolescente grávida é resgatada de trabalho em condições análogas às de escravos

Atmosfera

Em fevereiro de 2014, o dono de uma oficina de costura localizada em Cabreúva (SP) tentou vender dois trabalhadores imigrantes como escravos no bairro do Brás, na região central de São Paulo. O proprietário da confecção em questão admitiu ao Grupo Especial de Fiscalização Móvel ter pago a passagem de ambos e mais um terceiro, e afirmou que os apresentou na capital para tentar “ajudá-los” a conseguir outro emprego. A oficina produzia para a Atmosfera, empresa que atende indústrias, hospitais e hotéis, e é considerada uma das principais do setor no país.

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Fiscalização localiza dono de confecção que tentou vender imigrantes como escravos
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Fenomenal

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Em agosto de 2013, ação realizada em São Paulo pelo Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho e Empregoe Polícia Federal encontrou oficina clandestina onde 13 costureiros bolivianos costuravam peças de roupa da Fenomenal. A oficina servia de moradia e refeitório, onde ficavam crianças e bebês, filhos dos trabalhadores. Segundo a procuradora do trabalho que visitou o local, os costureiros eram submetidos a jornadas extensas e vivam em péssimas condições de segurança e saúde: roupas e tecidos obstruindo as passagens, não utilização de equipamentos de proteção individual, cadeiras e máquinas em desconformidade com as regras e condições ergonômicas, instalações elétricas precárias, iluminação insuficiente, exposição a fios, presença de crianças e bebês no local de trabalho.

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Gangster

Em março de 2013, trabalhadores em condições análogas às de escravos foram resgatados produzindo peças da Gangster Surf and Skate Wear, confecção paulistana que tem como público-alvo surfistas, skatistas e praticantes de outros esportes radicais. dois bolivianos e um peruano foram resgatados de uma pequena oficina em Guarulhos, São Paulo. Os imigrantes não tinham registro em carteira e cumpriam jornada exaustiva: das 7h30 às 20hs.

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Fiscalização flagra escravidão na produção de roupas para skatistas e surfistas

IBGE

Vencedora da licitação dos 230 mil coletes deixou quase toda a produção (99,12%) para terceiros. Um deles, que não tinha nem registro básico, repassou parte da demanda para oficina que mantinha trabalho escravo. O flagrante ocorreu em outubro de 2010.

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Escravizados produziram coletes de recenseadores do IBGE

Especial atualizado regularmente com inclusão de novos casos.


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20 Comentários

  1. Claudio Mendes

    A industria Têxtil no brasil esta falida, devido ao baixo poder aquisitivo da população, as altas cargas tributarias e a concorrência desleal com os produtos oriundos da China, sem contar com as margens de lucros das grandes marcas e organizações que em muito extrapolam o patamar de mais de 100% sobre o custo do produto, que devido ao volume que estas redes conseguem comprar acabam ditando um preço de venda que muitas vezes acaba por quebrar o fornecedor que escuta dos compradores destas grandes organizações que se não conseguirem chegar no preço que eles querem irão importar o produto da China. Mas esta situação é apenas uma parte do problema pelo qual passa o setor, longe de querer defender as grandes organizações por sua politica predatória de compras, mas estas são meras comerciantes de produtos comprados de outras empresas, empresas estas que estão autorizadas pelo governo federal a fabricarem e comercializarem seus artigos, portanto, porque é de responsabilidade das grandes organizações fiscalizarem seus fornecedores ?
    Uma vez que pagam impostos ao governo na compra dos produtos adquiridos.
    se o governo brasileiro autoriza uma empresa a fabricar e comercializar produtos, cabe a ele junto com o ministério do trabalho e os sindicatos classistas fiscalizarem estas empresas e não seus clientes.
    Considero um absurdo

  2. maria izaurina batista

    E por que essas confecções ainda continuam funcionando?Foi preso alguém?
    pergunto porque no Brasil com o tempo tudo é esquecido,pois a corrupção é tão grande que não dá pra se concentrar sobre uma só.
    Gostei da reportagem mas gostaria de ver soluções sobre o assunto.

  3. ana

    a solução sobre isso maria, é você parar de comprar dessas marcas, e todo mundo que souber disso, e denunciá-las, essa é a solução que ninguém tá afim de bancar…

  4. DANIELA

    Queria entender porque esses desgraçados ainda tem coragem de praticar esses preços já que estão extorquindo famílias inteiras. BOICOTE A ESSAS MARCAS IMUNDAS.

  5. Leo

    Eu sou ex-tripulante de uma companhia de cruzeiros que atua no Brasil e digo que daria um dossiê completo as condições de trabalho a bordo dos transatlânticos que operam especialmente na costa brasileira.

  6. Maria cristina F.de Oliveira

    Simplista a ideia de parar de comprar.Eu, por ex. nem tenho como comprar de grife, mas quem tem esta se preocupando ? A Zara esta lotada. Compartilhar e cobrar das autoridades a providência, eis a questão. Nunca vi manifestação pedindo a prisão dos donos das marcas, alguém viu?

