Veja as perguntas enviadas pela Repórter Brasil para Nabhan Garcia sobre o especial ‘Ogronegócio’

Questionamentos fazem parte da série de reportagens ‘Ogronegócio: golpismo e milícias na Amazônia’
 12/08/2024

Veja a reportagem completa: “Como golpismo e milícias rurais se articulam com o bolsonarismo na Amazônia”.

Perguntas

1- A reportagem faz parte de uma análise dos 610 encontros que estão na agenda pública do senhor, durante o período do governo de Jair Bolsonaro. Gostaria de saber por qual razão o senhor priorizou encontros com empresários do agronegócio e fazendeiros e não recebeu em seu gabinete os movimentos sociais, como representantes do MST, CPT e de outras organizações?

2 – Em julho de 2022, o senhor visitou Itanhangá, no Mato Grosso, acompanhado do deputado estadual de Mato Grosso Gilberto Cattani (PL). Na ocasião, o senhor defendeu os fazendeiros acusados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal de invadirem o Projeto de Assentamento Tapurah-Itanhangá. O senhor disse, em reunião na Câmara Municipal, que o MPF era injusto e disse ser possível “regularizar o que está irregular às vezes”. Gostaria de um posicionamento do senhor a respeito desta questão em Itanhangá. O senhor ouviu o lado das famílias que estão acampadas em um dos lotes do assentamento aguardando o cumprimento das decisões judiciais de reintegração de posse para União?

3 – Dois meses depois da visita do senhor a Itanhangá, o produtor rural José Romanzzini, que tem 16 lotes dentro do assentamento, doou R$ 50 mil para a campanha de Jair Bolsonaro. Tem alguma relação entre a visita do senhor e a arrecadação de fundos para a campanha do ex-presidente Bolsonaro?

4 – Em setembro de 2019, o senhor participou de uma festa do Boi do Rolete em Castelo dos Sonhos, distrito de Altamira (PA), próximo a Novo Progresso, onde menos de um mês antes ocorreu o episódio que ficou conhecido como Dia do Fogo. Na ocasião, o senhor responsabilizou as ONGs pela destruição da Amazônia. O senhor considera que houve alguma participação de produtores rurais nos incêndios florestais daquela época?

5 – Em julho de 2020, o senhor recebeu o prefeito de Trairão (PA), Valdinei José Ferreira, em seu gabinete em Brasília. Duas semanas antes, o prefeito foi condenado por extração ilegal de madeira. Além disso, o prefeito era apontado como responsável por ameaças a moradores do Projeto de Assentamento Areia II. Qual o assunto o senhor tratou com o prefeito?

6 – O senhor também recebeu em Brasília o pecuarista Laudelino Délio Fernandes, em outubro de 2019. Na época do assassinato de Dorothy Stang (2005), Fernandes chegou a ser investigado como um dos mandantes da execução da missionária, sob alegações de ter escondido em uma de suas fazendas um dos criminosos posteriormente preso pelo crime. Fernandes já foi condenado por crimes ambientais e sentenciado ao pagamento de R$ 5 milhões por envolvimento em fraudes da antiga Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia, a Sudam. O que o senhor tratou com Fernandes? O senhor sabia do passado dele?

7 – “Praticamente estamos vivendo um período de invasão zero nesses dois anos de governo”. O senhor disse essa frase durante uma live com o ex-presidente Jair Bolsonaro, em dezembro de 2020. Qual a relação do senhor com o movimento Invasão Zero da Bahia? Qual a análise do senhor sobre a estratégia adotada por fazendeiros, de atacar uma ocupação de movimentos sociais mesmo sem ordem judicial?

8 – O ex-presidente da Aprosoja Antônio Galvan deu declarações tratando o senhor como “amigo particular”. Ele também chegou a defender a indicação do senhor para ministro da Agricultura, em 2018. Contudo, Galvan teve o indiciamento sugerido pela CPMI do 8 de janeiro, acusado de financiar a tentativa de golpe de 8 de janeiro. Qual o posicionamento do senhor sobre a atuação de Galvan e sobre o ocorrido em 8 de janeiro?

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