Santos (SP) – Os tripulantes do cruzeiro de luxo MSC Magnifica, pertencente à MSC Cruzeiros, que foram resgatados da escravidão pela Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) decidiram procurar a imprensa para denunciar as violências que sofreram. A libertação foi resultado de uma operação de fiscalização conjunta que envolveu diferentes órgãos, incluindo o Ministério Público do Trabalho, e a caracterização de escravidão se deu pela submissão do grupo a jornadas exaustivas sistemáticas, maus tratos e assédio moral. Os trabalhadores relatam jornadas superiores a 14 horas. Procurada, a empresa afirmou em nota que “repudia as alegações feitas pelo Ministério do Trabalho e Emprego” e que “não recebeu nenhuma prova ou qualquer auto de infração” (clique aqui para ver o posicionamento na íntegra)*.
Leia mais sobre o caso na reportagem “Fiscais flagram trabalho escravo em cruzeiro de luxo“ e confira abaixo depoimentos de dois dos 11 trabalhadores resgatados.
“Emagreci 14 quilos em três meses de trabalho”, diz camareiro
“Estava no navio desde que chegou ao Brasil, no início da temporada brasileira, 16 de dezembro de 2013. A nossa jornada diária era de pelo menos 11 horas por dia, mas houve dias em que chegamos a trabalhar até 20 ou 22 horas por dia sem almoço, sem poder jantar, direto. Só deus sabe como é que a gente aguentava. É muito complicado. É muito difícil. De dezembro até 1º de abril, quando a gente desembarcou do navio, eu emagreci 14 quilos, tanto pela comida do navio que não era boa como pelo trabalho excessivo.
A companhia sabia que era bem errado todo esse sistema de trabalho, tanto que eles alteravam o nosso ponto eletrônico e forçavam a gente a assinar uma folha de ponto totalmente adulterada com o horário que eles achavam que era correto para a gente assinar. Quem não assinava, como eu e minha esposa, eles faziam uma perseguição dentro do navio. Faziam piadas. Humilhavam a gente na frente dos outros companheiros e tudo mais.
Aconteceu uma vez em que eu e minha esposa nos negamos a assinar, porque a gente disse que não tínhamos trabalhado somente aquelas horas. Havíamos trabalhado muito mais horas do que aquilo que foi apresentado para a gente assinar.
Isso foi conversado uma meia hora antes de uma reunião que a gente teria com toda a equipe de camareiros. Nosso chefe direto entrou na reunião com muita raiva, nem falou muito coisa, chegou com uma folha de ponto e falou assim: ‘alguém tem problema em assinar esta folha de ponto?’, tentando coagir as pessoas. E as pessoas com medo diziam que não tinham problemas. Então ele olhou para mim e minha esposa e disse: ‘vocês sabiam que no navio se trabalha muito, quero vocês dois na minha sala para falar sobre isso’. Chegamos na sala e ele começou a gritar, e coisas desse jeito.
Fora a nossa jornada de trabalho, que era muito grande, a gente não podia descer nas folgas, por exemplo, em todo o tempo em que eu fiquei com o cruzeiro aqui no Brasil. Em toda essa temporada eu só consegui descer em Santos uma única vez, porque eu disse que ia conversar com um advogado e com o Ministério Público. Se não tivesse feito isso, não teria conseguido sair uma única vez nos portos. Mas, em outros lugares como Buenos Aires, muitas vezes nos colocavam em uma lista de pessoas que não poderiam descer do navio. A gente tinha que estar à disposição do trabalho, mesmo nos horários de folga.”
Depoimento de Anderson Matsuura, 33 anos, desde dezembro de 2013 empregado no navio MSC Magnifica, resgatado por trabalho escravo. Ele tem curso superior incompleto e cumpria seu segundo contrato de trabalho no cruzeiro.
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“Na primeira semana, você não consegue dormir”, conta funcionário do restaurante
“Há três meses e vinte dias comecei a trabalhar neste navio. Era o meu segundo contrato com a companhia. Em outra ocasião, trabalhei em um navio diferente. Quando eu assinei o contrato, imaginei que eu não trabalharia mais do que 11 horas. No outro navio, eu conseguia cumprir essa jornada de 11 horas. Mas neste outro navio eu sempre ultrapassava o tempo.
