Agenda 2023: especialistas apontam quais deveriam ser as prioridades do governo Lula para reconstruir o país

Diante da terra arrasada deixada pelo governo Bolsonaro nas questões indígenas, trabalhistas, de direitos humanos e meio ambiente, a 'Repórter Brasil' perguntou a associações e ativistas: por onde começar a reconstruir o país?
 06/12/2022
Ilustração: Suzane Lopes/Movimento1989

Não é tarefa fácil calcular a gravidade das muitas boiadas que passaram durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Mais difícil ainda é calcular como reverter o legado de destruição, especialmente na área socioambiental e na trabalhista. 

Essa terra pisoteada e arrasada com a qual terá de lidar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) inclui sucateamento de instituições responsáveis por coibir desmatamento e queimadas, facilitação do acesso a armas, explosão de conflitos, nenhum centímetro de terra indígena demarcada, degradação ambiental e asfixia de políticas públicas cruciais, como a de combate ao trabalho escravo.

O resultado das urnas nas eleições presidenciais trouxe uma oportunidade de discutir o futuro do país a partir de uma agenda de reconstrução. Mas por onde começar? Quais devem ser as prioridades da gestão Lula a partir de 1o de janeiro de 2023?

A Repórter Brasil ouviu especialistas, ativistas e ONGs que responderam a essas perguntas para elencar quais deveriam ser os primeiros atos do governo em quatro grandes áreas de interesse: direitos humanos, questões indígenas, meio ambiente e direitos trabalhistas.

1. Direitos humanos

Organizações elegem reforma agrária e ‘revogaço das armas’ como prioridades

Apesar do alívio com o fim do governo Bolsonaro, movimentos de defesa de trabalhadores rurais e quilombolas projetam quatro anos desafiadores para colocar em práticas ações que revertam e reparem as violações na área social cometidas nos últimos 4 anos  

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2. Questões indígenas

Lideranças afirmam que Lula deve priorizar demarcação, fortalecer Funai e expulsar de invasores

Rever cortes orçamentários que prejudicaram áreas como proteção aos isolados também precisa entrar na pauta; líderes reiteram a importância de decisões serem tomadas sempre em conjunto com povos originários

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3. Legislação trabalhista

Para especialistas, prioridade deve estar no aumento do salário mínimo e na revisão da reforma trabalhista

Medidas a serem tomadas com a posse do novo presidente precisam, na opinião de organizações do setor, ir além da geração de empregos e garantir condições dignas de trabalho; fortalecimento do Ministério do Trabalho e revisão de direitos de motoristas de aplicativos também são cruciais

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4. Meio ambiente

Combater crimes ambientais e fortalecer fiscalização são as principais urgências

Especialistas também elencam como prioridade proteger os defensores dos biomas brasileiros e citam desafios como rever o orçamento destinado à área ambiental, que foi ‘esvaziados no governo Bolsonaro’

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Edição: Mariana Della Barba


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Illustration: Suzane Lopes/Movimento1989