Íntegra das respostas de Jaime Bagattoli e Deputado Coronel Chrisóstomo

Respostas enviadas para a reportagem ‘Agronegócio financia bancada da bala, que elege meio ambiente e povos do campo como alvos’
 29/09/2022

Leia a reportagem

Jaime Bagattoli

Tudo o que o Bagattoli tem a responder:

a) Em 2018, fui candidato ao Senado e as contribuições ajudaram os  candidatos do PSL, inclusive o governador, portanto é só entrar na prestação de contas da eleição de 2018. Tudo foi documentado conforme a lei.

b) Quanto atitude de cada candidato, se tem algo que ele fez que não é legal, cada um responde pelo seus atos. Não compactuo com ilegalidade.

c) No que refere-se a regularização fundiária, não estou trabalhando em causa própria, pois não tenho propriedades sem documentação. Mas conheço as dificuldades do homem do campo em ter sua propriedade documentada, principalmente a agricultura familiar.

d) Quanto minha ida para a política, é simples, quero dar uma retribuição para nosso povo do estado de Rondônia pelos quase 50 anos de trabalho e sucesso. DEUS me abençoou. Eu e minha família.

e) Vou tentar fazer a diferença, pois conheço a função de gerar emprego e renda, portanto quem tem quase 300 funcionários diretos e uns 150 indiretos deve conhecer do setor.

f) Quanto a questão de Ibama, temos diversos empreendimentos e agimos sempre dentro da legalidade.

g) Para finalizar Rondônia, já perdeu em não ter tido Jaime Bagattoli Senador na eleição de 2018, mas tenho certeza que o nosso povo quer muito que Bagattoli seja o senador deste pleito de 2022.

Obs.: Temos uma história de quase 50 anos no Estado de Rondônia, portanto iremos continuar contribuindo ao setor privado e também lá no Senado, onde temos como meta a saúde/geração de emprego e renda/justiça social/regularização fundiária para ajudar no que for posivel a agricultura familiar que é muito importante para noso estado, pois temos milhares de propriedades sem legalização de suas propriedades.

Abraço.

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Deputado Coronel Chrisóstomo

1) A regularização fundiária é uma pauta defendida com afinco pelo senhor, mas entidades ambientais criticam a ampla regularização por beneficiar grileiros e grandes empresários. Como avalia as críticas ao tema?

Sempre trabalhei pela regularização fundiária de pequenos agricultores e agricultura familiar. Eu respeito as leis ambientais. Sou totalmente contra a grilagem de terras, até porque é ilegal. O desenvolvimento econômico e a proteção da natureza podem e devem caminhar juntos.

2) Jaime Bagattoli foi seu principal financiador na campanha de 2018. O empresário já teve terras embargadas pelo Ibama. Como avalia a situação?

Jaime Bagattoli não foi meu principal financiador – ele apenas colaborou com a minha campanha em 2018 com uma doação de R$ 50 mil. Desse valor, eu usei apenas em torno de R$ 41 mil e devolvi o restante para a Justiça Eleitoral.

Se ele teve problemas com órgãos fiscalizadores e de proteção ao meio ambiente, cabe a ele se defender das acusações nas instâncias adequadas.

3) Membros da Associação Curupira, acusados de grilagem na Terra Indígena Uru Eu Wau Wau, afirmaram em documentário da BBC que o senhor intermediou encontro com o Ministério do Meio Ambiente, Incra e Funai. Qual a sua relação com a associação? Confirma que intermediou a reunião?

Eu não intermediei nenhuma situação ilegal durante o meu mandato. Eu apenas cumpri meu dever de parlamentar federal de ouvir e atender as demandas da população. Eu não sabia que os indivíduos tinham invadido terras indígenas com o intuito de regularizá-las. Se eu soubesse, não teria intermediado nenhuma reunião com órgãos federais. Respeito as leis ambientais e não compactuo com crimes.

4) No plenário da Câmara, o senhor proferiu discurso em defesa do chamado PL da Grilagem em que diz que o projeto “é muito esperado por Rondônia, por aqueles guerreiros que ocupam os espaços, que aguardam tanto a regularização fundiária. Agricultor familiar, pequeno produtor, médio produtor, estou com vocês”. Pelo texto aprovado na Câmara e em tramitação no Senado a vistoria técnica só será exigida em áreas com mais de 360 hectares, antes eram 240 hectares. O projeto é criticado por entidades como o Instituto Socioambiental e o Conselho Indigenista Missionário por ser uma forma de grandes empresas se beneficiarem da grilagem. Qual a sua avaliação?

Minha intenção é sempre realizar a regularização fundiária seguindo e respeitando as leis vigentes. Nesse projeto em questão, segui a orientação de bancada para aprovação do projeto.

5) O senhor votou favoravelmente ao projeto que liberou posse de arma de fogo em toda a extensão das propriedades rurais. Em plenário disse que “acabou a moleza lá no interior, lá no fundo do município. A bala vai comer solta para o bandido, para aquele que chegar para cometer qualquer crime, qualquer coisa contra o proprietário de terra, contra a sua família”. O maior armamento da população tem contribuído para o aumento da violência na Amazônia, na avaliação de entidades da sociedade civil, e muitas vezes vão para as mãos de milícias e facções criminosas. Como o senhor avalia?

Continuo favorável ao direito do cidadão de ter uma arma legalizada para defender sua família e sua propriedade.

6) Armas de CACs têm sido usadas em crimes pelo Brasil. Como avalia a flexibilização para esse público?

Todos os cidadãos que desejam possuir armas de fogo passam por avaliação da Polícia Federal e de órgãos competentes para ser colecionador, atirador ou caçador. Quanto às armas estarem sendo usadas em crimes, a responsabilidade é de quem obteve a posse dessa arma. 

7) No Ruralômetro, ferramenta desenvolvida pela Repórter Brasil com suporte de 22 entidades da sociedade civil, o senhor ficou com nota 39,1. A nota ruim se refere à sua votação em pauta relacionadas ao meio ambiente e a povos indígenas e ao trabalho no campo. Essas entidades avaliaram negativamente suas votações em 21 vezes e positivamente 4 vezes. Segue o link: https://ruralometro2022.reporterbrasil.org.br/politicos/coronel-chrisostomo

Eu não tenho conhecimento da atuação dessas entidades, se são validadas pelas instituições públicas brasileiras. Tenho sim conhecimento da avaliação parlamentar através do Ranking dos Políticos – que é uma instituição privada e que eu não tenho nenhuma participação para influenciar na avaliação do desempenho legislativo dos parlamentares.

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