Minha função era de ajudar o garçom na hora de servir as refeições nos restaurantes. Chegava a trabalhar 13 a 14 horas por dia. O dia começava às 7h da manhã no buffet do navio, com o café da manhã que encerrava às 10h15. Às 10h15 tem o meeting, que é uma reunião e demora mais ou menos meia hora. Saía por volta de 10h45. Às 11h30 eu começava no restaurante, para o almoço. Seguia até o fechamento. O restaurante fecharia às 14h, mas o meu supervisor – que não ia com a minha cara – costumava colocar três passageiros para eu atender, faltando 5 minutos para o restaurante fechar. Então, eu, que estava me preparando para sair, tinha que servir aqueles passageiros que ficavam no local por mais uma hora e pouco. Em vez de sair às 14h, saía às 15h15. Às 15h15, ia à lavandeira para deixar o uniforme. Descansava. E depois, voltava no horário da janta, para só terminar o expediente lá pela 00h30. Ainda havia, no meio disso, algo que chamávamos de “sidejob”, que era um trabalho extra não remunerado, que todo assistente de garçom tem que fazer. Tínhamos que fazer a limpeza do restaurante, e isso, além de termos de fazer com produtos químicos que eram perigosos, acontecia no nosso horário de descanso. Passávamos aspirador de pó, limpávamos janela, porta, a decoração, lavávamos parte da louça… E isso não era remunerado. A gente era obrigado a fazer e, se não fizesse, levava uma advertência. Quando completamos três advertências, você é mandado embora do navio, como se fosse demissão por justa causa. Quando é sua primeira semana a bordo, você mal consegue dormir. Trabalha até mais, porque tem que fazer diversos meetings, de restaurante, de segurança, de treinamento de emergência. Você não é treinado. Nessa primeira semana, eu nem dormia. Você chega sem saber nada e já tem que trabalhar.”
Depoimento de Elianai Vigon, 24 anos, desde dezembro de 2013 empregado no navio MSC Magnifica, resgatado por trabalho escravo.
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Ele tem ensino médio completo e cumpria seu primeiro contrato de trabalho no cruzeiro. |
* Texto atualizado para inclusão de posicionamento da empresa, enviado na tarde desta sexta-feira (dia 4).
Não vou nem discutir os exageros desses relatos. Minha única pergunta é: se não achava as condições de trabalho ideais, porque não pediu demissão e voltou pra casa???
Sera que alguem pensa que toda essa escravidao acontece apenas no navo da msc e so no Brasil?
Em todos os navios do mundo de cruzeiro independente da companhia, muitas funcoes passam 6, 7 ou 8 meses sem um folga sequer !!
Essa exploração humana tem que acabar o Ministério Público e a Polícia Federal deve estender as ações para todos os navios da MSC que encontram-se no Brasil antes que partam para Europa.
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ESCRAVIDÃO É COISA DO PASSADO
Eu trabalhei em navio de cruzeiro em 2008, e desde 2008 falam sobre punir a empresa MSC mas isso nunca ocorre,eu trabalhei de cleaner e trabalhava ate 16 horas e o meu segundo contrato foi em uma outra compania e mudou pouca coisa o regime de trabalho não era muito diferente, eu era camareiro e trabalha ate mais que na MSC. em dias de embarque eu já cheguei a trabalhar 21 horas sem descanso.
Estranho, somente agora, depois de anos fazendo estes cruzeiros, esta empresa é fiscalizada. E as outras?
cambada de mentirosos , trabalhei em Princess e Royal caribean, na altura trabalhava-se 14/16 horas mas todos estavamos cientes disso e por isso eu fazia 5000 us desde 94 a 2005 nunca nos queixava-mos a não ser os brasileiros porque gostavam mais de passar no bar a gastar o que ganhavam…agora dizer que não tinham folgam, que não se divertiam entre outras coisas,,,,,mas que anormais o que querem é indemnizações para não trabalharem mais na vida….comigo não trabalhariam 1 dia isto só por serem brasileiros
Acho que todos as os navios que fazem temporada na costa brasileira devem ser fiscalizados, pois acredito que todos exploram os trabalhadores. Em 2009 fiz um contrato como camareira pela Ibero cruzeiros no navio Grand Mistral. Foram nove meses tralhando como animal, dormindo pouco comendo mal e sendo mal tratada. Trabalhava muitas horas as vezes até 20h sem intervalo, mas assinava um folha só com a metade das horas trabalhas. Essa exploração tem que terminar.