    • Alan Freitas Pereira

      Bom parando de comprar das marcas que exploram o país ,foi assim que Mahatma Ghandi através da desobediência civil conseguiu a independencia da Índia do jugo inglês .

  7. Jep

    O estado vem empurrando para a empresa e para a sociedade o papel dele de fiscalizador. Fiscalizar não é nosso papel, nem da Mofficer, nem da Zara. Nós sequer possuímos os instrumentos legais para fiscalizar. Fiscalizar envolve acesso a espaços e documentos que não são públicos. O único que pode efetivamente fiscalizar, que tem os instrumentos, conhecimentos e dados para isso é o estado. Mas, sob um falso discurso de corresponsabilidade, o estado empurra pra nós e pra empresas uma função que é dele. Nós, por completa falta de instrumentos, não fiscalizamos nada. Assim, por consequência, ninguém fiscaliza. Quando por um acaso uma notícia dessa cai na mídia, todo mundo para de comprar da marca e acha que tá resolvendo algo. Na verdade, pune-se as empresas que não tem qualquer responsabilidade legal sobre os coitados dos escravos. Já o estado, que deu um cnpj, uma certidão negativa, que cobra taxa de fiscalização de estabelecimento sem nunca ir a nenhum estabelecimento do país; esse, nunca é punido por sua inoperância. Sequer ele é considerado um culpado. Veja se algum órgão público sofreu qualquer punição no caso da boate Kiss? Não. Mas, se vc pensar bem, a casa funcionava perfeitamente mesmo com todas suas irregularidades, inclusive com laudos positivos dos bombeiros. Percebem que enquanto se prende dono de boate e se multa a Mofficer, o problema mesmo nem entra em pauta? Precisamos refletir um pouco mais sobre essas medidas absurdas e ineficazes que o estado brasileiro inventa pra tirar de si a responsabilidade. Sinceramente, seu fosse empresário de uma grife, a última coisa que eu iria me preocupar e que eu teria competência técnica pra avaliar seria a legalidade de meus fornecedores. Nós, esses bolivianos, a Mofficer, somos todos vítimas desse estado hipócrita e inoperante. É preciso punir quem de fato tem culpa: o estado.

  8. danielle

    não entendo como lojas tão renomadas que vendem produtos carissímos – porque pagar 1000 reais numa blusinha é caro em qualquer realidade, não tem conhecimento sobre o fornecedor, me parece até ridiculo essa alegação. Se a empresa é sua vc tem sim que saber detalhadamente sobre o seu fornecedor proque do contrário vc quebra né? E não tem nenhuma justificativa cabivel o uso do trabalho escravo, muito menos em se tratando de um mercado mais elitizado, proque as peças são carissímas, repito, e as pessoas já pagam o serviço de um bom costureiro que se não estiver incluso no preço final da peça, não imagino a justificativa para valores tão exagerados.

    O problemas no Brasil é que TODAS as empresas tem uma politica descarada de EXPLORAÇÃO do consumidor, que é burro e paga o valor estratosferico que elas cobram sem questionar, uns porque querem que seja caro para se diferenciar dos assalariados, outros porque acham que estão comprando um produto realmente de boa qualidade e vale a pena investir um pouco mais, como pode-se perceber não há diferença se é chines ou nacional são todos frutos da exploração das grandes corporações que querem lucrar de qualquer maneira, mesmo quando noticiam que o produto é diferenciado… UMA VERGONHA! E não, NÃO tem justificativa.

  9. Kátia Cristina

    Muito bom este documentário,vou postar no meu face,e destas marcas não compro mas nem uma.

  10. Jep

    Cara Daniella, a questão aqui não é de justificar o trabalho escravo. A discussão que levanto é sobre uma justiça arbitrária, ineficaz e populista. Veja os motivos do absurdo que é punir a Mofficer, no exemplo desse caso:

    1) não há qualquer prova de que a mofficer sabia como essas outras empresas mantinham escravos (ou seja, punição arbitrária, pelo “achismo”), com não é obrigação legal de nenhuma empresa fiscalizar ninguém;

    2) Não se pode punir uma empresa (mofficer) pela crime do outra (fornecedor), a menos que se prove no mínimo a ciência dessa condição (seria como punir vc por comprar pãezinhos numa padaria famosa do seu bairro que tem trabalhadores escravos na cozinha, sob a alegação de que “não é possível q vc vai lá todo dia e não sabe disso)”; justiça não é isso;

    3) nenhum de nós, exceto o estado, tem o direito de exigir documentação de outras empresas, tampouco possuímos as vias pra aferir a autenticidade deles. Assim, nenhum de nós é capaz de fiscalizar, nem a Mofficer, nem ninguém, exceto o estado;

    4) O valor de multa (bloqueio de 1 milhão) aplicado à Mofficer não tem poder punitivo, pois é irrisório diante do faturamento da empresa e do lucro que ela supostamente poderia ter com o trabalho escravo (supostamente, pois não há prova). Além disso, a quantia repassada à esses trabalhadores como indenização é uma merreca; Ou seja, essa multa não pune e não ressarce as pessoas do dano.

