O INDÍGENA PATAXÓ Vitor Braz foi morto nesta segunda-feira (10) em um ataque contra a comunidade Pataxó da Terra Indígena (TI) Barra Velha do Monte Pascoal, em Porto Seguro, no sul da Bahia. A denúncia é do Cimi (Conselho Indigenista Missionário).
Braz vivia na retomada Terra à Vista, localizada em uma área da TI que ainda está em processo de demarcação. Outro indígena também foi baleado e precisou passar por cirurgia.
ASSINE NOSSA NEWSLETTER
Nesta terça-feira (11), cerca de 300 indígenas Pataxó e Tupinambá estiveram em Brasília (DF) para participar de uma audiência pública promovida pelo MPF (Ministério Público Federal) sobre a demarcação das TIs Tupinambá de Olivença, Tupinambá de Belmonte e Barra Velha do Monte Pascoal. Essas três terras indígenas, localizadas no sul da Bahia, aguardam há mais de uma década pela conclusão do processo.
O ataque se assemelha ao assassinato de Nega Pataxó, morta no início do ano passado por um fazendeiro ligado ao movimento “Invasão Zero”. Esse grupo tem promovido, por conta própria, ações de “reintegração de posse” em áreas ocupadas por indígenas e trabalhadores sem-terra na região.
Sem ordem judicial e agindo de forma semelhante a milícias armadas, essas operações são consideradas ilegais por advogados, promotores de Justiça e defensores públicos consultados pela Repórter Brasil em 2024.

Vitor Braz não foi a primeira vítima na TI Barra Velha. Em 2022, outra operação resultou na morte de três adolescentes no mesmo local. Desde 2012, os Pataxó Hã Hã Hãe registram 32 assassinatos.
A Repórter Brasil entrou em contato com a Funai e com o governo da Bahia, mas não havia obtido resposta até a publicação desta matéria.
Leia também