That is why i stop working for them , well i was on the bar but still the work sux.. I had to clean and extend my time every night , and the money they was giving us was not good enough , working hours like 12 15 everyday depend on what day is it . Every cruise 2 training 1 drill +++ more of your free time , you became like slave to your job not enjoying it !
isso nao se faz com ninguem
ILMO.SR. REDATOR DESTE RENOMADO SEMANÁRIO.
ESPERO QUE SEJA APURADO ;ESTES INFORMES PARA QUE NÃO VENHA HAVER INJUSTIÇA NEN POR PARTE DOS RECLAMANTES QUANTOS DOS CONTRATANTES. QUE A VERDADE VENHA A REINAR.PARA QUE TOMEM AS DEVIDAS PROVIDENCIAS E DERIMA ESTAS DÚVIDAS. PRINCIPALMENTE A MINHA PESSOA QUE ODEIA A INJUSTIÇA. QUE A OIT ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO.JUNTAMENTE COM MTE, PROCURADORIA FEDERAL DO TRABALHO. QUEM NA VERDADE FOI TRABALHAR NOS CRUZEIROS MARITIMOS, DEVEM TEREM ASSINADOS CONTRATOS E FICARO COM AS SEGUNDAS VIAS , É COMO ALGUÉM QUESTIONOU: MUITOS RECEBEM O QUE É DE DIREITO E GASTKÃO E ESNOBA COMO SE FOSSEM GENTE GRANDE E DEPOIS FICAM CHORUMINGANDO PARA SEREM INDENIZADOS QUE NA VERDADE NÃO GOSTÃO DE TRABALHAR.
SUBSCREVDO-ME,
CORDIALMENTE,
JOSÉ DE OLIVEIRA.
Não é verdade é tudo mentira trabalhando numa companhia multinacional como a MSC não penso que as alegações sejam verdadeiras , antes de embarcar mos as agências que nos conseguem os contractos tem o dever de informar as horas de trabalho , todas as companhias de cruzeiros estão ligadas à uma organização que regula as horas de trabalho de acordo com a organização nenhum tripulante pode trabalhar mais que 13 horas diárias , todo devido a segurança do navio e o mesmo que os condutores de camiões de longo curso, sim se trabalha mas não é como está relatado pelo tripulante, mas também se ganha dinheiro muito dinheiro , certas nacionalidades devido aos estilos de vida nunca são se acostumar a vida de bordo onde se trabalha e descansa ah muitos que desistem porque estão acostumados ah vida festiva , mas as festas são para os passageiros não para os tripulante, sim os brasileiros são comummente apontados como problemáticos devido ao estilo de vida deles.
eu estava em salvador nesse dia trabalhava no orchestra.. e a compania sabia sim do que se passava no magnifica pois todo mundo nos outros navios comentavam ohhh o maginifica ta tenso e coisa e tal….sou cleaner e trabalhava durante o dia e nunca podia sair do navio.. pq quando eu largava o navio ja estava na agua..durante meses enquanto outros da minha profissao que trabalhavam a noite tinha o dia todo livre
fui fotografa na empresa Ibero de 2012 a 2013 e foi a melhor aventura q ja fiz na vida ! Tenho reclamações sim, mas os beneficios de acordar cada dia em um lugar é bem melhor
Fui tripulante do Navio MSC Musica, da Companhia MSC Cruzeiros. Sei muito bem como é ser tratado como um LIXO por essa Companhia italiana. Após trabalhar por 244 dias, 7 dias por semana sem ter um único dia de folga, acabei adoecendo a bordo e fui ABANDONADO numa cadeira de rodas, num hospital público em Atenas-Grécia.
Todo o dinheiro que juntei durante meu trabalho, tive que pagar meu tratamento para poder voltar a andar porque essa empresa do INFERNO nunca me ajudou em NADA.