    Conclusão:

    Estamos falando aqui de uma justiça que age demagogicamente, punindo de mentirinha (afinal, 1 milhão pra Mofficer é merreca), punindo sem julgamentos e nem comprovação (posturas tiranas, ditatoriais). Mesmo sendo absurdas e, principalmente, ineficazes, essas medidas têm força popular, agradam as pessoas num primeiro olhar. Afinal, as pessoas gostam de ver aquela marca famosa, caríssima, de bacana, se dando mal. Mas, na verdade, ninguém tá sendo punido. Ninguém tá sendo ressarcido pelos dados. Ninguém sequer foi preso! Ou seja, é um grande circo, um espetáculo pra entreter o povo, pra desviar o olhar de quem realmente permitiu que essas empresas de fundo de quintal funcionassem a luz do dia, com cnpj, nota fiscal: o estado corrupto, o funcionarismo público corrupto.

    Temos inúmeros casos de estabelecimentos (boates, obras, confecções) que funcionam por anos e anos sem qualquer fiscalização até que acontece uma catástrofe ou um escândalo e fazem um tremendo circo. Mas nunca o responsável permitir que esses estabelecimentos funcionassem por anos é punido. Ou seja, apesar do circo, nunca o problema é de fato solucionado (sequer é notado)

    Nos encantamos com o espetáculos populistas, com as punições em praça pública, mas ignoramos que todo cenário pra que esses crimes se repitam continua em perfeitas condições. Nosso inimigo não é a mofficer, nem a zara. Essas empresas podem acabar e tudo continua como está. Nosso inimigo é o estado, é ele quem oferece as condições favoráveis a esse oceano de atrocidades que vivemos. Chega de participar da política do pão e circo!

  11. Jessy

    Deixa eu ver se eu entendi: os empresários colocam a culpa no estado que não fiscaliza as confecções, mas ainda assim acham que está muito bom comprar uma peça de roupa a R$2,50, não questionar sua origem, e revender por R$250 ao consumidor? Temos cara de otário, ou nesse país a ética já saiu de moda mesmo?? Parem o mundo que eu quero descer…

  12. Coerente

    Desça, por favor

  13. Dita

    Compreendi perfeitamente sua colocação, Jep. Nesse país tudo vira política do pão e circo para desviar o foco. Nada é tão rígido como deveria ser e punição é uma coisa que o brasileiro conhece bem. Na teoria.

  14. Ivana

    Muito boa matéria. O trabalho escravo contemporâneo é um problema mundial. Quem faz parte da cadeia produtiva da industria têxtil não é ingênuo sabem que devem ter o controle de produção, e se preocupar com os seus fornecedores, sob o risco de colocar suas etiquetas não só em produtos frutos da exploração do trabalho escravo, mas também roubados, falsificados ou contrabandeados. Isso não exime nós, consumidores/as, a também ficarmos atentos e principalmente dos órgãos fiscalizadores.

  15. Jenny

    cada vez que leo este tipo de noticias se me hace un nudo en la garganta…me acuerdo como antes de volver de Sao Paulo tuve la oportunidad de visitar “oficinas” de costura…algunas de amigos quienes intentando mejorar en la vida salieron de mi País (Bolivia)…por detrás de todo esto hay muchas otras problemáticas… entre ella la educación de los hijos de estos costureros…en esa época (1995) los niños asistían a las creches e EE cerca de las casas donde vivian…hoy muchos e esos niños tuvieron la oportunidad de ingresar a universidades… Por otra parte la esclavitud entre los propios Bolivianos es mucho mas degradante…el compatriota pisando a otro compatriota…me da mucha pena e impotencia…seria muy importante que continúen con estas investigaciones… un abrazo Jenny

  16. adriana enne de rezende

    Fornecedor que cobra muito barato certamente é explorador e isso as marcas podem evitar.

  17. Cayo

    Ta faltando a loja TNG de São Paulo, eu trabalhei lá e eles disseram pra mim na reunião que as roupas vinham de mão de obra escrava da china.

    Me disseram também que o container com a mercadoria pro natal do ano que vem ja esta no mar vindo pra cá

    absurdo

    desde que sai dessa loja minha missão é acabar com a moral dela, porque além disso tudo ainda exploram seus empregados

  18. Lu Reis

    Não queiramos estabelecer um único responsável para as coisas. A responsabilidade deve ser compartilhada. O consumidor que deve boicotar essas marcas, as empresas que devem seguir políticas de gestão que incluam responsabilidade social (e abrir mão de lucros exorbitantes, respeitando os direitos humanos) e o Estado que deve fiscalizar trabalho escravo.
    Deixe de comprar, que você fará com que as empresas mudem suas atitudes. Faça denúncias e participe de movimentos sociais (juntemo-nos e façamos barulho), e você obrigará o Estado a fazer alguma coisa.

  19. Simone

    A realidade é que se você não é o cara que pode pagar mil reais em uma blusinha básica, em algum momento de sua vida, vai ser explorado…

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